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De forma nominal, o superávit subiu em R$ 138 milhões em um ano. Foto: Lucas Figueiredo/CBF.

O balanço financeiro da CBF sobre 2019 foi apresentada e aprovada durante a assembleia geral da entidade, em 17 de março. E pelo 13º ano seguido a confederação terminou no “azul”. O superávit foi milionário, como de praxe, e pela primeira vez passou da casa de uma centena de milhões de reais – na verdade, chegou a quase duas, com R$ 190 milhões.

Ao todo, a receita da CBF se aproximou de R$ 1 bilhão, sendo também a maior da história, aumentando a marca anterior em cerca de R$ 300 milhões. É muita coisa. O origem do crescimento, segundo a entidade, ocorreu “pela elevação de três fontes de receitas da entidade: patrocínios, direitos de transmissão e comerciais e Fundo de Legado da Copa do Mundo de 2014”.

Faz tempo tempo que a máquina de fazer dinheiro sediada no Rio de Janeiro termina com “lucro”, ou, melhor dizendo, superávit. Tanto que vale até lembrar o último ano no vermelho. Foi em 2006, com déficit R$ 22,13 milhões, a partir de um faturamento de R$ 99 milhões – ou 1/10 do montante atual. E olhe que na ocasião houve um adiantamento da Isec, a International Sports Events Company, sobre os direitos dos amistosos da Seleção Brasileira por quatro anos. Desde então, ainda que a administração tenha seguido rigorosamente a mesma linha, com foco na Canarinha, o caixa só fez aumentar. Nos últimos 13 anos, o superávit acumulado é de R$ 838 milhões, sem considerar a correção inflacionária no período.

A fatia propriamente dita do futebol
Em relação à utilização deste recurso no futebol, a confederação comandada por Rogério Caboclo investiu meio bilhão – sendo preciso, R$ 535 mi. Desta vez, foram R$ 320 milhões nas competições sob a chancela da CBF e R$ 215 milhões nas seleções nacionais (Principal, Feminina e Base). Historicamente a relação não costuma ser essa. A seguir, o investimento no futebol no último triênio e o percentual disso sobre a receita total, somando torneios e seleções. O % não acompanhou. Pelo volume total, fica claro que o investimento no Campeonato Brasileiro poderia ser maior…

2017 – R$ 374 milhões (68,7%)
2018 – R$ 463 milhões (75,1%)
2019 – R$ 535 milhões (55,9%)

Curiosidade jurídica
A CBF é uma “pessoa jurídica de direito privado, de caráter desportivo, sem fins lucrativos, conforme os arts. 1º e 6º do seu Estatuto”. Há tempos, a entidade luta politicamente, com todas as forças, para manter tal status, sem uma regulação de fato. É muito dinheiro em jogo.

Superávit seguido da CBF
2007 – R$ 10 milhões
2008 – R$ 32 milhões
2009 – R$ 72 milhões
2010 – R$ 83 milhões
2011 – R$ 73 milhões
2012 – R$ 55 milhões
2013 – R$ 55 milhões
2014 – R$ 51 milhões
2015 – R$ 72 milhões
2016 – R$ 43 milhões
2017 – R$ 50 milhões
2018 – R$ 52 milhões
2019 – R$ 190 milhões

A receita total da CBF no período
2007 – R$ 114 milhões
2008 – R$ 152 milhões
2009 – R$ 233 milhões
2010 – R$ 271 milhões
2011 – R$ 313 milhões
2012 – R$ 360 milhões
2013 – R$ 436 milhões
2014 – R$ 519 milhões
2015 – R$ 518 milhões
2016 – R$ 597 milhões
2017 – R$ 544 milhões
2018 – R$ 616 milhões
2019 – R$ 957 milhões

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