O Salgueiro desistiu de disputar o Brasileiro e o Central confirmou a presença recorde.
Em 3 de fevereiro o Salgueiro chegou a anunciar a desistência da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil, numa decisão sem sentido algum, já que os torneios ofereciam cotas mínimas de R$ 1,1 milhão. O atual campeão pernambucano queria ficar com a receita e ceder as vagas, o que não foi possível. Assim, voltou atrás e competiu. Agora, em 13 de abril, uma nova coletiva de desistência. O presidente do carcará, José Guilherme, anunciou a saída da Série D, onde o clube teria um calendário mínimo de 14 jogos, mas sem cota extra além do custeio.
A crise financeira, após a saída do aporte da prefeitura, acabou sendo decisiva para o clube abdicar da vaga. É lamentável que a desistência ocorra justamente com o primeiro clube do interior a conquistar o título local. Como o próprio mandatário do Salgueiro disse, a conquista de 2020, à parte do peso histórico, “valeu apenas um troféu e 50 medalhas”. De fato, a última edição com premiação foi a de 2014, com R$ 400 mil para o campeão e R$ 100 mil para o vice.
Com o pedido de desistência do carcará já protocolado na FPF, a vaga acabou caindo no colo do Central. Em 2020, após a eliminação da patativa no Campeonato Brasileiro, escrevi um post com a seguinte chamada: “Central perde 1 vez em 14 jogos e cai na Série D pela 10ª vez. Vaga em 2021 depende do Salgueiro”. No caso, o foco era sobre o possível acesso salgueirense à Série C, para que a vaga na Série D fosse repassada, e não através de uma renúncia do rival. Com a confirmação da vaga, já compartilhada na rede social do clube alvinegro, os caruaruenses chegam à 11ª participação na competição, recorde absoluto no país.
Esta será a 13ª edição da 4ª divisão nacional. O Central só não esteve presente em 2011 e 2012. Sozinho, o clube tem 1/3 de todas as campanhas de PE! Contudo, mesmo sendo uma figura recorrente, nunca chegou sequer ao mata-mata do acesso, nas quartas de final. No máximo, alcançou as oitavas, mesmo quando se preparou bem, o que não é o caso de 2021, com o clube já no terceiro técnico em apenas cinco rodadas no Estadual.
Um cenário complicado ainda mais ao analisar o grupo nesta temporada. O Central ficará na mesma chave do Salgueiro, que já tinha cara de “grupo da morte”. No Grupo A3, a patativa terá os seguintes adversários: ABC (RN), América (RN), Atlético (CE), Campinense (PB), Caucaia (CE), Sousa (PB) e Treze (PB). Dos oito times, quatro avançam à fase eliminatória. É possível?
Histórico do Central na Série D
10 participações (11ª em 2021)
84 jogos (106 GP e 87 GC; +19)
31 vitórias (36,9%)
26 empates (30,9%)
27 derrotas (32,1%)
47,2% de aproveitamento
Colocações do Central na Série D 2009 (12º), 2010 (32º), 2013 (14º), 2014 (16º), 2015 (14º), 2016 (36º), 2017 (48º), 2018 (45º), 2019 (26º) e 2020 (35º)
As 33 campanhas de Pernambuco na Série D (e o nº de times em cada ano)
2009 (2) – Central (12º lugar; 2ª fase) e Santa Cruz (28º lugar; 1ª fase)
2010 (2) – Santa Cruz (14º; 2ªF) e Central (32º; 1ªF)
2011 (2) – Santa Cruz (vice; acesso) e Porto (38º; 1ªF)
2012 (2) – Ypiranga (28º; 1ªF), Petrolina (39º; 1ªF)
2013 (3) – Salgueiro (4º; acesso), Central (14º; 2ªF) e Ypiranga (23º; 1ªF)
2014 (2) – Central (16º; 2ªF) e Porto (18º; 1ªF)
2015 (2) – Central (14º; 2ªF) e Serra Talhada (25º; 1ªF)
2016 (3) – América (26º; 2ªF), Central (36º; 1ªF) e Serra Talhada (67º; 1ªF)
2017 (3) – América (46º; 1ªF), Atlético (47º; 1ªF) e Central (48º; 1ªF)
2018 (3) – Central (45º; 1ªF), Belo Jardim (59º; 1ªF) e Flamengo (57º; 1ªF)
2019 (4) – América (24º; 2ªF), Central (26º; 2ªF), Salgueiro (30º; 2ªF) e Vitória (67º; 1ªF)
2020 (3) – Salgueiro (11º; 3ªF), Central (35º; 1ªF) e Afogados (48º; 1ªF)
2021 (2) – Retrô (a disputar) e Central (a disputar)
Nº de participações pernambucanas na Série D de 2009 a 2021 (33 vezes; 14 clubes)
1º) 11x – Central
2º) 3x – América, Salgueiro e Santa Cruz
5º) 2x – Porto, Serra Talhada e Ypiranga
8º) 1x – Afogados, Atlético, Belo Jardim, Flamengo de Arcoverde, Petrolina, Retrô e Vitória
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