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A plataforma do “Sócio Digital” será por assinatura, com períodos mensal, semestral e anual.

“O Flamengo precisa ser o dono do próprio conteúdo, criar um ecossistema, entender o cliente, customizar os dados e integrar o conteúdo desejado pelo torcedor. O competidor do Flamengo não será mais o Vasco, e sim a Netflix, o Spotify…” Essa frase foi dita por Claudio Pracownik, o presidente da comissão de finanças do rubro-negro carioca, em 5 de junho de 2020, numa entrevista ao canal Ser Flamengo. Nove dias depois, esta visão do mercado futuro tornou-se realidade. No Bahia.

Sim, no tricolor de Salvador, atento às mesmas mudanças de comportamento no futebol. O clube anunciou uma plataforma de streaming concentrando uma extensa lista de conteúdos exclusivos sobre o clube, com a mesma premissa dos streamings já presentes no mercado. Partindo de R$ 9,90, a parcela básica por um mês, o “Sócio Digital” terá cerca de 100 horas de conteúdo na nova plataforma tricolor – quanto mais tempo de assinatura, menor o valor mensal. A ideia já vinha sendo adotada por gigantes da Europa.

E qual é a grande diferença nesta ideia em relação ao conteúdo próprio atual divulgado nas redes? Hoje, o Bahia tem 3,3 milhões de seguidores contando os perfis oficiais no Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e TikTok. O próprio presidente do clube, Guilherme Bellintani, respondeu: “As redes sociais são importantes, mas monetizam muito pouco de forma direta. Importante é ter a nossa ‘própria rede'”. Neste caso, a ideia é capitalizar o alcance digital do clube de Salvador. Apesar do nome, é preciso pontuar que não se trata de uma nova modalidade associativa estatutária, mas sim de um produto à parte. Quem já é sócio do clube, no modelo “tradicional”, terá desconto no streaming tricolor.

Achei uma iniciativa muito interessante do Bahia, ampliando o departamento de comunicação com pensamento voltado diretamente ao seu torcedor, num alcance sem comparativo – no caso, me referindo à imprensa. Porém, é importante frisar que isso não acaba o papel da cobertura jornalística do clube (de qualquer clube, diga-se), num trabalho mais analítico e investigativo, independente. São caminhos diferentes, possivelmente complementares.

Declaração de Guilherme Bellintani, o presidente do Bahia
“O Sócio Digital será um produto inédito. Um conceito ainda não trabalhado no Brasil, preparando o clube para uma autonomia de tecnologia e de produção própria de conteúdo. A relação disso com captação de recursos é direta. (…) É mais um passo de inovação, pioneirismo, coragem. Como o momento requer. Estamos nos reinventando para seguirmos nos fortalecendo.. (…) Ter mais seguidores será menos importante, bem menos importante, do que ter mais sócios digitais.”

Algumas informações sobre o streaming do Bahia
– Mais de 100 horas de vídeo por mês, com metade do conteúdo ao vivo
– Programa do Esquadrão ganha versão diária em vídeo
– Treinos ao vivo, bastidores, entrevistas, cobertura de embarque e desembarque do time
– Possibilidade de transmissões de jogos do Sub 20, do Sub 17 e do futebol feminino
– O aplicativo oficial do clube, o BBMP, será transformado na nova plataforma
– Direito a 5% desconto na loja oficial e 50% em 2 latas de cervejas por jogo

Curiosamente, esse assunto vinha sendo abordado por analistas durante a pandemia, com o futebol brasileiro paralisado e com os clubes tentando caminhos paralelos para a obtenção de recursos. Aqui, a opinião de Alexandre Rangel, da consultoria Ernst & Young.

“Clubes e dirigentes precisam entender que no mundo do entretenimento, os concorrentes não são apenas no futebol, mas os games, como exemplo o Fortnite, filmes e séries on demand, como Amazon Prime e Netfilx. A saída: entender, inovar e, principalmente, se aliar a eles!”

Trabalhando nisso, parece que o Bahia largou na frente. A seguir, o vídeo apresentação.

Leia mais sobre o assunto
Top 50: O ranking de redes sociais dos clubes do Brasil até junho de 2020


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