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Durante o primeiro debate presidencial de 2018, realizado na Band, o candidato Cabo Daciolo, do partido Patriota, chamou a atenção pela eloquência e por temas curiosos, como a denúncia sobre o surgimento da “União das Repúblicas Socialistas da América Latina”, a URSAL.

Trata-se de uma aspiração silenciosa (ou não) que iria da Terra do Fogo, no extremo sul, ao México, beirando a divisa com os Estados Unidos. À parte da política, deixando de lado algo que provavelmente não veremos na prática, vamos ao viés futebolístico, com as mudanças significativas que ocorreriam na organização do futebol ‘nacional’ – basicamente, o oposto do que ocorreu na dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em dezembro de 1991. O tema ganhou logo as redes sociais, com direito ao ‘uniforme’ criado pelo perfil teoricosdofut.

—> Num tempo tão ácido em relação aos debates sobre os rumos do país, o texto abaixo é apenas uma brincadeira e não reflete, mesmo, a minha opinião sobre a ideia/regime.

A Seleção Nacional, a mais vitoriosa do futebol
A qualidade técnica das opções aumentaria consideravelmente. Ao longo da história, Pelé, Maradona, Garrincha, Di Stéfano, Ronaldo, Romário, Obdulio Varela, Leônidas, Stábile. Haja gente. Sobre o time atual, fiz um esboço no 4-3-3. No ataque, o ‘tridente’ histórico do Barcelona seria remontado. Entre os onze titulares da minha projeção (deixe a sua nos comentários), seriam dez sul-americanos e apenas um centro-americano. O Brasil seria a base desta equipe, com seis nomes. Curiosamente, toda a seleção de URSAL jogaria na Europa, sendo sete titulares na Espanha (Barça 3x, Real 3x e Atlético 1x), três na França (PSG 3x) e um na Alemanha (Bayern 1x)

Keylor Navas (Costa Rica, 31 – Real Madrid); Daniel Alves (Brasil, 35 – PSG), Godín (Uruguai, 32 – Atlético de Madrid), Thiago Silva (Brasil, 33 – PSG) e Marcelo (Brasil, 30 – Real Madrid); Casemiro (Brasil, 26 – Real Madrid), James Rodríguez (Colômbia, 27 – Bayern) e Philippe Coutinho (Brasil, 26 – Barcelona); Neymar (Brasil, 26 – PSG), Lionel Messi (Argentina, 31 – Barcelona) e Luis Suárez (Uruguai, 31 – Barcelona)

Obs. A URSAL já nasceria eneacampeã da Copa do Mundo: 1930, 1950, 1958, 1962, 1970, 1978, 1986, 1994 e 2002. Também já teria sido o país-sede em sete oportunidades (1930, 1950, 1962, 1970, 1978, 1986 e 2014).

Em termos continentais, a Copa América teria apenas três competidores: URSAL, Estados Unidos e Canadá. Triangulares insípidos a cada quatro anos.

O Supercampeonato Nacional (Ursalino ou Ursalense?)
Esqueça a Taça Libertadores. No máximo, a tradicional disputa seria a “copa nacional”. Com tantos clubes envolvidos – somente no Brasil existem 700 times profissionais em atividade -, provavelmente os campeonatos seriam regionalizados. Se no Brasil isso já acontece a partir da Série C, na URSAL certamente começaria na Série B, com risco de implantação até mesmo na primeira divisão – lembrando o modelo da NFL, com conferências e uma superdecisão em campo neutro. Sem isso, imagine um calendário com jogos numa quarta-feira em Quito e no domingo em La Plata, com a volta para duas partidas seguidas no Recife e uma viagem na sequência para Tijuana. Não seria fácil. Abaixo, criei um modelo com nove divisões. E, acredite, talvez seja insuficiente. Na Inglaterra, considerando clubes profissionais, semiprofissionais e amadores, existem 21 divisões anuais.

