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A evolução das receitas do Náutico, com a receita de 2020 sendo a maior desde 2014.

“O orçamento está bem conservador. Só colocamos as receitas que são certas”. Este foi o resumo do presidente do Náutico, Edno Melo, em relação ao orçamento de 2020, quando iniciará mais um biênio no comando executivo do clube. Com o acesso à Série B, o timbu volta ao estágio financeiro de três anos atrás, com R$ 20 milhões ao todo, mas de forma mais equilibrada.

Após dois anos sem cota de tevê no Campeonato Brasileiro, com o repasse servindo apenas para o custeio da terceirona (viagens e hospedagens), o clube terá a receita igualitária para os 20 times da segunda divisão nacional. E só isso representa 60,9% da previsão de R$ 8,2 milhões em cotas – no relatório alvirrubro, o clube considerou uma cota líquida de R$ 5 mi na B.

Ainda sobre esta frente, somando a receita de televisão e participações, é preciso destacar que o timbu considerou a cota mínima tanto na Copa do Brasil quanto na Copa do Nordeste. Ou seja, foi mesmo conservador – e vejo como algo correto neste momento. E o mata-mata da CBF é o ponto-chave. Lá, o clube tentará repetir o desempenho de 2018, quando passou por três rivais e acumulou R$ 4,3 milhões em cotas, um aporte transformador naquele período.

Este cenário “mínimo” também se aplica à venda de atletas, com nenhum centavo contabilizado. Na prática, contudo, o clube deve seguir negociando ativos. Seguindo o estatuto, o Náutico manterá o elenco com 25% de atletas oriundos da base. De lá o clube conseguiu o seu diferencial em 2019, com cerca de R$ 9 milhões em três vendas – Robinho, Luiz Henrique e Thiago. Sobre a saída de Thiago, aliás, o timbu recebeu apenas uma parcela do Flamengo. Outras três estão programadas para o novo ano. Por fim, neste tom precavido, ainda não há a projeção sobre o patrocinador-master, que tende a impactar a receita geral.

A previsão orçamentária de Rosa e Silva foi aprovada pelo conselho em 18/12. O blog teve acesso aos dados da planilha, que traz outras cifras interessantes, como as receitas de sócios (R$ 4,8 mi, considerando o quadro atual, de 13.101 titulares, recorde), bilheteria nos Aflitos (R$ 1,34 mi), bares (R$ 720 mil!), marca própria N Seis (R$ 540 mil) e aluguéis (R$ 264 mil).

Investimento maior no futebol
Após dois anos na C, o Náutico enfim volta a subir a folha do futebol. Em 2019, o clube começou o Estadual com R$ 230 mil, chegando a R$ 360 mil no Brasileiro, onde acabou campeão. Na B, o timbu já começará o ano com R$ 500 mil/mensais, com expectativa de aumento em caso de sucesso na Copa do Brasil – com duas ou três classificações. No geral, o clube prevê R$ 8,4 milhões no futebol, um pouco acima do que terá que pagar à Justiça do Trabalho, sobre pendências antigas (R$ 5,9 mi, ou 30% do faturamento). Também há a previsão de R$ 960 mil no CT, até para manter a roda girando. Somando todas as despesas, R$ 23 milhões. Ou seja, o quadro resultaria num déficit de R$ 2,99 mi, número que não preocupa a direção. Justamente pelo tom conservador. Faz sentido.

Previsão de orçamento do Náutico
2018 (C) – R$ 14.671.828
2019 (C) – R$ 14.977.880 (+2,0%)
2020 (B) – R$ 20.012.000 (+33,6%)

Faturamento do clube (balanços mais recentes)
2014 (B) – R$ 15.959.176 (-66,8%)
2015 (B) – R$ 18.363.286 (+15,0%)
2016 (B) – R$ 16.723.513 (-8,9%)
2017 (B) – R$ 19.825.262 (+18,5%)
2018 (C) – R$ 16.051.433 (-19,0%)

Alguns dados de receita em 2019
R$ 3.258.538 em bilheteria (renda bruta em 24 jogos)
R$ 4.560.000 em cotas de participação/premiação/transmissão na tevê*
* Também ganhou R$ 580 mil no acordo com o Santa, na 2ª fase da Copa do Brasil

Competições em 2020 (4)
Campeonato Pernambucano, Nordestão, Copa do Brasil e Série B

Nota do blog
A direção mantém o perfil orçamentário desde 2018. Com o clube no limite, utilizando boa parte de sua receita (30%) para dívidas antigas, o Náutico acerta em contabilizar o “certo”. E a partir disso é quase certo, também, imaginar o Náutico tendo bem mais de R$ 20 milhões em 2020, reduzindo a possibilidade de déficit. Foi o que aconteceu em 2019. Embora a conta ainda não esteja fechada, a receita total passou de R$ 20 mi, superando bastante a estimativa inicial de R$ 15 milhões.

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