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Em 9 de setembro de 2008, o então presidente do conselho deliberativo do Sport, Adalberto Guerra, informou aos conselheiros presentes na reunião sobre a aquisição oficial do centro de treinamento do Intercontinental – clube-empresa que chegou a disputar o campeonato estadual em 2002 e 2003. Na época, a negociação saiu por R$ 2 milhões, com boa parte da receita oriunda da venda do volante Daniel Paulista ao Rapid Bucareste, da Romênia.

Nos primeiros anos, o rubro-negro manteve a estrutura do dono anterior. Ou seja, campos oficiais e nada mais. À parte de um esqueleto de concreto sobre o projeto de um hotel (que posteriormente seria demolido), não havia alicerce algum. Nem mesmo um vestiário. Como chegou a dizer o técnico Emerson Leão, em sua passagem em 2009, tratava-se de um “campo longe”.

De fato, o local em Paratibe está a 25 quilômetros da Ilha do Retiro. A conscientização da agenda de treinamentos no “CT José de Andrade Médicis” passaria pela modernização, iniciada somente em 2011, após uma parceria com o banco BMG – que teria direito a um percentual nas vendas de jogadores revelados lá durante os primeiros anos. De cara, R$ 6 milhões investidos. Até hoje, considerando todas as etapas, estima-se um aporte na ordem de R$ 21 milhões. Foram construídos dois hotéis, um para a base e outro para o profissional, com espaço para até 80 pessoas. Além disso, foram erguidos um refeitório, academia de ginástica, piscinas, um centro médico e sala de imprensa. Ao todo, são três pontos de edificações e um container.

Ainda ocorreram outros investimentos através da Prefeitura do Recife, na preparação para a Copa das Confederações de 2013 e para a Copa do Mundo de 2014, pois o CT foi reservado pela Fifa. Por isso, a pista de acesso foi pavimentada, algo essencial para o empreendimento, e foi instalado um sistema de refletores no campo principal – essas duas obras também aconteceram no CT do Náutico, pelo mesmo motivo. Assim, a mudança efetiva na rotina leonina, treinando diariamente no CT, ocorreu em 2014, sob o comando de Eduardo Baptista.

Assim como o profissional, as categorias de base (Sub 15, Sub 17 e Sub 20) também passaram a trabalhar lá de forma integral. E a partir da modernização surgiram as primeiras revelações no futebol. Já foram três vendas milionárias, considerando os atletas profissionalizados no CT (R$ 14,6 mi ao todo). Porém, no mesmo período, sete atletas sem relação direta com o local foram vendidos pelo Sport neste patamar (R$ 28,8 mi ao todo). O equilíbrio deste comparativo deve ser o objetivo do clube num futuro breve, até porque o custo de manutenção é elevado. Mas, lembrando, trata-se de uma estrutura de treinamento fundamental a nível profissional, algo que será exigido pela CBF através da Licença de Clubes, necessária para a disputa de campeonatos. Hoje, o Sport atende aos requisitos. Cumpridos ao longo de dez anos…

As maiores vendas de jogadores do Sport com passagem no CT
R$ 6,0 milhões – Everton Felipe, meia (São Paulo, 2018)
R$ 5,4 milhões – Joelinton, atacante (Hoffenheim-ALE, 2015)
R$ 3,2 milhões – Renê, lateral-esquerdo (Flamengo, 2017)

Área total dos Centros de Treinamento do Recife
54,0 hectares – CT do Náutico (Wilson Campos, Guabiraba)
10,5 hectares – CT do Santa Cruz (Rodolfo Aguiar, Aldeia)
8,4 hectares – CT do Sport (José de Andrade Médicis, Paratibe)

Nº de campos oficiais
6 – Náutico (4 em atividade e 2 em construção)
5 – Sport (5 em atividade)
3 – Santa Cruz (1 em construção e 2 planejados)

Dormitórios duplos no CT (base + profissional)
55 quartos – Santa Cruz (planejados)
44 quartos – Sport (construídos)
22 quartos – Náutico (construídos)

Curiosidade
No papel, o CT José de Andrade Médicis pertence à Associação Amigos do Sport, um grupo criado em 2004 por doze rubro-negros, todos eles sócios do clube, para evitar que algum bem do Sport pudesse entrar em ações judiciais. Por contrato, o centro de treinamento está alugado ao clube por 90 anos (até 2098), com renovação automática por mais 90. A ideia é passar para o nome do Sport. Embora o ato já tenha sido anunciado, no último balanço financeiro o CT veio como um “aluguel”.

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