O técnico Pepa sofreu o seu maior revés no comando do Leão. Foto: Paulo Paiva/Sport.
Apesar do investimento de R$ 57 milhões em reforços, na maior injeção financeira da história do clube, o Sport acabou sendo eliminado ainda na primeira fase da Copa do Brasil. Diante do Operário Várzea-Grandense, lá em Cuiabá, o time rubro-negro passou longe de um encaixe ofensivo. Os números do confronto mostram muito mais a diferença técnica do que a boa execução do plano tático de Pepa. Mesmo sem ser criativo para envolver o adversário, que atuou o tempo todo atrás da linha da bola, o visitante teve 21 x 4 no scout de finalizações. Bastante, certo? Numa atuação com excesso de bolas alçadas na área, como já havia sido no Clássico dos Clássicos, apenas 5 chutes foram efetivamente na barra.
Dois desses chutes foram com Lobato, ambos com muito perigo. Só que esses lances, nas raras jogadas mais trabalhadas, foram na reta final, quando o atacante, um destaques do time nesta temporada, foi acionado. Pois é, o Sport rodou mais uma vez, com o treinador português respondendo como “planejamento”. Ainda que a escalação inicial fosse suficiente para vencer, na minha opinião, era uma noite para atuar com a força máxima possível. Afinal, era um jogo-chave no entendimento de todos. Tirando Lucas Lima, machucado, essa força estava à disposição no Dutrinha. Ao não funcionar, Pepa fez todas as substituições a toque de caixa no 2º tempo. E a simples troca sem entrosamento não surtiu tanto efeito.
Prejuízo moral e financeiro na eliminação
Rodízio é uma coisa, mas a ter uma “base” é algo necessário também. Assim, o empate em 0 x 0 permaneceu até o fim no acanhado estádio. Nos pênaltis, Caíque França ainda defendeu a primeira penalidade, mas Paciência e Rivera bateram mal e pararam no goleiro Luiz Henrique. O Operário fechou a série em 4 x 2 e avançou uma fase da Copa do Brasil pela primeira vez em oito participações. Um resultado histórico para o “CEOV”, que fatura R$ 1 milhão pela classificação e obtém uma receita importante para se viabilizar num ano sem presença no Campeonato Brasileiro – sim, o time do Mato Grosso não está nem na Série D.
Quanto ao Sport, o revés aniquila de cara uma das principais fontes de receita em 2025. Segundo o orçamento do clube, o terceiro menor da Série A, com R$ 183 milhões, a previsão era chegar, no mínimo, à terceira fase. E a tabela apontava para isso, até porque a segunda fase teria sido na Ilha do Retiro. Assim, o Sport deixou de ganhar R$ 4,18 milhões pelas duas próximas fases, sendo R$ 1,87 mi na segunda e R$ 2,31 mi na terceira. É um golpe duro num ano difícil. Mas foi um golpe ainda maior na formação do time, que segue sem deslanchar nos jogos que realmente importam. Perdeu os três clássicos, dois estaduais e um regional, e agora caiu na estreia da Copa do Brasil. Sem performance e sem resultados. Vexame…
Leão coleciona fracassos na larga do torneio
O Sport caiu na primeira fase da Copa do Brasil pela quinta vez em sete anos. Com jogos ainda na lembrança da torcida, o Leão perdeu de Tombense (2019), Brusque (2020), Juazeirense (2021) e Altos (2022). Novo nome nesta estatística indigesta, o Operário Várzea-Grandense também foi um adversário inédito na história absoluta do Sport, que agora soma 410 times diferentes em 5.524 jogos computados desde 1905. Até então, a última novidade no currículo rubro-negro havia sido há um mês, diante do Jaguar, no Estadual.
Escalação do Operário-MT, 0 (4)
Luiz Henrique; Matheus Castanha, Alex Santos (Lucas Matos), Daniel e Matheus Claudino; Vitor Gottens, Caio Vinícius (Hugo Bilhéu) e Fabrício Lusa; Yury (Caíque), Pepê (Mateus Lima) e Guilherme Teixeira (Wallisson). Técnico: Rogério Henrique
Escalação do Sport, 0 (2) (piores: Carlos Alberto, Di Plácido e Antônio CArlos)
Caíque França; Di Plácido, Antônio Carlos, João Silva e Igor Cariús (Dalbert); Christian Rivera, Fabrício Domínguez (Sérgio Oliveira) e Rodrigo Atencio (Hyoran); Carlos Alberto (Lenny Lobato), Chrystian Barletta e Pablo (Gonçalo Paciência). Técnico: Pepa
Histórico do Sport na Copa do Brasil
127 jogos em 31 participações até 25/02/2025
58 vitórias, 29 empates e 40 derrotas
72 confrontos: 42 classificações e 30 eliminações
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Abaixo, assista aos lances decisivos na disputa de pênaltis. Deu Operário.
O Tricolor levou a melhor!
Nas penalidades, o @Operarioceov venceu o Sport e garantiu a inédita classificação para a segunda fase da #CopaBetanoDoBrasil! pic.twitter.com/D7G1A3d2cx
— Copa do Brasil (@CopaDoBrasilCBF) February 26, 2025