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O centroavante argentino Cano não marcava há 13 jogos. Fez 2. Foto: Rafael Ribeiro/Vasco.

O Sport perdeu do Vasco lá e lô, ambas por 2 x 0. No returno, jogando em casa, o time se comportou de forma ainda pior. Afinal, lá na 2ª rodada ainda não havia sequer um padrão de jogo, com a equipe tendo um perfil completamente diferente acerca da competição – entrou “rebaixado”, apesar da vitória na estreia. Agora, já na 21ª rodada, o rubro-negro tinha um padrão de jogo consistente, embora extremamente defensivo, o que acaba dividindo a opinião da torcida nas redes.

A divisão parece partir de um sentimento de que é possível extrair ainda mais deste time. Não é. O time minimamente organizado taticamente e com uma pontuação acima do Z4 já respondeu a isso. A exigência por algo mais bate na óbvia limitação técnica, conhecida por todos – todos, incluindo os adversários. Por isso, quando o Sport sai um pouquinho de sua característica acaba pagando bem caro. O primeiro exemplo, já com Jair, ocorreu contra o Botafogo, quando o treinador tentou responder à imagem de um profissional sem repertório ofensivo – embora seja verdade, não invalida o ótimo trabalho quando foca no sistema defensivo. Agora, contra o Vasco, também mergulhado numa crise técnica (9 jogos de jejum) e financeira (salários), a tentação de se impor foi maior que a leitura sobre o jogo.

Nesta edição do Brasileirão o Sport não é tecnicamente superior a nenhum adversário. E uma posse de bola elevada, como foi o caso desta partida, não sustenta essa tese. O leão teve 63%, num índice que se manteve alto até quando o placar estava branco. Uma das explicações é o nada surpreendente excesso de erros. Na saída de bola, na construção ofensiva, na falta de mobilidade da equipe. Não é porque Mikael estava no banco ou porque Jonatan não conseguiu dialogar com Thiago Neves. Vai além disso.

O conjunto, para esta Série A, já está no limite. O trabalho defensivo, visto contra Galo e Ceará, em níveis distintos, é um trabalho mais acessível a este time, que, por poucas vezes, ainda consegue ir ao ataque – num pênalti, numa bola parada ou até com a bola rolando, algo raro. Nos últimos 5 jogos o Sport marcou apenas 1 gol. É um problema grave do Sport, que, sem reforços, pode ser bem difícil de corrigir – e simplesmente encher o time de atacantes, como fez Jair, não adianta. Até lá, cabe ao técnico (e a uma partida da torcida) manter o que esse time tem de mais seguro. Uma defesa bem postada e protegida. Neste sábado, não deu. Em dois cruzamentos rasteiros, Cano se antecipou a Adryelson e definiu o 2 x 0 a favor do Vasco. A reação esteve muito longe de acontecer. Na minha opinião, sem surpresa.

Sport em 21 rodadas na Série A de 2020
Mandante (10 jogos, 15 pts e 50.0%): 5V, 0E e 5D
Visitante (11 jogos, 10 pts e 30.3%): 2V, 4E e 5D

Escalação do Sport (piores: Adryelson, Márcio Araújo e Thiago Neves)
Mailson; Patric, Maidana, Adryelson e Sander; Márcio Araújo (Júnior Tavares, 29/2T), Ricardinho (Marquinhos, 16/2T), Lucas Mugni e Jonatan Gómez (Mikael, intervalo); Thiago Neves (Brocador, 32/2T) e Leandro Barcia. Técnico: Jair Ventura

Escalação do Vasco (melhores: Cano e Marcelo Alves)
Fernando Miguel; Werley (Jadson, 22/2T), Marcelo Alves e Ricardo Graça; Léo Matos (Vinícius, intervalo), Andrey, Leonardo Gil, Neto Borges, Martín Benitez (Yago Pikachu, 18/2T) e Talles Magno (Gustavo Torres, intervalo); German Cano (Tiago Reis, 31/2T). Técnico: Ricardo Sá Pinto

Histórico geral de Sport x Vasco (todos os mandos)
42 jogos
12 vitórias rubro-negras (28,5%)
12 empates (28,5%)
18 vitórias cariocas (42,8%)

Histórico de Sport x Vasco pela Série A (todos os mandos)
29 jogos
7 vitórias rubro-negras (24,1%)
8 empates (27,5%)
14 vitórias cariocas (48,2%)

A análise do Podcast 45 Minutos (Cassio Zirpoli, Celso Ishigami e Fred Figueiroa):

Abaixo, assista aos gols da partida, através do perfil oficial do Brasileirão no Twitter.


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