A partir de 2019, a final da Taça Libertadores da América passa a ser realizada em jogo único, numa decisão questionável da Conmebol. Quis o destino que a última decisão no formato “raiz” abrigasse o maior clássico do continente, River Plate x Boca Juniors. Pela primeira vez a decisão da principal competição sul-americana será 100% argentina, repetindo o feito do Brasil, com finais caseiras em 2005 (São Paulo x Atlético-PR) e 2006 (Inter x São Paulo).
Um duelo para parar Buenos Aires e cativar também a atenção nos demais países – será que alguém que gosta de futebol vai ignorar?! Ambos os times chegam em alta, com conjunto e valores individuais, além da moral pela dupla classificação no país vizinho, com o Millonario vencendo o Grêmio em Porto Alegre e o Xeneize parando o Palmeiras no Allianz Parque.
Com isso, o Boca do atacante Benedetto quebrou o recorde de finais, chegando à 11ª. Agora, vai tentar o 7º título, um recorde estabelecido pelo Independiente há 34 anos. Já o River vai tentar a 4ª taça, sendo a segunda nesta década, numa era vitoriosa sob o comando de Marcelo Gallardo. Em relação às partidas, a agenda da rivalidade está firmada para o mês de novembro, nos dias 10 (La Bombonera) e 24 (Monumental de Nuñez). Nunca o Superclássico foi tão literal…
Esta é a maior final da história da competição? Creio que os indícios sejam fortíssimos.
River Plate (campeão em 1986, 1996 e 2015)
O River passou na liderança do grupo D, de forma invicta (3V e 3E). No mata-mata, tirou os conterrâneos Racing (oitavas) e Independiente (quartas), seguindo com uma ‘remontada’ histórica sobre o Grêmio na semifinal. Derrotado no Monumental, virou o jogo na arena tricolor com gols aos 36 e aos 49 do segundo tempo, derrubando o atual campeão.
12 jogos, com 6 vitórias, 5 empates e 1 derrota; 14 GP e 6 GC
Boca Juniors (campeão em 1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007)
No grupo H, o Boca só obteve a vaga na última rodada, ajudado pelo líder Palmeiras, que venceu o Junior Barranquilla. Na ocasião, o time xeneize fez 7 pontos a menos que o time brasileiro. Porém, a “copa começa nas oitavas”, como diz o mantra do ídolo Riquelme. E o Boca tirou Libertad (oitavas), Cruzeiro (quartas) e Palmeiras (semi) sem perder um jogo sequer.
12 jogos, com 6 vitórias, 5 empates e 1 derrota; 21 GP e 9 GC
Agora, um rescaldo histórico com 25 campeões de 7 países diferentes…
Os campeões da Libertadores (1960-2017)
7 – Independiente
6 – Boca Juniors
5 – Peñarol
4 – Estudiantes
3 – Nacional, Olimpia, São Paulo, Santos, River Plate e Grêmio
2 – Cruzeiro, Internacional e Atlético Nacional
1 – Racing, Flamengo, Argentinos Juniors, Colo Colo, Vélez Sarsfield, Vasco, Palmeiras, Once Caldas, LDU, Corinthians, Atlético-MG e San Lorenzo
Ranking de títulos entre países* (entre parênteses, o número de vices)
25 – Argentina (11)
18 – Brasil (15)
8 – Uruguai (8)
3 – Colômbia (7)
3 – Paraguai (5)
1 – Chile (5)
1 – Equador (3)
0 – México (3)
0 – Peru (2)
* Já considerando a final argentina em 2018