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Os maiores devedores da União, considerando as dívidas abertas na consulta em 24/01/2022.

Os 60 clubes presentes nas três principais divisões do Campeonato Brasileiro de 2022 têm R$ 829 milhões em dívidas abertas com a União Federal. De forma precisa, R$ 829.460.806, com redução de 75,1 mi sobre 2021 (-8,3%). Não só porque alguns clubes pagaram parte de suas contas, mas sobretudo pelo rebaixamento do Santa Cruz à Série D. Assim, o tricolor pernambucano, que tem R$ 57,4 milhões em pendências, saiu do recorte – em tese, apareceria em 6º lugar nesta lista.

Os números estão à disposição através do aplicativo “Dívida Aberta”, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). A consulta pública lista todos os contribuintes com dívida ativa junto à União e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No primeiro ano do app, em 2020, o maior devedor era o Cruzeiro, com R$ 261,6 mi, mas o clube mineiro firmou um acordo com a PGFN e conseguiu um desconto considerável – sobre encargos, juros e multas. Assim, parcelou R$ 182 milhões em 145 parcelas (!). É preciso pontuar isso pois a raposa, que virou uma sociedade anônima do futebol (SAF), deve R$ 1 bilhão ao todo.

E exatamente por isso vale uma ressalva sobre o ranking levantado pelo blog, a partir dos códigos de CNPJ e nomes oficiais de cada clube brasileiro. Ao todo, 35 clubes apareceram com pendências. No entanto, os demais clubes, sem dados revelados, não estão necessariamente “zerados”, uma vez que a consulta não lista os débitos parcelados, garantidos ou com exibilidade suspensa – caso do supracitado Cruzeiro. Então, seguindo a cronologia das “dívidas abertas”, a liderança passou para o Guarani em 2021 e para o Vasco em 2022. O time de Campinas não reduziu a sua dívida (longe disso), mas foi ultrapassado devido ao descontrole cruz-maltino neste cenário, com muitas pendências correndo soltas – são quase 80 débitos.

Entre os times espalhados nas Séries A, B e C deste ano estão 17 nordestinos, dos quais 12 têm dívidas abertas com a União, com os recifenses bem à frente – Sport e Náutico estão no G4. Por sinal, considerando também o Santa na análise, o buraco do trio de ferro de PE não para de crescer. De 2020 para 2021 a soma dos rivais passou de R$ 198,7 mi para R$ 205,2 mi, com R$ 6,4 milhões a mais (+3,2%). De 2021 para 2022 passou de R$ 205,2 mi para R$ 233,2 mi, com R$ 28,0 milhões a mais (+13,6%). Hoje, as 463 pendências de rubro-negros, alvirrubros e tricolores totalizam R$ 233.238.140. Na contramão dos pernambucanos, os grandes clubes cearenses seguem com dívidas controladas. O Ceará não aparece pela terceira vez, enquanto o Fortaleza aparece com apenas R$ 20 mil, devido a uma multa trabalhista.

A seguir, um balanço das três divisões em 2022. Na sequência, o ranking de cada série e um vídeo.

Total de dívidas ativas em 2022 (e o % sobre R$ 829,4 mi)
Série A – R$ 124.827.716 (15,0%)
Série B – R$ 566.794.624 (68,3%)
Série C – R$ 137.838.466 (16,6%)

Total de dívidas ativas em 2021 (e o % sobre R$ 904,5 mi)
Série A – R$ 317.437.580 (35,0%)
Série B – R$ 448.016.013 (49,5%)
Série C – R$ 139.138.258 (15,3%)

Total de dívidas ativas em 2020 (e o % sobre R$ 896,3 mi)
Série A – R$ 252.456.080 (28,1%)
Série B – R$ 569.762.333 (63,5%)
Série C – R$ 74.098.298 (8,2%)

Os dez maiores devedores entre as Séries A, B e C de 2022
1º) R$ 198.217.578 – Vasco (RJ), +78,5 mi (B)
2º) R$ 159.422.484 – Guarani (SP), +7,1 mi (B)
3º) R$ 93.258.315 – Sport (PE), +21,9 mi (B)
4º) R$ 82.512.840 – Náutico (PE), +2,3 mi (B)
5º) R$ 60.860.638 – Figueirense (SC), +10,8 mi (C)
6º) R$ 38.804.126 – Fluminense (RJ), -86,3 mi (A)
7º) R$ 38.355.683 – Botafogo (RJ), +4,5 mi (A)
8º) R$ 35.487.105 – Avaí (SC), +24,9 mi (A)
9º) R$ 23.657.511 – Vitória (BA), +19,1 mi (C)
10º) R$ 19.399.144 – Vila Nova (GO), +13,4 mi (B)

SÉRIE A
De 2021 para 2022, uma redução de R$ 192,6 milhões. Alguns pontos explicam tamanha mudança. Primeiro, os rebaixamentos de Sport e Chape, que no último pesavam R$ 71,3 mi e R$ 10,0 mi, respectivamente. Além disso, as reduções milionárias de Flu (-86,3 mi), Santos (-28,2 mi), Corinthians (-20,8 mi) e Inter (-20,9 mi). A contrapartida nesta temporada está no Avaí, que subiu de divisão e e também aumenttou a dívida (+24,9 mi). Por final, vale dizer que embora o Fluminense siga na ponta, a redução do clube foi de 68%.

