A direção do vozão celebrou a marca de 37 mil sócios em 15/02. Foto: Felipe Santos/Ceará.
O Ceará estimou uma receita de R$ 89 milhões para a temporada de 2023. Embora seja um número bem elevado considerando a maioria dos concorrentes na Série B, é o menor valor nominal do clube desde 2019. Foram três anos seguidos acima de R$ 100 milhões, incluindo o recorde particular em 2022, com R$ 163 mi. Entretanto, o rebaixamento no Campeonato Brasileiro custou caro. A redução já esperada, mas o volume é impactante, com -74,7 milhões de reais, ou -45,6%. Isso estabeleceu a maior diferença econômica na história em relação ao rival Fortaleza, que projeta um faturamento de quase R$ 120 milhões a mais.
Considerando as receitas com a vendas dos direitos de transmissão e as premiações oficiais, que correspondem ao principal vetor econômico, a queda foi de R$ 69,9 mi para R$ 22,7 mi. Na planilha do vozão, que foi aprovada pelo Conselho Deliberativo em 3 de março, foram dois números separados, um para a receita de tevê (12,3 mi) e outra para as possíveis premiações nos torneios (10,4 mi). Por questão de padronização no blog, e até mesmo de compreensão, somei os dois dados. Como exemplo, a previsão na Copa do Nordeste, com R$ 2,25 milhões já garantidos e mais R$ 800 mil caso avance ao mata-mata do regional.
A ousada expectativa na Copa do Brasil
Falando nisso, a projeção orçamentária do Ceará foi pouco conservadora na Copa do Brasil. Nela, a direção estimou uma premiação de R$ 9,55 milhões! Elaborado em 13 de janeiro e assinado pelo agora ex-presidente Robinson de Castro, o orçamento foi divulgado com o clube já classificado à 2ª fase da copa nacional, com R$ 2,65 milhões em cotas acumuladas. Porém, ainda é preciso avançar pelos duas fases para se aproximar do número. O clube também espera um leve aumento com patrocínios e uma estabilidade nas mensalidades com sócios. Somados, esses dois pontos passam de R$ 30 milhões.
Sobre o quadro social, o clube chegou a ter 50 mil adimplentes em 2022, mas caiu para 34 mil após o Z4. Neste início de ano já conseguiu recuperar 3 mil associados, mas ainda falta bastante para o patamar anterior. Considerando a receita líquida, o Ceará espera chegar a R$ 86,3 milhões entre 1º de janeiro e 31 de dezembro. Isso daria um superávit de R$ 100 mil, pois o clube prevê uma despesa de R$ 86,2 milhões. A maior parte, claro, está direcionada ao futebol profissional, sendo R$ 46,0 milhões, incluindo salários, direito de imagem e gestão de contratos. Ao todo, a despesa operacional em Porangabuçu será de R$ 78,7 milhões
A evolução da previsão orçamentária do Ceará (e o aumento sobre o ano anterior)
2018 (Série A) – R$ 55.000.000
2019 (Série A) – R$ 70.000.000 (+27%; +15 mi)
2020 (Série A) – R$ 100.424.786 (+43%; +30 mi)
2021 (Série A) – R$ 151.977.367 (+51%; +51 mi)
2022 (Série A) – R$ 163.868.553 (+7%; +11 mi)
2023 (Série B) – R$ 89.108.688 (-45%; -74 mi)
As principais fontes de receita do Ceará em 2023 (% sobre o total)
1º) R$ 22,7 milhões (25,4%) – Direitos de transmissão na TV e premiações*
2º) R$ 16,0 milhões (17,9%) – Venda de direitos econômicos de atletas
3º) R$ 15,9 milhões (17,8%) – Patrocínio/Marketing
4º) R$ 15,4 milhões (17,2%) – Bilheteria
5º) R$ 15,0 milhões (16,8%) – Sócios
6º) R$ 2,7 milhões (3,0%) – Royalties de produtos licenciados
* Brasileirão (9,3 mi), Copa do Brasil (9,5 mi), Nordestão (3,1 mi) e Cearense (0,8 mi)
Variação das principais receitas alvinegras de 2022 para 2023
+0,6 milhão: Patrocínio/Marketing
-1,0 mi: Sócios
-1,0 mi: Bilheteria
-10,0 milhões: Venda de direitos econômicos de atletas
-47,2 milhões: Direitos de transmissão na TV e premiações
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