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O ranking de folhas na 107ª edição do campeonato estadual, com o leão mais uma vez à frente.

O Campeonato Pernambucano de 2021 terá o maior investimento em relação às folhas do futebol dos últimos quatro anos, o período levantado pelo blog. Numa comparação com a edição passada, que teve a mesma fórmula de disputa, a soma dos salários dos dez clubes participantes, com jogadores e comissão técnica, saltou de R$ 3,08 milhões para R$ 4,27 milhões, num crescimento de 38,2%; confira o ranking abaixo.

Num calendário extremamente apertado, com os campeonatos estaduais gerando pouca receita, ainda mais com os portões fechados devido à pandemia da Covid-19, essa evolução chama bastante a atenção. Porém, há uma explicação direta: a permanência do Sport na Série A. Por sinal, esta publicação só pôde sair após a confirmação da divisão do leão nesta temporada. Afinal, era algo determinante para a receita do clube, com a receita de TV oscilando entre R$ 6 milhões, na B, e R$ 45 milhões, na A.

Em tese já deveria ter sido assim em 2020, pois o rubro-negro já estava na 1ª divisão, mas o excesso de dívidas a curto prazo e a cota reduzida (pois devia R$ 16,5 milhões à Globo em adiantamentos) inviabilizaram o aumento. Da largada com R$ 1,2 mi, no PE, a folha chegou a cerca de R$ 1,5 mi no Brasileirão de 2020, sendo a menor entre os vinte times. Agora, com a cota “cheia”, pode engordar a folha do futebol profissional já agora, com R$ 1 milhão a mais em relação à reta final do BR. Portanto, com R$ 2,5 milhões na reformulação, o Sport fica responsável por 58% dos salários no Estadual de 2021, cuja menor folha é de R$ 60 mil. Esse desnível não era visto desde 2018 – e pelo mesmo motivo, com o leão sendo o único na elite.

Os rivais Náutico e Santa Cruz seguem nas séries B e C, mas só o timbu estimou um aumento no investimento para o início da temporada, “2021”, começando de forma excepcional em fevereiro. Num processo de reorganização administrativa nos últimos anos, o clube de Rosa e Silva tende a largar com um valor 16% acima que o de janeiro de 2020. Além disso, já existe uma projeção de aumento na Série B, de R$ 700 mil para R$ 800 mil. Quanto ao tricolor, iniciando uma nova gestão, houve uma pequena redução, para R$ 400 mil, mas ainda assim é o 2º maior valor considerando o período atual na terceirona, indo já para o 4º ano seguido.

Soma das folhas mensais do Pernambucano
2018 – R$ 3,66 milhões (11 times)
2019 – R$ 2,07 milhões (10 times)
2020 – R$ 3,08 milhões (10 times)
2021 – R$ 4,27 milhões (10 times)

Abaixo, observações sobre as folhas de pagamento dos dez participantes do Estadual de 2021, em dados apurados pelo blog e através dos colegas Lafaete Vaz (Globoesporte), Márcio Souza (Nossa Vitória), Fred Figueiroa (NE45) e João de Andrade (NE45). Na prática, serão apenas três meses de salários, com R$ 12,81 milhões ao todo, uma vez que o torneio local vai de 24 de fevereiro a 23 de maio. O regulamento prevê a realização de apenas 57 partidas.

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Sport (R$ 2,5 milhões) – Com a permanência, o Sport volta ao patamar salarial de 2018, ano em que faturou mais de R$ 100 milhões. Apesar disso, a representatividade da folha no Estadual caiu de 68% para 58%, ainda elevada, claro – e há tendência de aumento no Brasileiro. Eis a evolução da folha inicial do leão: 2,5 milhões (2018), 800 mil (2019), 1,2 milhão (2020) e 2,5 milhões (2021).

Náutico (R$ 700 mil) – O valor informado significa a maior folha do clube alvirrubro nos últimos anos, sendo 3,5 vezes maior que os vencimentos em 2018, quando foi campeão pernambucano pela última vez – ali, no entanto, o time estava na Série C, nos iniciando a sua reconstrução. A evolução da folha inicial do timbu: 200 mil (2018), 290 mil (2019), 500 mil (2020) e 700 mil (2021).

Santa Cruz (R$ 400 mil) – Iniciando o seu triênio como presidente executivo, Joaquim Bezerra estipulou uma folha semelhante ao do último ano com Constantino Júnior à frente, cujo calendário foi idêntico. Há uma tendência de incremento na Série C, a principal meta do clube. A evolução da folha inicial da cobra coral: 250 mil (2018), 330 mil (2019), 450 mil (2020) e 400 mil (2021).

