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Os clubes com as maiores dívidas abertas com a União em 2024

Os maiores devedores da União, considerando as dívidas abertas na consulta em 31/01/2024.

Em 2024, os clubes presentes nas quatro séries do Campeonato Brasileiro têm R$ 1,1 bilhão em dívidas abertas com a União Federal. Sendo mais preciso: R$ 1.142.764.334. Esta é a soma de débitos tributários, débitos previdenciários e multas trabalhistas que não foram acordados, com o passivo correndo à revelia dos clubes. No caso, 60 dos 124 clubes são responsáveis por este montante. Ou seja, 48,3% dos participantes – confira o ranking abaixo.

Em doze meses, essa dívida dos participantes do Brasileirão aumentou em R$ 113 milhões, ou 11%. Havendo a devida ressalva pela alteração de alguns nomes na Série D, cuja vaga vem do Estadual. Os débitos dos times, apurados pelos respectivos CNPJs, estão à disposição através do aplicativo “Dívida Aberta”, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Campeão da Libertadores no Top 10

A consulta pública lista todos os contribuintes com dívida ativa junto à União e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Entre os maiores devedores do futebol, me chamou a atenção a presença do Fluminense, o atual campeão da Libertadores. O número informado na ferramenta subiu em um ano de R$ 20 mil para R$ 37 milhões. Com isso, o Flu já entrou no “top ten” – figura em 9º. Esse ranking nada elogiável é liderado, de novo, pelo Brasiliense.

O clube candango aparece com R$ 397 milhões, sendo R$ 389 mi em 45 débitos tributários. O seu aumento bruto de 2023 para 2024 foi de R$ 13,9 milhões, ou +3,6%. Sozinho, o time do Distrito Federal abarca 34,8% das dívidas abertas do Brasileirão com o governo federal. O que torna essa situação ainda mais inacreditável é o fato de ser um clube relativamente novo. Foi fundado em 1º de agosto de 2000, mas já está na 4ª divisão nacional há dez anos.

Regularização não é sinônimo de dívida quitada

No primeiro ano do app, em 2020, o maior devedor era o Cruzeiro, com R$ 261 milhões, mas o clube de BH firmou um acordo com a PGFN e conseguiu descontos sobre encargos, juros e multas. Além disso, parcelou R$ 182 milhões em 145 meses – aliviando o passivo geral, que chegou a bater em R$ 1 bilhão. Hoje, o clube mineiro tem a terceira maior dívida aberta na elite, mas com um valor 23 vezes menor que aquela primeira consulta (11 mi x 261 mi).

A sua dívida pública ainda é enorme, mas a maior parte passou a ser “desconsiderada” no aplicativo devido ao compromisso de pagamento. Portanto, é preciso pontuar que os 64 clubes do Brasileirão sem dívida ativa com o governo não estão, necessariamente, “zerados”. Afinal, a consulta não lista os débitos parcelados, garantidos ou com exibilidade suspensa.

Trio do Recife em Recuperação Judicial

Na realidade, muitos clubes seguem devendo, mas tentam administrar as suas pendência de forma mais responsável. No Recife, o descontrole do Trio de Ferro ainda é considerável. Em 2023 eram R$ 273 milhões em dívidas à revelia, com 525 casos citados pelo governo. Em 2024 caiu pra R$ 194 milhões e 453 casos. A leve melhora foi proporcionada pela situação do Sport. O clube da Ilha do Retiro entrou em Recuperação Judicial e reduziu o número à revelia de R$ 113 mi pra R$ 22 mi. De 117 débitos, o leão tem hoje “apenas” 15 sem negociação.

Náutico e Santa também entraram em Recuperação Judicial, todos querendo pavimentar o terreno para a SAF, mas a má situação com a União ainda não mudou. Hoje, são 212 débitos do timbu (ou R$ 97 mi) e 226 débitos do tricolor (ou R$ 75 mi). Neste ano, o clube do Arruda é o terceiro maior devedor entre os clubes sem divisão. Neste contexto, a pior situação é a da Portuguesa, com R$ 136 mi. Somando os 124 clubes do BR a outros times tradicionais o país, com o levantamento do blog chegando a 150 clubes, a dívida aberta é de quase R$ 1,5 bilhão.

As maiores “dívidas abertas” com a União

1º) R$ 397,7 milhões – Brasiliense (DF), Série D
2º) R$ 193,7 milhões – Guarani (SP), Série B
3º) R$ 136,8 milhões – Portuguesa (SP)*
4º) R$ 97,4 milhões – Náutico (PE), Série C
5º) R$ 95,2 milhões – Ponte Preta (SP), Série B
6º) R$ 82,6 milhões – Paraná Clube (PR)*
7º) R$ 78,3 milhões – Avaí (SC), Série B
8º) R$ 75,2 milhões – Santa Cruz (PE)*
9º) R$ 37,7 milhões – Fluminense (RJ), Série A
10º) R$ 28,9 milhões – Vila Nova (GO), Série B
* Sem divisão nacional em 2024

A seguir, a lista completa de devedores nas quatro divisões de 2024. A dívida junto à União Federal é a seguinte: R$ 105 milhões na Série A, R$ 438 milhões na Série B, R$ 135 milhões na Série C e R$ 462 milhões na Série D. Da lista anterior, os maiores acordos entre quitação ou parcelamento foram feitos por Sport (-91 mi), América-MG (-17 mi) e Cruzeiro (-11 mi).

