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Gallo vinha oscilando entre técnico, coordenador e diretor. Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG.

De João Brigatti para Alexandre Gallo. A troca de técnico no Santa Cruz foi, também, uma troca de perfil de trabalho. Sai um nome com experiência em divisões de acesso e chega um nome com rodagem no mercado, algo necessário após a saída do executivo Nei Pandolfo – que aceitou uma proposta do Sport. Aos 53 anos, Gallo volta ao futebol pernambucano após cinco temporadas.

Será a sua 5ª passagem no Recife, sendo esta a estreia no tricolor – esteve quatro vezes no rival alvirrubro e uma no rival rubro-negro. Por aqui, também irá trabalhar pela 1ª vez na Série C, que demanda um jogo mais físico e ocorre com receitas mais escassas, tanto na montagem quanto nos reforços pontuais. Ainda mais agora, com o acerto ocorrendo logo após a eliminação na 2ª fase da Copa do Brasil, numa péssima atuação diante do Cianorte. Eis um contraponto, pois é difícil não imaginar uma reformulação com Gallo, com histórico de muitas indicações.

Com Gallo, que já trabalhou com os ex-alvirrubros Derley, Elicarlos e Marcos Vinícius, creio que a direção do Santa esteja mesmo reiniciando a condução do futebol, após a péssima largada do departamento. Pela leitura inicial, o perfil do técnico seria de “liderança, trabalho com a base e histórico de acesso”. Faz sentido. Só que desta vez falta a última lacuna, apesar de os últimos trabalhos terem sido em situações semelhantes, no São Caetano (2020) e no Botafogo-SP (2021). Mesmo sem render há alguns anos, considero um nome melhor que Brigatti.

Torcedor, o que você achou da contratação de Gallo pelo Santa Cruz?

A seguir, um resumo das quatro passagens do treinador no futebol pernambucano.

1ª) 2007 – Sport (28 jogos; 22V, 5E e 1D)
Gallo tinha 39 anos, sendo apenas três como técnico, quando assumiu o Sport. O encaixe foi rápido e o time foi campeão por antecipação no Pernambucano, vencendo os dois turnos – foi o seu 1º título oficial na função. A saída, porém, foi polêmica, ao acertar a ida para o Internacional durante as oitavas de final da Copa do Brasil. O próprio treinador acabou pagando a multa rescisória.

2ª) 2010 – Náutico (44 jogos; 21V 8E e 15D)
O seu primeiro trabalho no timbu foi, também, a sua passagem com mais jogos em PE. No Estadual, foi vice-campeão – após abrir 3 x 0 na ida, com o jogo terminando em 3 x 2 e sendo revertido na volta. Começou bem na Série B, mas a crise financeira em Rosa e Silva atrapalhou o rendimento. Saiu na 15ª rodada, com a equipe em 11º lugar.

3ª) 2012/2013 – Náutico (41 jogos; 15V, 9E e 17D)
Foi o seu melhor momento em termos nacionais, com a boa campanha na Série A. Implacável nos Aflitos, o alvirrubro acabou em 12º lugar, obtendo a inédita vaga na Copa Sul-Americana. Acabou saindo em janeiro de 2013 ao aceitar o convite da CBF para assumir a Seleção Brasileira Sub 20.

4ª) 2016 – Náutico (25 jogos; 11V, 4E e 10D)
Contratado após o campeonato estadual, Gallo foi demitido após uma derrota para o lanterna Sampaio, na 23ª rodada da Série B, quando fez seis mudanças na escalação titular. Foi substituído pelo experiente Givanildo Oliveira, que quase levou o timbu ao acesso (acabou em 5º lugar).

Histórico de Alexandre Gallo como treinador em Pernambuco*
138 jogos
69 vitórias (50,0%)
26 empates (18,8%)
43 derrotas (31,1%)
56,2% de aproveitamento
* Somando as 4 passagens, com Pernambucano, Série A, Série B e Copa do Brasil

Curiosidade no Trio de Ferro
Desde 2001, Gallo é o 5º treinador a comandar os três grandes clubes do estado. A lista tem também Givanildo Oliveira (completou as passagens em 2006), Zé Teodoro (em 2011), Martelotte (todas em 2013!) e PC Gusmão (em 2018). Na história, só três técnicos foram campeões no trio: Gentil Cardoso (entre 1955 e 1960), Palmeira (entre 1946 e 1962) e Duque (entre 1964 e 1975).


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