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O gráfico com a evolução das pendências do timbu do Recife nesta década. O post será atualizado.

No limite legal de divulgação do balanço financeiro, em 30 de abril, o Náutico lançou uma “versão sintética” sobre 2019, segundo o vice-presidente jurídico Bruno Becker. O documento tem apenas uma página e carece de informações básicas como receitas e despesas. O clube alega que optou por isso pois o demonstrativo ainda não foi apresentado ao Conselho Deliberativo, devido à pandemia – irá detalhar depois. Portanto, esta postagem está incompleta considerando o padrão visto no blog. Ainda assim, abordo o documento pela relevância do passivo. Eis a “versão sintética”:

Após a apresentação do balanço de 2018, com um passivo de R$ 284 milhões, o maior entre os principais times do Nordeste, Edno Melo garantiu que o montante do Náutico seria consideravelmente menor no relatório seguinte. A certeza vinha das rodadas de negociações (e renegociações) com credores e pendências trabalhistas, com quase 1 mil ações judiciais contra o clube. Passado um ano, a palavra do presidente alvirrubro foi cumprida. A redução oficial foi enorme, baixando em R$ 138 milhões, na soma dos passivos circulante e não circulante – o clube não quitou o valor propriamente dito, abatido após acordos de redução, com parcelamentos em execução. A redução de 48,5% deixou o dado em R$ 146 milhões, já abaixo de Bahia, Santa e Sport. Ainda segue pesado, mas é o menor passivo dos últimos cinco anos, período no qual o clube se endividou após a catastrófica campanha na Série A de 2013 e também reconheceu dívidas antigas, num passo importante para o ajuste na contabilidade.

Entre os poucos dados presentes no pdf (só ativo e passivo), é possível conferir as obrigações tributárias (R$ 47,6 milhões) e com pessoal (R$ 12,2 milhões), ambas no passivo circulante, com prazo de pagamento em até 12 meses. Já no passivo não circulante, com pendências mais longas, o clube citou “empréstimo e financiamentos” na ordem de R$ 86,3 milhões.

Patrimônio líquido estabilizado
Ainda vale destacar que o “imobilizado” do Náutico, com os bens do clube (Aflitos, sede, ginásio etc), está estimado em R$ 201.680.579. Com a redução do passivo, o clube mantém um patrimônio líquido positivo, com subtração entre patrimônio social e déficit geral. Hoje em R$ 60,3 milhões.

Abaixo, um comparativo sobre quatro frentes importantes para a composição da receita no futebol profissional, considerando os últimos três balanços do Náutico – e as respectivas séries nacionais.

Direitos de transmissão na TV
2017 (B) – R$ 834.124
2018 (C) – R$ 160.000 (-80,8%; -0,67 mi)
2019 (C) – A divulgar

Quadro de sócios-torcedores
2017 (B) – R$ 4.221.819
2018 (C) – Não informado*
2019 (C) – A divulgar
* No balanço, aparece em “outras receitas”, com R$ 7,6 mi ao todo

Renda nos jogos
2017 (B) – R$ 11.033.037
2018 (C) – R$ 3.146.154 (-71,4%; -7,88 mi)
2019 (C) – A divulgar

Patrocínio/Marketing
2017 (B) – R$ 2.076.484
2018 (C) – R$ 1.278.690 (-38,4%; -0,79 mi)
2019 (C) – A divulgar

A seguir, o histórico de receitas do Náutico nesta década, com valores entre R$ 15 mi e R$ 20 mi durante os anos fora da Série A. Na elite, receitas na casa de R$ 40 milhões.

Faturamento do clube (receita total)
2011 (B) – R$ 19.236.142
2012 (A) – R$ 41.089.423 (+113,6%; +21,85 mi)
2013 (A) – R$ 48.105.068 (+17,0%; +7,01 mi)
2014 (B) – R$ 15.959.176 (-66,8%; -32,14 mi)
2015 (B) – R$ 18.363.286 (+15,0%; +2,40 mi)
2016 (B) – R$ 16.723.513 (-8,9%; -1,63 mi)
2017 (B) – R$ 19.825.262 (+18,5%; +3,10 mi)
2018 (C) – R$ 16.051.433 (-19,0%; -3,77 mi)
2019 (C) – A divulgar

Resultado do exercício (superávit/déficit)
2011 (B): -1.643.179
2012 (A): -392.993
2013 (A): -721.320
2014 (B): -13.346.684
2015 (B): -10.839.793
2016 (B): -4.608.166
2017 (B): -41.040
2018 (C): +55.394
2019 (C): A divulgar

Evolução do passivo do clube (circulante + não circulante)
2011 (B) – R$ 62.442.207
2012 (A) – R$ 71.979.517 (+15,2%; +9,53 mi)
2013 (A) – R$ 87.816.127 (+22,0%; +15,83 mi)
2014 (B) – R$ 137.364.572 (+56,4%; +49,54 mi)
2015 (B) – R$ 149.267.447 (+8,6%; +11,90 mi)
2016 (B) – R$ 155.639.544 (+4,2%; +6,37 mi)
2017 (B) – R$ 165.936.253 (+6,6%; +10,29 mi)
2018 (C) – R$ 284.527.291 (+71,4%; +118,59 mi)
2019 (C) – R$ 146.340.456 (-48,5%; -138,18 mi)

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