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O balanço do Centro só tem 2 páginas. Feito em fevereiro e publicado no site da FPF em junho.

Em 2013, o Centro Limoeirense passou por um processo de intervenção, por parte da FPF, com vários problemas sendo listados, como mesas de baralho a dinheiro na sede. Desde então venho acompanhando a restauração do clube, a partir dos balanços financeiros. Em 2019 o clube chegou ao 6º demonstrativo, com o faturamento passando de R$ 100 mil pela 1ª vez, mesmo seguindo na segunda divisão estadual, o mesmo sarrafo há mais de uma década. Me chamou a atenção, novamente, o tamanho da despesa administrativa, superando o próprio gasto com o futebol do clube.

Pelo balanço, o clube do Agreste apurou R$ 108 mil e gastou os mesmos R$ 108 mil, embora a soma das despesas resulte em R$ 107 mil (?). Foram cinco frentes de despesas, com os seguintes percentuais considerando o total: 36,1% nos custos dos jogos (R$ 39 mil), 31,5% com a regularização de atletas (R$ 34 mil), 21,1% em salários (R$ 6 mil), 5,5% com a alimentação dos atletas (R$ 6 mil) e 4,6% com a taxa administrativa de anuidade na FPF (R$ 5 mil). Ou seja, o elenco custou R$ 28 mil, entre salários e refeições, e o gasto burocrático foi de R$ 39 mil.

Com uma relação assim, nota-se o quanto é difícil fazer futebol profissional, mesmo num meio semiamador. No caso do Centro Limoeirense, o clube mais velho do interior pernambucano, com 106 anos, o faturamento recorde foi insuficiente para terminar com saldo positivo. E olhe que a igualdade (receita x despesa) só aconteceu devido às contribuições de terceiros, com R$ 35 mil, cuja origem não foi detalhada. Em 2018 ocorreu o mesmo, com o clube recebendo R$ 25 mil em contribuições para fechar no “zero”. Por sinal, os seis demonstrativos tiveram rigorosamente o mesmo quadro de receita e despesa, até os centavos. Haja coincidência, com o ajuste financeiro divulgado ocorrendo paralelamente a um documento pouco informativo.

Em seis anos, R$ 375.017,71 de receita e R$ 375.017,71 de despesa. Metódico.

O desempenho aquém
Em campo, o Dragão de Limoeiro parou na segunda fase da Série A2 do Pernambucano, a fase anterior ao quadrangular final. Embora a receita tenha sido a maior no período pós-intervenção, a campanha foi ruim, com 2V, 3E e 7D, ficando em 6º lugar entre oito participantes. Durante todo o campeonato, R$ 67 mil em despesas, incluindo salários, alimentação dos atletas e custo dos jogos. Média de R$ 16.976 por mês, considerando o período de 120 dias incluindo preparação e jogos.

A evolução da receita total do Centro Limoeirense*
2014 – R$ 45.675
2015 – R$ 37.271 (-8.404 reais; -18,3%)
2016 – R$ 44.439 (+7.168 reais; +19,2%)
2017 – R$ 48.080 (+3.641 reais; +8,1%)
2018 – R$ 91.528 (+43.448 reais; +90,3%)
2019 – R$ 108.024 (+16.496 reais; +18,0%)
* Em todos os anos a despesa teve o mesmo valor

Os recursos próprios do clube (aluguéis, sócios e bilheteria)
2014 – R$ 675
2015 – R$ 18.271 (+17.596 reais; +2.606,8%)
2016 – R$ 25.439 (+7.168 reais; +39,2%)
2017 – R$ 24.080 (-1.359 reais; -5,3%)
2018 – R$ 38.383 (+14.303 reais; +59,3%)
2019 – R$ 34.224 (-4.159 reais; -10,8%)

Os patrocínios recebidos
2014 – R$ 45.000 (Prefeitura de Limoeiro)
2015 – R$ 19.000 (Prefeitura de Limoeiro)
2016 – R$ 19.000 (Prefeitura de Limoeiro)
2017 – R$ 24.000 (Tintas Iquine, 15 mil; ONG Pedra D’Água 9 mil)
2018 – R$ 27.500 (investidores não detalhados)
2019 – R$ 37.900 (investidores não detalhados)

Abaixo, os poucos detalhes presentes no demonstrativo contábil do Centro Limoeirense.

Confira os balanços financeiros do Centro Limoeirense: 2014201520162017, 2018 e 2019.

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