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Nos últimos dez anos, 93% de todas as receitas do futebol brasileiro provenientes da televisão ficaram com 18 clubes. Os chamados ‘cotistas da TV’, com contratos duradouros junto à Rede Globo, que até 2018 tinham a garantia de cota completa mesmo disputando a Série B no primeiro ano pós-descenso. Lembrando que o país tem, hoje, 722 clubes profissionais em atividade. Obviamente, esses 18 clubes, inseridos no eixo RJ-SP-MG-RS, além de ‘periféricos’ no PR, BA, PE e GO, também correspondem à imensa maioria da torcida – e da audiência.

Dito isso, vamos à análise sobre o levantamento da Pluri Consultoria em relação às cotas de transmissão recebidas pelos clubes de 2008 a 2017, cujo topo da TV, com Flamengo e Corinthians, não é surpresa alguma. Pelo último acordo com a emissora detentora dos direitos do Brasileirão, válido por quatro anos, cada um receberia R$ 170 milhões por temporada. Aqui, entretanto, estão contabilizadas as cotas de todas as competições. O Timão, por exemplo, soma valores da Libertadores e do Mundial, onde sagrou-se campeão – ao todo, 7 títulos expressivos.

Apesar do volume absoluto dos dois clubes mais populares do país, os únicos acima da barreira de R$ 1 bilhão neste recorte, o impacto da TV vem caindo em ambos, justamente pelo fortalecimento em outras áreas, como comercialização de produtos licenciados, mensalidades de sócios, patrocinadores (fabricante e master), venda de jogadores, receita com arena etc.

Sobre o impacto, quem mais dependeu da TV no ‘eixo’ foi o Vasco, com 54%. Embora tenha vencido a Copa do Brasil em 2011, o cruz-maltino caiu três vezes – e sempre manteve a cota integral na B. No mesmo patamar, a dupla Ba-Vi, tendo o Vitória o maior percentual do país (57%). Em 6º lugar, o Sport faturou R$ 283 milhões em transmissões – incluindo Libertadores e Sul-Americana. Abaixo dos rivais baianos. Porém, nas demais receitas o Leão da Ilha teve boa vantagem, com 70 mi a mais que o Bahia e 113 mi a mais que o Vitória – essa ‘independência’ é vital, num cenário visto entre os gigantes da Europa, onde a TV já não é a principal fonte.

Ao todo, o levantamento do instituto tem 30 clubes, incluindo Santa Cruz e Náutico, com cerca de R$ 5 milhões/ano de TV e representatividade baixa desta receita. Tal cenário deve ser visto como falta de cotas mesmo, e não como ‘independência’. Ainda na região, Ceará e Fortaleza não aparecem porque os dados apresentados, segundo a Pluri, foram insuficientes para o cenário de dez anos – o mesmo ocorreu com Remo, Paysandu, Guarani e Atlético-GO.

O ranking de receita de TV de 2008 a 2017 (as participações no Brasileiro) + títulos
1º) Flamengo – 1,176 bilhão (10x A) – 1 Série A e 1 Copa BR
2º) Corinthians – 1,098 bilhão (9x A; 1x B) – 1 Mundial, 1 Liberta, 1 Recopa, 3 Séries A e 1 Copa BR
3º) São Paulo – 781 milhões (10x A) – 1 Sula e 1 Série A
4º) Atlético-MG – 772 milhões (10x A) – 1 Liberta, 1 Recopa e 1 Copa BR
5º) Cruzeiro – 756 milhões (10x A) – 2 Séries A e 1 Copa BR
6º) Vasco – 751 milhões (7x A; 3x B) – 1 Copa BR
7º) Palmeiras – 745 milhões (9x A; 1x B) – 1 Série A e 2 Copas BR
8º) Internacional – 700 milhões (9x A; 1x B) – 1 Liberta, 1 Sula e 1 Recopa
9º) Santos – 683 milhões (10x A) – 1 Liberta, 1 Recopa e 1 Copa BR
10º) Fluminense – 628 milhões (10x A) – 2 Séries A e 1 Primeira Liga
11º) Grêmio – 601 milhões (10x A) – 1 Liberta, 1 Recopa e 1 Copa BR
12º) Botafogo – 513 milhões (9x A; 1x B)
13º) Bahia – 344 milhões (5x A; 5x B) – 1 Copa NE
14º) Vitória – 320 milhões (7x A; 3x B) – 1 Copa NE
15º) Coritiba – 314 milhões (9x A; 1x B)
16º) Atlético-PR – 290 milhões (9x A; 1x B)
17º) Sport – 283 milhões (7x A; 3x B) – 1 Copa BR e 1 Copa NE
18º) Goiás – 274 milhões (6x A; 4x B)
19º) Ponte Preta – 178 milhões (5x A; 5x B)
20º) Figueirense – 131 milhões (6x A; 4x B)
21º) Chapecoense – 114 milhões (4x A; 1x B; 3x C; 1x D) – 1 Sula
22º) Criciúma – 107 milhões (2x A; 6x B; 2x C)
23º) América-MG – 104 milhões (2x A; 6x B; 2x C)
24º) Avaí – 94 milhões (5x A; 5x B)
25º) Santa Cruz – 56 milhões (1x A; 3x B; 3x C; 3x D) – 1 Copa NE
26º) Náutico – 51 milhões (4x A; 6x B)
27º) Joinville – 43 milhões (1x A; 4x B; 3x C; 2x D)
28º) Paraná – 42 milhões (10x B)
29º) Juventude – 25 milhões (3x B; 4x C; 3x D)
30º) Vila Nova – 20 milhões (7x B; 3x C)

Abaixo, o quadro interativo feito pelo blog com as divisões de receitas nos últimos dez anos, entre cotas de televisão, demais receitas e faturamento absoluto, com os respectivos rankings  – basta clicar nas setinhas no topo de cada tópico para ordenar a lista escolhida. A partir dos dados Pluri, também fiz o mesmo levantamento com a média mensal de receitas, dando uma visão mais precisa sobre o peso de cada clube (sempre em milhões de reais).


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