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Com 7 gols no BR, Mikael é um lampejo positivo num ano horroroso. Foto: Anderson Stevens/Sport.

Fora de campo, o Sport fez absolutamente tudo ao seu alcance para minar o desempenho no campo nesta apertada temporada de 2021. Foram duas eleições executivas com evidente racha político, renúncia de dois presidentes (Milton Bivar e Leonardo Lopes), caso de homofobia abafado pelo Conselho Deliberativo, montagem equivocada do elenco (pontuada pela incapacidade de achar um segundo volante), atraso na liberação dos reforços em março, amadorismo na condução do departamento de futebol durante a Série A, deixando de inscrever cinco jogadores em setembro, além de autorizar o uso de um atleta sob dúvida – que no fim das contas não resultou em punição, mas fez o clube ter que se defender no STJD, com desgaste de ambiente e gasto com advogados. O roteiro chega a ser “forçado” de tão negativo.

Falando especificamente sobre o ambiente, por mais que os treinadores (Jair Ventura, Umberto Louzer e Gustavo Florentín) tenham tentado blindar o grupo, a conta inevitavelmente chegou, com o recorrente o atraso salarial mudando para o pagamento de 70% da folha mensal, com o acordo de pagar o 30% restantes com a milionária premiação na Série A, só válida em caso de permanência. Que não veio, com o rebaixamento consumado antes de o time jogar a sua 36ª partida. A vitória do Juventude sobre o Bragantino, no RS, sacramentou matematicamente a queda rubro-negra, cuja possibilidade já rondava 99% há duas semanas.

Ou seja, o elenco enxuto, com quatro jovens valores (o goleiro Mailson, o lateral Ewerthon, o meia Gustavo e o centroavante Mikael) e peças pra lá de questionáveis em termos técnicos, termina o ano com uma pendência pesada para o início de 2022. É algo que o clube precisa resolver logo, para evitar punições que já travaram o Sport na esfera desportiva em outras oportunidades, recentes inclusive.

Logo, dando continuidade à bola de neve, o Sport deverá negociar alguma revelação antes do que imaginava, para pagar contas e também para gerar receita já visando 2022, quando a cota de tevê cairá de R$ 45/50 milhões para apenas R$ 7/8 milhões. Uma realidade duríssima, mas condizente com tamanha desorganização vista na Ilha do Retiro este ano – que havia iniciado com a permanência de “2020”, no limite, mas que acabou sendo insuficiente para colocar o clube nos trilhos, até porque o rebuliço interno segue vivo.

Torcedor, qual foi o maior erro do Sport durante esta temporada? As 17 rodadas com Louzer? A não inscrição dos últimos reforços? A demora com Thiago Neves e André? A lista é grande…

4ª queda na era dos pontos corridos na elite
Sobre a queda em si, este foi o 6º rebaixamento na história do Sport no Brasileirão, desde que o sistema de acesso e descenso foi implantado, em 1988. Daí, o rubro-negro caiu quatro vezes nos pontos corridos, cujo desafio técnico é maior, proporcional à necessidade de organização, algo que não teve nos últimos anos – até porque são 4 rebaixados entre 20 times (antes de 2006 a situação era mais branda). Esses quatro descensos ocorreram em menos de quinze anos. No histórico do clube desde 1988, o maior período na elite foi entre 1991 e 2001, com 11 edições seguidas. Neste recorte foram 24 vezes na 1ª divisão e 10 vezes na 2ª divisão.

Os 6 rebaixamentos do Sport à Série B (1988-2021)
1989 – 18 jogos; 3V, 5E e 10D (21º lugar)
2001 – 27 jogos; 5V, 4E e 18D (28º lugar, lanterna)*
2009 – 38 jogos; 7V, 10E e 21D (20º lugar, lanterna)*
2012 – 38 jogos; 10V, 11E e 17D (17º lugar)*
2018 – 38 jogos; 11V, 9E e 18D (17º lugar)*
2021 – 35 jogos; 8V, 9E e 18D (19º lugar)* e **
* Nos pontos corridos
** Faltando 3 rodadas para o fim

4 acessos em 5 presenças na B nos pontos corridos
Em 2022, na 2ª divisão nacional, Sport e Náutico voltarão a se enfrentar no Campeonato Brasileiro após uma década. O último Clássico dos Clássicos pelo BR foi em 2012, na Série A. Já pela B foi em 2011, quando ambos subiram. Em relação ao acesso, o leão disputou a segundona nos pontos corridos em cinco oportunidades. Conseguiu o acesso em quatro – da lista abaixo, o outro acesso, quando foi campeão, foi num modelo de fases, no qual só os dois primeiros subiam. Na única vez em que não terminou no G4, acabou na 6ª posição, em 2010. Na próxima edição, reforçando, o clube não terá a “cláusula paraquedas” em relação à cota de transmissão. Neste cenário de pouca de receita, o Sport só jogou a Série B uma vez, com o surpreendente vice em 2019. Desta vez pegará uma competição ainda mais pesada, com Cruzeiro, Vasco e, possivelmente, Grêmio.

Os 5 acessos do Sport à Série A (1988-2020)
1990 – 24 jogos; 7V, 15E e 2D (campeão)
2006 – 38 jogos; 18V, 10E e 10D (vice)*
2011 – 38 jogos; 17V, 10E e 11D (4º lugar)*
2013 – 38 jogos; 20V, 3E e 15D (3º lugar)*
2019 – 38 jogos; 17V, 17E e 4D (vice)*
* Nos pontos corridos

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