O Santa Cruz volta ao mercado “tradicional” de uniformes após quatro anos.
Numa temporada com quase 40 contratações e 4 técnicos, o Santa Cruz chega ao mês de julho com a receita basicamente no limite. Isso num momento em que o clube figura na última colocação em seu grupo na Série C de 2021. Por isso, é difícil dissociar Da movimentação feita pela direção coral, que anunciou o acordo com a marca de material esportivo Volt.
Desde 2017 o tricolor vinha lançando coleções de uniformes através da sua marca própria, a Cobra Coral, criada no embalo do sucesso de outros clubes do N-NE, como Paysandu e Fortaleza. O design e a oferta de produtos – com até cinco camisas oficiais por temporada – fizeram a marca ter boa aceitação na torcida apesar dos resultados ruins do time no período. Daí, a cobrança nas redes sociais após o anúncio do perfil do clube sobre a parceria com fábrica de Joinville (SC).
A queixa existe até pela velocidade deste processo, que pulou debates internos. Em 14/07 o Santa informou a notificação feita à LWGA Indústria de Confecções sobre o interesse em encerrar o contrato de produção – esta é a etapa terceirizada na criação das camisas da marca própria. Como justificativa, o Santa disse: “O clube recebeu propostas de diversas fábricas de produtos esportivos interessados em operar a produção dos produtos da marca Cobra Coral, entregando uma receita financeira significativamente maior ao clube”. E citou a Volt como destaque. Na prática, estava fechado, com o acerto anunciado em 15/07.
O clube pernambucano não revelou cifras, tratando apenas de percentuais melhores, como o aumento nos royalties, de 10% para 15% no repasse sobre a venda dos produtos oficiais produzidos pela marca, além de dobrar o enxoval, que são as peças utilizadas pelos times do Santa. Somando camisas, calções, meiões e material de treino, serão 8 mil peças. E ainda há o verdadeiro “X” da questão, com as luvas (o bônus na assinatura) de 40% da garantia mínima – embora o valor da tal garantia mínima esteja mantido em sigilo. Sendo um repasse imediato, seria a verba extra para tentar qualificar de alguma forma o elenco no Campeonato Brasileiro.
Nome compartilhado na camisa
Por fim, uma diferença importante na divulgação da nova marca. O contrato com a Volt é uma parceria com a própria Cobra Coral. Inclusive, algumas peças oficiais vão estampar a marca “Volt/Cobra Coral”, a partir do modelo de negócio “co-branding”. Hoje, a Volt conta com América-MG e Remo no seu portfólio. Em ambos os casos já houve problema, como a numeração do coelho, descolando ao vivo na TV, e um padrão do clube paraense numa cor remetendo ao rival Paysandu. Acho que numa situação esportiva melhor no BR esse acordo teria sido mais ponderado. Ou não?
Fornecedoras de uniformes do Santa nas últimas quatro décadas
1983/1990 – Adidas (Alemanha)
1991/1994 – CCS
1994/1995 – Amddma
1995/1996 – Rhumell
1997 – Diadora (Itália)
1998/2008 – Finta
2008 – Champs
2009/2017 – Penalty
2017/2021 – Cobra Coral (marca própria)
2021 – Volt
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