O tablet à disposição da arbitragem nesse modelo mais barato do “árbitro de vídeo”.
A fase final do Campeonato Cearense de 2023 foi pioneira, no Nordeste, na utilização de um novo recurso em relação ao árbitro de vídeo. A FCF conseguiu o aval para utilizar o “VAR Light”, uma versão mais barata e com menos câmeras em relação ao VAR tradicional. A estreia ocorreu na semifinal em 12 de março, com Iguatu 1 x 1 Ceará. Com apenas quatro câmeras, metade do mínimo usado no modelo tradicional, este VAR é mais focado em decisões subjetivas, como pênaltis, se foi falta ou não ou se a falta foi mesmo na área, e revisão de cartões. Também é possível analisar possíveis erros em impedimento, mas sem a capacidade de traçar linhas, valendo mais para erros grosseiros dos auxiliares.
Ou seja, neste ponto a decisão de campo vale demais, com a impossibilidade de revisão em “lances ajustados”, aqueles definidos por centímetros. Então qual é o sentido deste recurso? Respondendo de forma direta: o custo. O VAR regular custa entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. Este é até 40% mais barato. Porém, não é só isso, pois a demanda do recurso em clássicos e fases decisivas dos Estaduais acaba inviabilizando a oferta a todas as praças. Com o VAR Light é possível suprir esta lacuna. No Cearense 2023 o equipamento foi custeado pela federação.
Aprovação regional
Além do Cearense, o Campeonato Goiano também adotou o VAR Light para a fase final, algo só possível após a autorização desta modalidade através da Fifa e da CBF, apenas para competições regionais – onde naturalmente se encaixam os Estaduais do Brasil. A partir disso, perguntei ao presidente da federação pernambucana, Evandro Carvalho, se isso deve acontecer no Pernambucano 2023. O dirigente confirmou que será o VAR tradicional, mas que o VAR Light é uma boa alternativa para os jogos da 1ª fase nos próximos anos, com a necessidade cada vez maior da tecnologia em todos os jogos, valendo título ou não. Espero que essa solução, para este momento, também seja estendida à 1ª fase do Nordestão.
Sobre o VAR Light
Utilizado pela 1ª vez em 2021, em São Paulo, o VAR Light foi retomado no país neste ano. O árbitro de campo pode acessar o mesmo lance em ângulos e velocidades diferentes, todos sincronizados, com recursos de zoom “super slow” e frame a frame. O recurso pode ser operado tanto num computador na sala do VAR, já presente nos principais estádios, quanto num tablet à disposição na beira do campo. Abaixo, mais detalhes sobre o uso.
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