Ranking de dívidas abertas com a União na Série A de 2022
1º) R$ 38.804.126 – Fluminense (RJ), 10 débitos
2º) R$ 38.355.683 – Botafogo (RJ), 22
3º) R$ 35.487.105 – Avaí (SC), 44
4º) R$ 6.053.707 – Corinthians (SP), 1
5º) R$ 4.916.774 – São Paulo (SP), 2
6º) R$ 504.714 – Coritiba (PR), 1
7º) R$ 297.239 – Juventude (RS), 1
8º) R$ 239.581 – Atlético (GO), 1
9º) R$ 148.625 – Santos (SP), 7
10º) R$ 20.162 – Fortaleza (CE), 1

10 sem dados na consulta: América (MG), Athletico (PR), Atlético (MG), Bragantino (SP), Ceará (CE), Cuiabá (MT), Flamengo (RJ), Goiás (GO), Internacional (RS) e Palmeiras (SP)

SÉRIE B
Desde a criação do aplicativo da PGFN, possibilitando a consulta geral, segundona segue como a divisão com mais dívidas abertas. Nesta temporada o montante voltou a passar de meio bilhão de reais. Não por acaso, conta com os quatro primeiros colocados, com o Vasco, indo para o 3º ano seguido na segunda divisão, aumentando a pendência em R$ 78,6 milhões. Com quase R$ 200 mi, é o clube com mais dívidas abertas do Brasil, sendo R$ 197,2 mi apenas em débitos tributários.

Ranking de dívidas abertas com a União na Série B de 2022
1º) R$ 198.217.578 – Vasco (RJ), 78 débitos
2º) R$ 159.422.484 – Guarani (SP), 166
3º) R$ 93.258.315 – Sport (PE), 91
4º) R$ 82.512.840 – Náutico (PE), 188 (recorde)
5º) R$ 19.399.144 – Vila Nova (GO), 173
6º) R$ 9.714.778 – Cruzeiro (MG) 3
7º) R$ 1.986.131 – Londrina (PR), 44
8º) R$ 887.698 – Ponte Preta (SP), 2
9º) R$ 633.810 – Bahia (BA), 8
10º) R$ 501.402 – Chapecoense (SC), 2
11º) R$ 260.444- Brusque (SC), 9

9 sem dados na consulta: CRB (AL), Criciúma (SC), CSA (AL), Grêmio (RS), Ituano (SP), Novorizontino (SP), Operário (PR), Sampaio Corrêa (MA) e Tombense (MG)

SÉRIE C
Apesar do rebaixamento do Santa Cruz, que liderou esta lista na terceira divisão em 2020 e 2021, o valor total da competição foi basicamente o mesmo nesta ordem de grandeza, oscilando de R$ 139,1 mi para R$ 137,8 mi, com queda de 0,9%. Entre as justificativa, o novo aumento do Figueirense, que dois CNPJs ativos, um do clube social (43,3 mi) e outro da empresa LTDA (18,5 mi). Em um ano, R$ 10 milhões a mais na consulta dos catarinenses. Além disso, há a presença do Vitória, que volta à terceirona após 16 anos. E o leão baiano caiu com mais dívidas abertas, somando R$ 19,1 mi em doze meses – chegou a R$ 23,6 mi.

Ranking de dívidas abertas com a União na Série C de 2022
1º) R$ 60.860.638 – Figueirense (SC), 183 débitos
2º) R$ 23.657.511 – Vitória (BA), 46
3º) R$ 17.373.625 – Paysandu (PA), 87
4º) R$ 16.496.969 – Brasil (RS), 108
5º) R$ 11.340.755 – ABC (RN), 107
6º) R$ 5.687.592 – Campinense (PB), 62
7º) R$ 775.312 – Confiança (SE), 40
8º) R$ 615.632 – Botafogo (SP), 3
9º) R$ 459.308 – Remo (PA), 2
10º) R$ 288.911 – Atlético (CE), 14
11º) R$ 154.169 – Botafogo (PB), 4
12º) R$ 102.457 – Ferroviário (CE), 12
13º) R$ 24.161 – Altos (PI), 2
14º) R$ 1.426 – Volta Redonda (RJ), 1

6 sem dados na consulta: Aparecidense (GO), Floresta (CE), Manaus (AM), Mirassol (SP), São José (RS) e Ypiranga (RS)

Relembre os rankings anteriores de dívidas abertas, segundo a PGFN: 2020 e 2021.


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