A torcida voltou ao palco de 2019, mas desta vez saiu festejando. Foto: Tiago Caldas/Náutico.
O Náutico foi apoiado em peso pela torcida alvirrubra no Almeidão, apesar de uma decisão sem sentido do Ministério Público da PB, pra não dizer outra coisa, de vetar o tradicional uniforme vermelho e branco do clube pernambucano por questão de segurança no estádio (?). Porém, as cores estavam em campo. Fora, restava ao torcedor que pegou a BR-101 acreditar no time até o fim, mesmo que a atuação não fosse das melhores.
E não foi, mesmo num jogo tão importante como esse, pelas quartas da Copa do Nordeste. Pra falar a verdade, a inofensiva atuação no 2º tempo, além das mexidas inconsistentes de Felipe Conceição, sobretudo na saída de Jean Carlos aos 30 minutos, pareciam encaminhar um novo revés diante do Botafogo num mata-mata. Em 2019, numa semifinal equilibrada, o timbu tomou um gol aos 44/2T. Em 2022, quando já não se encontrava em campo, precisou de uma chance para reescrever sua história na Lampions.
Numa falta na ponta direita, já sem o camisa 10, o lateral-esquerdo Júnior Tavares apareceu para a cobrança. O relógio já marcava 42 minutos. No lance, em frente à timbuzada na arquibancada, Tavares bateu forte e a bola ainda desviou em Coutinho, enganando o bom goleiro Luís Carlos. O empate caiu no colo do Náutico, assim como a chuva em João Pessoa. Era segurar o 1 x 1 e partir para os pênaltis. Dito e feito. Não antes sem outro susto, com Carpina parando em Luís Carlos e desperdiçando a vantagem inicial na série.
Uma nova chance foi construída com Perri, a melhor contratação do campeão pernambucano neste ano. Ele espalmou a última cobrança botafoguense. Logo, era só converter. Naquele momento, quando Tavares pegou na bola, a confiança estava retomada, pela personalidade do jogador apesar da noite de oscilação coletiva do 1T para o 2T. Bateu e fez, 4 x 3, com o Náutico de volta à semifinal do Nordestão, alimentando o sonho do título inédito. Em 13 participações, esta é a 4ª vez lá. As anteriores foram 2001, 2002 e 2019. Com esta em 2022, o alvirrubro ganhou uma premiação de R$ 350 mil e agora acumula R$ 2,215 milhões em cotas.
Clássico regional no Castelão
Garantido no G4 da Copa do Nordeste, o Náutico já tem adversário e data. A semifinal será no sábado, lá no Castelão, contra o Fortaleza de Vojvoda, que segue invicto. O leão cearense, que irá disputar a Libertadores, passou fazendo 5 x 1 no Atlético de Alagoinhas. Como nas quartas, o próximo duelo será em jogo único. E será o 4º mata-mata entre os clubes, com duas classificações tricolores (Taça Brasil de 1968 e Copa do Brasil de 2012) e uma alvirrubra (Taça Brasil de 1965). Já no scout geral, leve vantagem pernambucana, com 16V do Náutico, 13E e 15V do Fortaleza. O último jogo foi recente, 2 x 2 nos Aflitos pela 4ª rodada. Ou seja, tem jogo.
Escalação do Botafogo-PB (melhores: Leílson e Luís Carlos; pior: Bruno Ré)
Luís Carlos; Elias, Gabriel Yanno, Paulo Vítor e Bruno Ré; Diego Gomes (Adilson Bahia), Tinga (Adriano) e Alessandro (Gabriel); Nícolas (Ratinho), Leílson e Gustavo Coutinho. Técnico: Gerson Gusmão
Escalação do Náutico (melhores: Tavares e Perri; piores: Franco e Leandro)
Lucas Perri; Hereda, Wellington, Carlão e Júnior Tavares; Wagninho (Ralph), Richard Franco e Jean Carlos (Amarildo); Ewandro (Pedro Victor), Leandro Carvalho (Juninho Carpina) e Léo Passos (Djavan). Técnico: Felipe Conceição
Histórico de Botafogo-PB x Náutico (todos os mandos)
57 jogos
26 vitórias pernambucanas (45,6%)
13 empates (22,8%)
18 vitórias paraibanas (31,5%)
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Abaixo, assista ao gol da classificação e a comemoração junto à torcida no Almeidão.
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— Náutico (@nauticope) March 24, 2022