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A evolução do patrimônio e da receita da FPF nesta década…

Pelo 7º ano consecutivo, o balanço financeiro da Federação Pernambucana de Futebol apresentou um saldo positivo. O relatório auditado em 2 de março e divulgado 53 dias depois aponta um superávit de R$ 2,38 milhões, o maior nesta década – no blog, tenho dados desde 2011, mas é provável que a marca seja, também, a maior da entidade em valores nominais.

Após uma queda no faturamento na temporada passada, mesmo fechando no azul, a federação presidida por Evandro Carvalho voltou a registrar uma evolução na receita operacional, com um acréscimo de R$ 1,63 milhão (+31,9%), totalizando R$ 6,73 milhões. Daí, a fatia de “receitas técnicas de futebol” corresponde a R$ 4,57 mi, ou 67,9% do total. Como consequência, o patrimônio líquido também subiu, chegando ao maior volume da história, R$ 18 milhões.

Sendo justo, o superávit também foi turbinado pelo corte nas despesas. As despesas técnicas do futebol caíram de R$ 3,26 mi para R$ 2,97 mi, enquanto o gasto com o administrativo caiu de R$ 1,28 mi para R$ 1,20 mi. No geral, a despesa foi reduzida de R$ 4,7 mi para R$ 4,3 mi, embora o dado ainda soe elevado levando em conta o trabalho burocrático da entidade, com ajudas esporádicas no pagamento do trio de arbitragem e exames antidoping.

Saldo do exercício na FPF (R$)
2011: +898.500
2012: -89.573
2013: +1.834.817
2014: +1.306.002
2015: +1.478.674
2016: +2.302.010
2017: +279.246
2018: +362.906
2019: +2.386.235

Apesar de ter 8 páginas, o relatório divulgado é bem discreto, com seis páginas não tendo sequer metade do espaço utilizado. Não é possível ver, de forma destrinchada, o quanto as 77 taxas cobradas da entidade representaram na receita – até mesmo para ter uma base sobre o “cartório” da Boa Vista. Como exemplo, o Timbaúba, o primeiro a lançar o demonstrativo contábil com dados de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019. Só em taxas junto à FPF e CBF, gastou R$ 4,6 mil. Isso representou 36% das despesas do clube da Zona da Mata.

Por fim, mas não menos importante, vale pontuar que a FPF segue como uma enorme credora dos clubes locais, quase sempre com resultados negativos no exercício. A entidade já tem um crédito acumulado junto aos filiados na casa de R$ 10 milhões. Sendo mais preciso, a cifra atual é de R$ 10.171.511, com um aumento de R$ 882.907 em relação ao balanço anterior. O documento não detalha os devedores, mas sabe-se que o Sport, Santa e Náutico já tomaram “empréstimos”. Em 2019 o rubro-negro chegou a pagar parte da folha com este crédito.

Receita operacional da FPF
2011 – R$ 3.142.280
2012 – R$ 4.834.087 (+1,69 mi; +53,8%)
2013 – R$ 6.282.441 (+1,44 mi; +29,9%)
2014 – R$ 6.000.765 (-0,28 mi; -4,4%)
2015 – R$ 6.436.876 (+0,43 mi; +7,2%)
2016 – R$ 8.503.245 (+2,06 mi; +32,1%)
2017 – R$ 6.313.330 (-2,18 mi; -25,7%)
2018 – R$ 5.108.733 (-1,20 mi; -19,0%)
2019 – R$ 6.738.881 (+1,63 mi; +31,9%)

Patrimônio líquido da FPF
2011 – R$ 3.757.389
2012 – R$ 3.667.816 (-0,89 mi; -2,3%)
2013 – R$ 5.118.691 (+1,45 mi; +39,5%)
2014 – R$ 11.532.063 (+6,41 mi; +125,2%)
2015 – R$ 12.913.307 (+1,38 mi; +11,9%)
2016 – R$ 15.215.317 (+2,30 mi; +17,8%)
2017 – R$ 15.494.563 (+0,27 mi; +1,8%)
2018 – R$ 15.857.469 (+0,36 mi; +2,3%)
2019 – R$ 18.243.704 (+2,38 mi; +15,0%)

As taxas nos borderôs, no Pernambucano e no Brasileiro
Uma das explicações para o aumento na receita da FPF está no aumento da bilheteria do trio de ferro, mesmo longe do potencial. Após o menor valor agregado na década, o dado voltou a subir, sendo o maior do último triênio. Ao todo, os jogos de Náutico (Aflitos), Santa (Arruda e Arena) e Sport (Ilha e Arena) acumularam R$ 12.810.371. Em jogos pelo Estadual, a entidade tem direito a 8% da renda bruta, numa regra estatuária feita pela mesma. Do apurado de R$ 3,7 mi na edição vencida pelo leão, com média de apenas 3.829 pessoas, a FPF abocanhou R$ 296.710. Só que a federação também leva 5% dos borderôs recifenses no Brasileiro. Neste caso, os desempenhos de Náutico (R$ 2,00 mi), Santa (R$ 1,03 mi) e Sport (R$ 5,19 mi) geraram um repasse de R$ 411.389.

Bilheteria do Trio de Ferro (todas as competições)
2013 – R$ 23,8 milhões (95 jogos)
2014 – R$ 25,1 milhões (96 jogos)
2015 – R$ 21,4 milhões (90 jogos)
2016 – R$ 16,7 milhões (96 jogos)
2017 – R$ 12,5 milhões (100 jogos)
2018 – R$ 9,5 milhões (69 jogos)
2018 – R$ 12,8 milhões (73 jogos)

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