Sugestão de pirâmide do campeonato nacional
Série A – 20 times (campeão no Mundial de Clubes; 4 rebaixados)
Série B – 40 times (2 conferências – 4 acessos e 8 descensos)
Série C – 40 times (2 conferências – 8 acessos e 12 descensos)
Série D – 80 times (4 conferências – 12 acessos e 12 descensos)
Série E – 80 times (4 conferências – 12 acessos e 16 descensos)
Série F – 120 times (3 conferências, com 2 grupos em cada – 16 acessos e 16 descensos)
Série G – 120 times (3 conferências, com 2 grupos em cada – 16 acessos e 16 descensos)
Série H – 120 times (3 conferências, com 2 grupos em cada – 16 acessos e 16 descensos)
Série I – 360 times (10 conferências e grupos extremamente regionalizados – 16 acessos)*
* Vagas nos ‘Estaduais’, via divisões geográficas em cada país atual (no Brasil, claro, são 27)

Pela condição atual, você acha que o seu clube estaria em qual divisão?

A Copa Nacional (Taça Libertadores das Américas)
512 clubes* (campeão no Mundial de Clubes)
* Integrantes das Séries A, B, C, D, E e F garantidos + ranking + vagas via ‘Estaduais’

Sobre os títulos, é algo bem difícil de ‘mensurar’. Eis, então, os maiores campeões continentais.

Considerando os títulos da Conmebol (+5)*
15 – Boca Juniors (ARG) e Independiente (ARG)
9 – São Paulo (BRA)
8 – River Plate (ARG)
7 – Cruzeiro (BRA), Olimpia (PAR) e Atlético Nacional (COL)
6 – Nacional (URU)
5 – Peñarol (URU), Santos (BRA), Internacional (BRA), Estudiantes (ARG) e Grêmio (BRA)
* Libertadores, Sula, Recopa, Supercopa, Ouro, Copa Master, Conmebol e Interamericana

Considerando os títulos da Concacaf (+5)*
10 – América (MEX)
6 – Cruz Azul (MEX), Olimpia (HON), Pachuca (MEX) e Alajuelense (CRC)
5 – Municipal (GUA)
* Copa dos Campeões da Concacaf, Liga da Concacaf e Interamericana

Entre torcedores e hinchas…
A URSAL seria um país bilíngue, com o português e o espanhol como idiomas oficiais – à parte de outras línguas presentes, inclusive indígenas. Considerando a América Latina e o Caribe, a população atual seria de 652 milhões de habitantes, dos quais 207 milhões falando português – o que corresponde a 31,7%. Tomando como base a última pesquisa do Ibope, que aponta que 68,8% da população tem algum time coração, então seriam 448 milhões de torcedores de norte a sul. 

O Flamengo continuaria com a maior torcida, mas o Corinthians perderia duas posições. Embora populares, os times mexicanos seriam conhecidos pelo ‘sofrimento’, com multidões de aficionados, ou ‘hinchas’, e resultados fraquíssimos no cenário nacional. Possivelmente, o trio São Paulo-Rio de Janeiro-Buenos Aires seria conhecido pelas outras torcidas como “eixo”. Clubes com 1 milhão de torcedores teriam apenas 0,15% da preferência nacional, o que mostra a dificuldade para obter relevância popular. Coberturas regionalizadas teriam muito peso no futebol.

As maiores torcidas (estimativa de 2015)
1º) 33,0 mi – Flamengo (BRA)
2º) 30,8 mi – Chivas (MEX)
3º) 26,4 mi – América (MEX)
4º) 24,0 mi – Corinthians (BRA)
5º) 16,4 mi – Boca Juniors (ARG)
6º) 15,3 mi – São Paulo (BRA)
7º) 13,2 mi – River Plate (ARG)

Abaixo, o território da URSAL, com 19.197.000 Km², somando os 20 países e as 10 nações dependentes. A área seria maior que a Rússia, que tem 17.098.246 km².


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