As dívidas abertas na Série A de 2024

1º) R$ 37.707.606 – Fluminense (RJ)
2º) R$ 21.127.257 – Vasco (RJ)
3º) R$ 11.801.882 – Cruzeiro (MG)*
4º) R$ 10.391.719 – Bahia (BA)
5º) R$ 9.880.726 – Palmeiras (SP)
6º) R$ 8.988.081 – Botafogo (RJ)
7º) R$ 3.911.154 – Atlético (MG)
8º) R$ 1.769.282 – São Paulo (SP)
9º) R$ 263.168- Atlético (GO)
10º) R$ 1.766 – Vitória (BA)
* Em Recuperação Judicial

10 clubes da 1ª divisão sem débitos à revelia: Athletico (PR), Bragantino (SP), Corinthians (SP), Criciúma (SC), Cuiabá (MT), Flamengo (RJ), Fortaleza (CE), Grêmio (RS), Internacional (RS) e Juventude (RS)

As dívidas abertas na Série B de 2024

1º) R$ 193.772.864 – Guarani (SP)*
2º) R$ 95.257.283 – Ponte Preta (SP)
3º) R$ 78.332.248 – Avaí (SC)
4º) R$ 28.951.976 – Vila Nova (GO)
5º) R$ 22.008.907 – Sport (PE)*
6º) R$ 8.834.541 – Goiás (GO)
7º) R$ 6.219.936 – Ceará (CE)
8º) R$ 3.501.180 – Paysandu (PA)
9º) R$ 986.474 – América (MG)
10º) R$ 550.414 – Brusque (SC)
11º) R$ 275.288 – Botafogo (SP)
* Em Recuperação Judicial

9 clubes da 2ª divisão sem débitos à revelia: Amazonas (AM), Chapecoense (SC), Coritiba (PR), CRB (AL), Ituano (SP) Mirassol (SP), Novorizontino (SP), Operário (PR) e Santos (SP)

As dívidas abertas na Série C de 2024

1º) R$ 97.493.602 – Náutico (PE)*
2º) R$ 18.011.263 – ABC (RN)
3º) R$ 5.784.621 – Caxias (RS)
4º) R$ 4.751.930 – Figueirense (SC)
5º) R$ 4.396.154 – Remo (PA)
6º) R$ 4.306.054 – Londrina (PR)
7º) R$ 934.236 – Confiança (SE)
8º) R$ 201.935 – Ferroviário (CE)
* Em Recuperação Judicial

12 clubes da 3ª divisão sem débitos à revelia: Aparecidense (GO), Athletic (MG), Botafogo (PB), CSA (AL), Ferroviária (SP), Floresta (CE), Sampaio Corrêa (MA), São Bernardo (SP), São José (RS), Tombense (MG), Volta Redonda (RJ) e Ypiranga (RS)

As dívidas abertas na Série D de 2024

1º) R$ 397.739.162 – Brasiliense (DF)
2º) R$ 23.113.093 – Brasil de Pelotas (RS)
3º) R$ 10.216.161 – Inter de Limeira (SP)
4º) R$ 9.145.737 – Villa Nova (MG)
5º) R$ 7.428.304 – São José (SP)
6º) R$ 3.831.512 – Ipatinga (MG)
7º) R$ 2.372.438 – Santo André (SP)
8º) R$ 1.157.458 – Mixto (MT)
9º) R$ 977.905 – Rio Branco (AC)
10º) R$ 874.977 – ASA (AL)
11º) R$ 765.271 – Democrata (MG)
12º) R$ 755.236 – Real Noroeste (ES)
13º) R$ 683.069 – União Rondonópolis (MT)
14º) R$ 532.111 – América (RN)
15º) R$ 509.074 – Portuguesa (RJ)
16º) R$ 473.058 – CRAC (GO)
17º) R$ 392.372 – Atlético (CE)
18º) R$ 390.497 – Hercílio Luz (SC)
19º) R$ 363.105 – River (PI)
20º) R$ 210.834 – Itabaiana (SE)
21º) R$ 155.953 – Potiguar de Mossoró (RN)
22º) R$ 142.081 – Treze (PB)
23º) R$ 34.894 – Tocantinópolis (TO)
24º) R$ 26.650 – Petrolina (PE)
25º) R$ 20.144 – Sergipe (SE)
26º) R$ 19.230 – CSE (AL)
27º) R$ 10.272 – Trem (AP)
28º) R$ 4.532 – Real Brasília (DF)
29º) R$ 2.299 – Iporá (GO)
30º) R$ 2.208 – Serra (ES)
31º) R$ 1.150 – Maringá (PR)

33 clubes da 4ª divisão sem débitos à revelia: Água Santa (SP), Águia (PA), Altos (PI), Anápolis (GO), Audax (RJ), Avenida (RS), Barra (SC), Cametá (PA), Capital (TO), Cianorte (PR), Concórdia (SC), Costa Rica (MS), Cascavel (PR), Fluminense (PI), Humaitá (AC), Iguatu (CE), Itabuna (BA), Jacuipense (BA), Juazeirense (BA), Manauara (AM), Manaus (AM), Maracanã (CE), Maranhão (MA), Moto Club (MA), Nova Iguaçu (RJ), Novo Hamburgo (RS), Porto Velho (RO), Pouso Alegre (MG), Princesa do Solimões (AM), Retrô (PE), Santa Cruz (RN), São Raimundo (RR) e Sousa (PB)

Relembre os rankings anteriores de dívidas abertas, segundo a PGFN: 2020, 2021, 2022 e 2023.


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