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O troféu exposto no museu da Ilha do Retiro. Foto: Lindainês Santos/Sport Recife

“As cores pernambucanas veem de conseguir a segunda victoria nos embates formidáveis que se realisam na bella capital paraense. O Sport Club do Recife venceu, hontem, em match-return, o forte combinado Remo-Paysandu pelo score de 2 x 1. A notícia deste acontecimento foi recebida pelos partidarios rubro-negros com entusiasmo.”

Assim, com esta grafia rebuscada (e errada, hoje, em algumas palavras), o extinto Jornal Pequeno definiu a vitória do Sport diante do combinado entre as duas principais forças do futebol paraense, na tarde de 3 de abril de 1919. Agora com um século, este um episódio foi balizador na história do clube. O Sport Club do Recife já nasceu rubro-negro, em 1905. Porém, o simbolismo que o cerca demoraria 14 anos para ficar completo, com o leão presente. Como se sabe, o animal não faz parte da fauna brasileira, com a sua adoção acontecendo exclusivamente no âmbito esportivo.

O feito foi obtido no Pará, na maior excursão feita por um time do estado até então. A bordo do navio Olinda, a delegação partiu para a disputa de cinco amistosos num centro esportivo mais desenvolvido – lá, o campeonato estadual começara sete anos antes, em 1908, e o Remo, dominante, viria a ser heptacampeão justamente em 1919. A campanha pernambucana foi a seguinte: 2V, 1E e 2D. No 4º confronto, com a vitória supracitada, esteve em jogo o Troféu Leão do Norte, feito de bronze. Havia sido encomendado a um ourives francês pela “liga sportiva paraense”, com o objetivo de celebrar um grande triunfo local, que não veio. Com gols de Mazzulo e Baptista, o Sport venceu no “Field do Remo”, como informou a Folha do Norte, de Belém. Jogou numa formação 2-3-5, hoje taticamente inviável, mas bem comum ali.

Embora o clima amistoso marcasse aquela época amadora, no dia do embarque no porto um torcedor local quebrou a cauda do leão – teria utilizado um cano de ferro. Apesar da confusão, o troféu veio na bagagem. No Recife, a direção do Sport optou por não restaurar o troféu, deixando o dano como representação da luta. E o leão acabaria adotado como mascote, sendo incorporado também ao distintivo, modelo ainda vigente. Desde 1919, Leão = Sport

Escalação do Sport (2-3-5)
Franco; Mazzullo e Alarcom; Lellis, Bermudes e Nestor; Baptista, Pitota, Annibal, Ruy e Luciano

A 1ª excursão do Sport à cidade de Belém
23/03/1919 – Sport 3 x 3 Combinado Remo-Paysandu
27/03/1919 – Sport 3 x 2 Seleção do Pará
30/03/1919 – Sport 0 x 4 Paysandu
03/04/1919 – Sport 2 x 1 Combinado Remo-Paysandu*
06/04/1919 – Sport 0 x 1 Remo
* O jogo que valeu o Troféu Leão do Norte

O Sport lançou um especial sobre a taça, baseado no livro “Memória Rubro-Nega”. Veja aqui.


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