O ranking de consumo por torcedor em 2018, num índice criado e calculado pela Sports Value.
Segundo o estudo da Sports Value, o futebol brasileiro movimentou cerca de R$ 5,7 bilhões em 2018, sendo R$ 1,1 bi através de gastos dos torcedores, o “B2C”, a partir de uma análise sobre os balanços financeiros divulgados em abril. No mesmo ano, o gasto brasileiro com entretenimento foi estimado em R$ 67,7 bilhões. Ou seja, o futebol representou só 1,6% do consumo.
Deste deste cenário, a empresa de marketing esportivo traçou um “ranking” de consumo médio do torcedor. Ou seja, à parte de receitas de transmissão, negociações milionárias e marcas expostas nos uniformes. Entrou na conta apenas o gasto direto do torcedor, na compra de ingressos para os jogos, nas mensalidades no quadro de sócios e na aquisição de produtos oficiais.
Entre os 20 clubes analisados, incluindo 4 do Nordeste, as médias anuais por torcedor vão de R$ 3,89 a R$ 29,18. Pelas colocações, 4º Ceará, 10º Bahia, 12º Sport e 17º Vitória. Já Flamengo e Corinthians, que detêm as maiores torcidas do país, aparecem entre os últimos colocados. Entretanto, vale ter atenção nisso, como pontua o próprio estudo na aspa abaixo.
“Muitos clubes com menor torcida mostraram índice superior a times com torcidas gigantescas. De um lado isso representa um melhor aproveitamento de Chape e CAP (…), que lideram o ranking. Por outro lado, é um enorme potencial para clubes de grandes torcidas alavancarem suas receitas.”
Vale destacar ainda que esta receita “B2C” já ocupa um lugar importantíssimo na receita anual dos principais clubes europeus, os mais ricos do mundo. Como exemplo, o time de maior faturamento na última temporada, o Real Madrid, com € 750 milhões. A TV representou 34%, enquanto a fatia de licenciados e marketing correspondeu a 47% do total. O cenário é quase idêntico no Barcelona e no Manchester United, que completam o pódio. É o caminho.
Observação
Embora cite uma pesquisa da Datafolha para tratar do % de pessoas que não gostam de futebol (42% da população, num dado acima da média em pesquisas do tipo), o estudo não apresenta especificamente o tamanho das torcidas na tabulação – ou se foi um quadro do próprio Datafolha.
O consumo médio dos 20 clubes listados pela Sports Value
1º) R$ 29,18 – Chapecoense
2º) R$ 28,86 – Athletico-PR
3º) R$ 24,66 – Coritiba
4º) R$ 21,76 – Ceará
5º) R$ 20,50 – Goiás
6º) R$ 20,30 – Palmeiras
7º) R$ 20,16 – Fluminense
8º) R$ 19,21 – Grêmio
9º) R$ 18,02 – Botafogo
10º) R$ 17,63 – Bahia
11º) R$ 15,72 – Internacional
12º) R$ 15,62 – Sport
13º) R$ 9,76 – Cruzeiro
14º) R$ 9,37 – Atlético-MG
15º) R$ 7,36 – Santos
16º) R$ 6,11 – São Paulo
17º) R$ 5,52 – Vitória
18º) R$ 4,74 – Flamengo
19º) R$ 4,22 – Vasco
20º) R$ 3,89 – Corinthians
A divisão das receitas dos clubes brasileiros 2018
72% – BSB (“business to business”): diretos de TV, venda de jogadores e patrocínios
21% – B2C (“business to consumer”): bilheteria, sócios e produtos licenciados
7% – Outras receitas
Percentual de pessoas sem interesse por futebol no Brasil
1994 – 17%
2002 – 22%
2006 – 10%
2010 – 20%
2018 – 42%
* Segundo dados do instituto Datafolha
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