Retrô (R$ 200 mil) – Disputando o Estadual pela segunda vez, a fênix também lidera pela segunda vez entre os intermediários. Contudo, a folha inicial caiu pela metade. Segundo a direção, para retomar o valor do ano de estreia, de R$ 400 mil, é preciso atingir gatilhos, incluindo o título.

Salgueiro (R$ 100 mil) – Em crise financeira, o atual campeão pernambucano manteve o valor do ano passado, quando já teve uma folha bem abaixo do seu histórico. A perda do patrocínio da prefeitura chegou a fazer o clube desistir do Nordestão e da Copa do Brasil, mas voltou atrás.

Afogados (R$ 90 mil) – Em 2020 a coruja teve Copa do Brasil e Série D no calendário, em duas participações nacionais inéditas. Desta vez, entretanto, só terá o Estadual, com agenda mínima – talvez até 9 jogos. Ainda assim, a direção conseguiu segurar a folha, cuja redução foi de apenas 8%.

Vitória (R$ 90 mil) – O tricolor das tabocas é o único time desta edição a repetir o valor investido na temporada passada – quando escapou no último jogo. Em 2021, porém, essa folha deixou a Acadêmica Vitória numa posição financeira melhor, subindo do 7º para o 6º lugar entre os dez.

Vera Cruz (R$ 70 mil) – Na A2, o time de Vitória fez uma parceria com o Retrô, com empréstimos de jogadores. Ainda assim, gastou R$ 200 mil em toda a competição. Agora, menos dependente, o campeão da segundona aumentou a folha mensal, que já larga à frente de dois concorrentes.

Central (R$ 60 mil) – Pela primeira vez a patativa começa o campeonato com a menor folha, num reflexo da crise financeira dos caruaruenses. O valor caiu pela metade em relação ao último ano. E poderia ter sido pior, pois a direção alvinegra cogitou um gasto mensal de apenas R$ 35 mil.

Sete de Setembro (R$ 60 mil) – De volta à 1ª divisão estadual após onze temporadas, o time de Garanhuns aumentou bastante a folha do futebol em relação à Série A2, quando subiu aos 46 minutos do 2º tempo. O salto de 140% é, proporcionalmente, o maior entre os dez times.

As folhas no Pernambucano 2021 (o % sobre o total e a divisão nacional)
1º) R$ 2.500.000 – Sport (58,5%), Série A
2º) R$ 700.000 – Náutico (16,3%), Série B
3º) R$ 400.000 – Santa Cruz (9,3%), Série C
4º) R$ 200.000 – Retrô (4,6%), Série D
5º) R$ 100.000 – Salgueiro (2,3%), Série D
6º) R$ 90.000 – Afogados (2,1%), s/s
6º) R$ 90.000 – Vitória (2,1%), s/s
8º) R$ 70.000 – Vera Cruz (1,6%), s/s
9º) R$ 60.000 – Central (1,4%), s/s
9º) R$ 60.000 – Sete de Setembro (1,4%), s/s

Valor total da folha mensal em 2021: R$ 4.270.000
Média: R$ 427.000
Diferença da maior para a menor: R$ 2.440.000 (ou 41,6x)

Diferença entre as folhas de 2021 e 2020*
+1,3 milhão (+108%), Sport
+200 mil (+40%), Náutico
+35 mil (+140%), Sete de Setembro (da A2 pra A1)
+10 mil (+20%), Vera Cruz (da A2 pra A1)
+10 mil (+11%), Salgueiro
Igual, Vitória
-8 mil (-8%), Afogados
-50 mil (-11%), Santa Cruz
-60 mil (-50%), Central
-200 mil (-50%), Retrô

As folhas no Pernambucano 2020 (o % sobre o total e a divisão nacional)
1º) R$ 1.200.000 – Sport (38,8%), Série A
2º) R$ 500.000 – Náutico (16,1%), Série B
3º) R$ 450.000 – Santa Cruz (14,5%), Série C
4º) R$ 400.000 – Retrô (12,9%), s/s
5º) R$ 120.000 – Central (3,8%), Série D
6º) R$ 98.000 – Afogados (3,1%), Série D
7º) R$ 90.000 – Salgueiro (2,9%), Série D
7º) R$ 90.000 – Vitória (2,9%), s/s
9º) R$ 80.000 – Petrolina (2,5%), s/s
10º) R$ 60.000 – Decisão (1,9%), s/s

Valor total da folha mensal em 2020: R$ 3.088.000
Média: R$ 308.800
Diferença da maior para a menor: R$ 1.140.000 (ou 20,0x)

Reveja os valores das folhas de 2019 e 2018 clicando aqui.


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