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Sede da FPF

A azulada sede da FPF, na Boa Vista. De fato, vive no azul. Foto: Rafael Vieira/FPF.

Pela 11ª temporada consecutiva, o balanço financeiro da Federação Pernambucana de Futebol apresentou um saldo positivo entre receitas e despesas. Novamente trabalhando no “azul”, o relatório sobre as contas de 2023, auditado em 22 de fevereiro e divulgado no site oficial nesta semana, aponta um superávit de R$ 6 milhões. É o maior saldo positivo da história, sendo a terceira quebra de recorde seguida. Este novo número é, também, uma consequência da maior receita operacional já registrada pela entidade.

Mais dinheiro mesmo sem resultados no campo

De 1º de janeiro a 31 de dezembro, a FPF apurou R$ 15,1 milhões. É um valor acima do Santa Cruz, por exemplo. Esse cenário robusto aconteceu mesmo em outro ano de resultados fracos nos gramados. Ninguém subiu no Brasileirão. O Sport seguiu na Série B, o Náutico na C, o Santa na D e o Retrô na D. Somando os últimos dois anos, o período pós-pandemia, a federação teve um faturamento de R$ 29,6 milhões. Foram os dois maiores balanços da história. Em 14 anos, o período disponível para consulta dos dados, 13 tiveram superávit!

A nova receita da federação presidida por Evandro Carvalho foi composta, sobretudo, por três frentes: receitas operacionais, com R$ 6,3 mi (41%), receitas técnicas de futebol, com R$ 5,4 mi (36%), e receitas financeiras, com R$ 3,3 mi (21%). Esse montante costuma vir das taxas sobre as bilheterias dos clubes e das taxas sobre ações administrativas dos filiados, como registros contratuais e rescisões. Em relação ao gasto, a maior parte foi através das despesas técnicas com futebol, como a organização dos torneios. Custo de R$ 7,3 milhões.

Dívida dos clubes filiados subiu pelo 9º ano

Com os contínuos resultados positivos, ao contrário dos principais filiados, quase sempre no “vermelho”, a federação virou uma enorme credora dos clubes. Em 2010, no demonstrativo contábil mais antigo à disposição, a entidade tinha um crédito de R$ 272.704 junto aos times. Desde 2015 esse número só fez aumentar. Em 2023, o acumulado em empréstimos na FPF subiu 20%. Agora, totaliza R$ 19.234.019. É o dado presente no item “créditos a receber de clubes”, que, segundo o relatório da FPF, se refere aos “adiantamentos concedidos a clubes filiados da federação”. Os valores “não possuem prazos de vencimentos definidos”.

Hoje, os três grandes clubes do Recife estão em processo de Recuperação Judicial, cujos documentos apresentados à justiça, além dos respectivos balanços, apontam uma dívida conjunta de R$ 11,3 milhões junto à FPF. Isso representa 58% do total empenhado pela federação. Somando empréstimos e receitas antecipadas, eis a divisão: R$ 7,25 milhões no Náutico, R$ 2,20 mi no Santa Cruz e R$ 1,85 mi no Sport. Foi preciso buscar a informação nesse meio, pois o documento da FPF não detalha quanto foi repassado a cada time.

Dívidas acumuladas pelos clubes junto à FPF

2010 – R$ 272 mil
2011 – R$ 1,14 milhão (+0,8 mi; +318%)
2012 – R$ 736 mil (-0,4 mi; -35%)
2013 – R$ 2,10 milhões (+1,3 mi; +185%)
2014 – R$ 2,09 milhões (-5 mil; -0,2%)
2015 – R$ 3,63 milhões (+1,5 mi; +73%)
2016 – R$ 7,98 milhões (+4,2 mi; +116%)
2017 – R$ 9,06 milhões (+1,1 mi; +14%)
2018 – R$ 9,28 milhões (+0,2 mi; +2%)
2019 – R$ 10,17 milhões (+0,8 mi; +9%)
2020 – R$ 11,60 milhões (+1,4 mi; +14%)
2021 – R$ 13,66 milhões (+2,0 mi; +17%)
2022 – R$ 15,95 milhões (+2,2 mi; +16%)
2023 – R$ 19,23 milhões (+3,2 mi; +20%)
* Via adiantamentos, com valores ainda pendentes

Apesar de o relatório ter 11 páginas, não é possível ver a representatividade das dezenas de taxas cobradas pela entidade na receita, até mesmo para ter uma base sobre o “cartório”. Em campo, a FPF segue em 3º lugar no Nordeste, de acordo com o Ranking de Federações da CBF após a temporada 2023. À frente de PE, as federações do Ceará (1º) e da Bahia (2º).

Receita operacional anual da FPF

2010 – R$ 2.320.200
2011 – R$ 3.142.280 (+0,8 mi; +35%)
2012 – R$ 4.834.087 (+1,6 mi; +53%)
2013 – R$ 6.282.441 (+1,4 mi; +29%)
2014 – R$ 6.000.765 (-0,2 mi; -4%)
2015 – R$ 6.436.876 (+0,4 mi; +7%)
2016 – R$ 8.503.245 (+2,0 mi; +32%)
2017 – R$ 6.313.330 (-2,1 mi; -25%)
2018 – R$ 5.108.733 (-1,2 mi; -19%)
2019 – R$ 6.738.881 (+1,6 mi; +31%)
2020 – R$ 6.885.026 (+0,1 mi; +2%)
2021 – R$ 8.116.827 (+1,2 mi; +17%)
2022 – R$ 14.501.855 (+6,3 mi; +78%)
2023 – R$ 15.183.413 (+0,6 mi; +4%)

Resultado anual da FPF, com superávit ou déficit

2010: +297.742
2011: +898.500
2012: -89.573
2013: +1.834.817
2014: +1.306.002
2015: +1.478.674
2016: +2.302.010
2017: +279.246
2018: +362.906
2019: +2.386.235
2020: +2.235.891
2021: +4.080.101
2022: +5.836.717
2023: +6.023.627
* O saldo da subtração da receita líquida pela despesa anual, em R$

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