Foi o maior número de gols de Kieza num jogo oficial pelo Náutico. Foto: Tiago Caldas/Náutico.
Numa tarde de enorme disparidade técnica, o Náutico atropelou o Central na largada do Campeonato Pernambucano de 2021. Enquanto o timbu manteve a base da Série B, perdendo apenas o goleiro Anderson, e estima uma folha de R$ 700 mil, a patativa reduziu em 50% a sua folha, para R$ 60 mil, com Catende tendo menos de uma semana para treinar o time, ainda em formação. O cenário era propício para uma vitória tranquila dos alvirrubros, focados no Estadual, mas a história foi bem além. Em 35 minutos o placar já apontava 5 x 0. O visitante não teve chance.
Não mesmo, pois o alvinegro cometeu um pênalti logo no primeiro minuto. Kieza cobrou bem e começou a escrever um de seus jogos mais produtivos pelo Náutico. Erick ampliou aos 16, chegando a 20 gols em 92 jogos pelo clube, mas depois só deu o K9. Foram mais três gols até o intervalo, aos 21, 25 e 35 minutos. Assim, turbinou o seu scout vestindo a camisa do Náutico, agora com 58 gols em 107 jogos. A média de gols passou de 0,50 para 0,54. Estático àquela altura, com o goleiro Murilo falhando sistematicamente e com a zaga atordoada, o Central esperava apenas o fim da partida. O apito final veio, mas foi apenas para o 1º tempo.
O temor no 2º foi contido não pela melhora do time de Caruaru, mas pela desaceleração do mandante, com Hélio dos Anjos utilizando as cinco substituições, uma delas com o atacante Kauan no lugar de Erick. Com apenas 16 anos, é um dos jogadores mais jovens já acionados no time principal de Rosa e Silva. Entrou a dez minutos do fim, para começar a ganhar cancha.
Até ali, “a” chance na retomada havia sido uma bola na trave, de Kieza, claro. No fim, o placar construído em 1/3 do jogo valeu a liderança ao alvirrubro, sem aperreio algum. Quanto ao Central, cujo futebol vem sendo tocado por um comitê gestor, após uma intervenção política, o trabalho será enorme, partindo basicamente do zero – nos Aflitos, a nota foi essa.
A cronologia da goleada do Náutico sobre o Central
02/1T – 1 x 0, Kieza (de pênalti, cometido por Gleidson)
16/1T – 2 x 0, Erick (se aproveitando de falha da zaga)
21/1T – 3 x 0, Kieza (driblou Eduardo e chutou forte)
25/1T – 4 x 0, Kieza (pegou o rebote)
35/1T – 5 x 0, Kieza (escorou o passe de Jean Carlos)
Escalação do Náutico (melhores: Kieza, Jean Carlos e Erick)
Alex Alves; Bahia, Camutanga (Carlão), Ronaldo Alves e Bryan (Matheus Trindade); Djavan (Marciel), Rhaldney e Jean Carlos; Erick (Kauan), Vinícius (Giovanny) e Kieza. Técnico: Hélio dos Anjos
Escalação do Central (piores: Murilo, Gleison e Alex)
Murilo; Izael, Alex Moreira (Jonatan), Eduardo Favero e Gleidson; Madson, Djair e David; Palácios (Índio), Júnior Lemos (Denílson) e Dodô (Matheus Issa). Técnico: Catende (interino)
Histórico geral de Náutico x Central (todos os mandos)
269 jogos
149 vitórias alvirrubras (55,3%)
72 empates (26,7%)
48 vitórias alvinegras (17,8%)
Importância do título
Fora da Copa do Brasil e da Copa do Nordeste em 2021, o Náutico sentiu o peso sobre a colocação no Ranking da CBF. Porém, deve ultrapassar o Santa na lista desta temporada – a ser divulgada em março. Com isso, em relação ao Nordestão, pode ir como campeão estadual ou em caso de título do Sport, pois ficaria com a vaga pelo ranking. Para a 1ª opção, a desejada, a largada foi forte.
A análise do Podcast 45 Minutos (Clauber Santana, João de Andrade e Lucas Liausu):
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