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O “s” expõe uma diferença do tamanho do Oceano Atlântico entre os dois times.

Num ritmo incomum, a capital pernambucana ganhou mais um clube profissional em 2022. Um mês após a filiação do Santa Fé, agora é a vez do Clube Atlético Torres, cujo processo de filiação na FPF foi concretizado em 11 de abril. Na verdade, o processo burocrático foi relativamente rápido, pois o CNPJ foi aberto em 24 de março, com sede no bairro do Cordeiro – já o novo Santa fica mais ao norte, na Encruzilhada.

Embora o valor do processo de profissionalização não tenha sido divulgado pela federação pernambucana, na nota oficial da FPF sobre o novo clube, dá para estimá-lo a partir do último valor conhecido, com o Caruaru City pagando uma taxa administrativa de R$ 375 mil em 2021. Este valor deixa claro a meta sobre o retorno econômico, algo sem qualquer segredo. Portanto, o Torres quer formar atletas. Já havia sido assim no City e no Santa Fé. No entanto, a origem do Torres é, de longe, a mais curiosa entre os caçulas. O novo clube, cujo escudo tem as cores azul e amarelo, mas o uniforme é predominantemente azul, é uma filial da agremiação espanhola de mesmo nome.

Origem espanhola com o futebol feminino

Sediado no pequeno município de Torres de la Alameda, com cerca de 8 mil habitantes e a 41 km de Madrid, a matriz foi criada em 2015 com foco na base e atenção especial ao futebol feminino. Inclusive, as três primeiras categorias foram reservadas às mulheres, com 35 atletas na ocasião. Os times masculinos só foram criados a partir de 2016 – hoje são sete categorias. Segundo a federação pernambucana, as conversas sobre a filiação local começaram ainda em setembro. Ou seja, bem antes do cadastro do CNPJ do clube-empresa que “habla”.

Após um acordo com o Torres da Espanha, presidido por José Garcia Sánchez, o Torres do Brasil, presidido pro Rogério Filho, conseguiu trazer a “marca” para o Recife, com tendência de estreia profissional ainda neste ano, na Série A2, além do campeonato de juniores – não foi dita a contrapartida do acordo internacional. Em relação ao mando, o clube pretende mandar os seus jogos na Arena Pernambuco, com reunião já marcada com o empreendimento em São Lourenço – o local já é a “casa” de outro clube-empresa, o Retrô, que tem as mesmas cores.

Antes do Torres, o Torre

De cara, o nome me remeteu ao passado. Afinal, o “Torre”, no singular, teve um peso considerável na história do futebol pernambucano. Fundado em 1909, o Torre Sport Clube era sediado no bairro de mesmo nome e foi campeão pernambucano em três oportunidades (1926, 1929 e 1930), além de ter sido bicampeão do Torneio Início (1922 e 1929). Tradicional na época em que se escrevia “football”, o clube foi um dos participantes da primeira edição do Estadual, em 1915 – Náutico e Sport, por exemplo, só entraram na disputa no ano seguinte.

O “Madeira Rubra”, como era conhecido, disputou o campeonato pela última vez em 1940, quando ficou em 7º lugar entre oito participantes. Depois, se afastou da competição profissional e passou a disputar torneios amadores, mas não foi longe. O clube acabou extinto em 1943, com a fábrica de tecidos que deu origem à agremiação fechando quatro décadas depois, em 1982. Recentemente houve um movimento para a volta do tricampeão pernambucano, mas não avançou – possivelmente pelo alto custo, que realmente é um empecilho. De forma torta, cruzando o oceano, agora temos outro Torre. No plural.

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Abaixo, uma imagem do Torres da Espanha, cujo padrão deve servir de modelo no Torres do Brasil.


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