Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Balanço financeiro do Santa Cruz

O gráfico com a evolução das receitas e das dívidas do tricolor do Recife nos últimos 6 anos.

Embora a última partida oficial do Santa Cruz tenha sido no dia 16 de março de 2024, pela semifinal do Campeonato Pernambucano, o balanço financeiro do clube referente a 2023 ainda seguia pendente. O prazo de divulgação acabou em 30 de abril, mas só agora, quatro meses após o vencimento, as contas do tricolor foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo. Então, para que não tenha confusão alguma, os números mais recentes, presentes neste post, se referem ao cenário financeiro do clube de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023.

Sem futebol, sem arrecadação

Com R$ 13.342.169 de receita operacional em 2023, o clube do Arruda voltou a ter um faturamento inferior ao da Federação Pernambucana de Futebol, que registrou R$ 15.183.413 na última temporada. Na web é possível comparar os últimos 14 anos. Nos doze primeiros, de 2010 a 2021, o Santa Cruz esteve sempre à frente da FPF, chegando a ter R$ 28,3 milhões a mais em 2016, o seu último ano na Série A do Campeonato Brasileiro.

Isto deveria ser algo óbvio, já que é uma instituição que capta receitas de fato, como bilheteria, mensalidades dos sócios e direitos de transmissão, enquanto a FPF só arrecada através de taxas administrativas e percentuais das rendas dos filiados. Contudo, a presença na Série D e o término do calendário de forma muito precoce travaram a agremiação coral. Somando as diferenças registradas em 2022 e 2023, a FPF teve R$ 4,1 milhões a mais que o Santa no biênio, com 29,6 mi vs 25,5 mi. Inverter este cenário é algo crucial, com ou sem SAF.

10 anos seguidos com déficit

O caixa do clube do Santa foi mesmo enxuto, mas nem isso representou uma redução significativa nos gastos administrativos e com salários, que totalizaram R$ 19,9 milhões. Desta forma, o clube registrou outro déficit, desta vez de R$ 7 milhões. O saldo entre receitas e despesas foi negativo pelo 10º ano seguido. Enquanto isso, a FPF teve superávit pela 11ª vez. Segundo o relatório coral, o Santa ainda deve R$ 2.503.007 à entidade. O curioso é que a FPF conseguiu parte de sua receita através de riquezas geradas pelo próprio tricolor, que teve R$ 3,7 milhões em renda no Mundão em 2023, o seu maior dado em cinco anos.

Ainda sobre o relatório publicado em 30 de agosto, vale destacar a reapresentação do passivo nos últimos três anos – ou seja, com ajustes contábeis sobre os demonstrativos anteriores. No caso, com dívidas ainda maiores no Santa. O volume total até 2021, somando pendências de curto prazo (até doze meses) e de longo prazo (acima de doze meses), subiu de R$ 286 mi para R$ 296 mi. Já o de 2022 passou de R$ 292 mi para R$ 302 mi. Por fim, o cenário mais atualizado, com um passivo de R$ 305 milhões até 2023. O quadro sobre a temporada vigente só vai sair entre janeiro e abril de 2025. Com o futebol parado desde março, a tendência é que todos esses números fiquem ainda mais apertados. A conferir.

A seguir, o histórico saldos anuais e dívidas do Santa Cruz nos últimos seis anos. Sobre o passivo, o enorme salto de 2020 para 2021 deve-se, também, ao processo de reconhecimento de dívidas.

Receita total do Santa Cruz

2018 (Série C): R$ 12.401.650
2019 (Série C): R$ 21.594.461 (+74%; +9 mi)
2020 (Série C): R$ 13.753.051 (-36%; -7 mi)
2021 (Série C): R$ 14.070.095 (+2%; +0,3 mi)
2022 (Série D): R$ 12.235.407 (-13%; -1 mi)
2023 (Série D): R$ 13.342.169 (+9%; +1 mi)

Resultado do exercício (superávit/déficit)

2018 (Série C): -18.804.746
2019 (Série C): -2.573.353
2020 (Série C): -5.625.020
2021 (Série C): -8.795.057
2022 (Série D): -8.404.032*
2023 (Série D): -7.060.111
* O saldo da subtração da receita líquida (13,3 mi) pelo custo operacional (19,9 mi) e pelas despesas financeiras (0,4 mi)

Evolução do passivo acumulado do clube

2018 (Série C): R$ 219.753.942
2019 (Série C): R$ 219.003.662 (-0,3%; -0,7 mi)
2020 (Série C): R$ 218.750.009 (-0,1%; -0,2 mi)
2021 (Série C): R$ 296.887.072 (+35%; +78 mi)
2022 (Série D): R$ 302.872.935 (+2%; +5 mi)
2023 (Série D): R$ 305.305.205 (+0,8%; +2 mi)
* A soma das pendências de curto prazo (circulante) e longo prazo (não circulante)

Abaixo, um comparativo com quatro frentes importantes na composição da receita no futebol profissional, presentes nos últimos quatro balanços do Santa – e as respectivas séries no BR.

Direitos de transmissão na TV

2020 (Série C): R$ 4,30 milhões
2021 (Série C): R$ 3,41 milhões (-20%; -0,8 mi)
2022 (Série D): R$ 1,28 milhão (-62%; -2 mi)
2023 (Série D): R$ 3,92 milhões (+205%; +2 mi)

Quadro de sócios-torcedores

2020 (Série C): R$ 1,08 milhão
2021 (Série C): R$ 2,60 milhões (+140%; +1 mi)
2022 (Série D): R$ 2,88 milhões (+11%; +0,2 mi)
2023 (Série D): R$ 2,57 milhões (-10%; -0,3 mi)

Renda nos jogos

2020 (Série C): R$ 958 mil
2021 (Série C): R$ 113 mil (-88%; 0,8 mi)
2022 (Série D): R$ 3,63 milhões (+3097%; +3 mi)
2023 (Série D): R$ 3,70 milhões (0,7%; +26 mil)

Patrocínio e Marketing

2020 (Série C): R$ 5,77 milhões
2021 (Série C): R$ 2,14 milhões (-62%; -3 mi)
2022 (Série D): R$ 2,72 milhões (+27%; -0,5 mi)
2023 (Série D): R$ 1,90 milhão (-30%; -0,8 mi)

Leia mais sobre o assunto
Bruno Rodrigues projeta SAF do Santa Cruz em 2024. Será a primeira da capital?

Estudo aponta o Santa Cruz entre os 25 clubes mais valiosos do Brasil; veja o ranking


Compartilhe!