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Inauguração da Arena MRV, do Atlético-MG

O design interno do estádio é semelhante ao de outras arenas do país. Foto: Atlético-MG/Twitter.

O Atlético Mineiro inaugurou o seu novo estádio, a Arena MRV, com uma vitória sobre o Santos por 2 x 0, pelo Brasileirão. O empreendimento foi construído entre abril de 2020 e agosto de 2023, ocupando uma área de 128 mil metros quadrados no bairro Califórnia, em Belo Horizonte. Com 44.892 lugares à disposição, a Arena MRV figura na 42ª posição entre os maiores estádios da América do Sul, somando arenas e palcos mais antigos.

Com a abertura oficial, o Galo tornou-se o sexto clube do país com uma arena de grande porte, potencialmente habilitada até para jogos da Copa do Mundo. Entre particulares e públicos, agora já são 16 estádios com este perfil. Lembrando que existem outros estádios particulares modernos, mas de menor porte, como a Arena Independência, também na capital de Minas Gerais. A casa do América-MG pode receber até 23 mil espectadores.

Custou R$ 1 bilhão para sair do papel

Num investimento de R$ 1,081 bilhão, entre construção (R$ 746 mi) e contrapartidas (R$ 335 mi), o Atlético dá sequência ao processo de “modernização” estrutural do futebol brasileiro. Ainda que com prazos arrastados e com custos mais elevados também. A reportagem de Fred Ribeiro, do site Globo Esporte, trouxe os valores pagos nos principais palcos do país, quase todos utilizados regularmente na Série A. A primeira arena de grande porte no Brasil, exclusiva para o futebol e atendendo aos requisitos do “Padrão Fifa”, foi a Arena do Grêmio.

O estádio do tricolor gaúcho foi inaugurado em dezembro de 2012. Na época, custou R$ 600 milhões. A correção daquele valor através do Índice Nacional de Custo da Construção, o INCC, daria o dobro em agosto de 2023. Vale pontuar que o levantamento do GE não trouxe o Nilton Santos, hoje operado pelo Botafogo após licitação. Porém, o estádio foi construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007, custando R$ 380 milhões, e depois reformado para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Entendo que integre o perfil e incluí no blog.

Futuras exigências na Série A

Seja com estádio próprio ou em parcerias com arenas administradas de forma público-privada, a tendência é que os clubes tenham que jogar na primeira divisão, num prazo cada vez mais próximo, em locais mais modernos. Logo, com exigências maiores no regulamento, prezando pela qualidade do jogo (campo e iluminação), do conforto do público (capacidade, cadeiras, serviços e acesso) e também do próprio produto (transmissão na tevê).

O Atlético já tinha o Mineirão como opção, mas a direção optou por seguir um caminho próprio. Mesmo com o Maracanã à disposição, o Flamengo, cuja média de público passa de 54 mil pagantes, também já pensa em erguer o seu no Rio. Em SP, o Santos planeja refazer a Vila Belmiro, de 16 mil para 30 mil. Já o São Paulo quer ampliar o Morumbi, numa obra semelhante à do Monumental de Nuñez, do River Plate. Saindo dos principais centros, o Coritiba prevê um investimento de R$ 500 milhões, via SAF, para reconstruir o Couto Pereira.

O que diz o regulamento sobre a capacidade

No Recife, com a Arena Pernambuco ainda apresentando problemas de mobilidade, o Sport se articula para uma reforma “retrofit” na Ilha do Retiro, estimada entre R$ 150 mi e R$ 200 mi. Além de modernizar, deixaria o estádio com 30 mil lugares – hoje recebe apenas 26 mil. Tudo para ficar nos “moldes” do futuro Campeonato Brasileiro. Ao menos, preparado para uma possível participação, à parte da classificação natural dentro da competição.

Hoje, de acordo com o regulamento oficial do Brasileirão, a capacidade mínima de público na elite é de 12 mil pessoas, dado já considerado baixo para a Série A. Nas demais divisões, o mínimo exigido em 2023 é de 6 mil (Série B), 4 mil (Série C) e 1 mil (Série D, na 1ª fase).

O custo de construção das arenas brasileiras

A seguir, os valores corrigidos sobre a construção das 16 principais arenas do país a partir de 30 mil lugares – entre parênteses, a capacidade. A lista conta com os 12 estádios do Mundial 2014, além das arenas de Grêmio (Arena do Grêmio), Palmeiras (Allianz Parque) e Galo (Arena MRV), e do Estádio Olímpico do Rio, o Nilton Santos. Ao todo, seis clubes têm estádios próprios, incluindo ainda Athletico-PR (Arena da Baixada), Corinthians (Neo Química) e Inter (Beira-Rio).

Como curiosidade, também listei o Independência, apesar da capacidade menor, e o Mangueirão, cuja reforma em 2023 foi mais branda que a de outros palcos tradicionais. O estádio em Belém sequer trocou a cobertura de concreto, por exemplo. De toda forma, a modernização atendeu aos requisitos para as Eliminatórias de 2026, sendo o local do primeiro jogo da Seleção Brasileira.

1º) R$ 2,50 bilhões – Mané Garrincha (72.788)
2º) R$ 1,90 bilhão – Neo Química Arena (47.605)*
3º) R$ 1,86 bilhão – Maracanã (78.838)
4º) R$ 1,20 bilhão – Mineirão (61.846)
4º) R$ 1,20 bilhão – Arena do Grêmio (55.662)*
4º) R$ 1,20 bilhão – Fonte Nova (50.025)
7º) R$ 1,17 bilhão – Arena da Amazônia (44.310)
7º) R$ 1,17 bilhão – Allianz Parque (43.713)*
9º) R$ 1,14 bilhão – Nilton Santos (46.831)
10º) R$ 1,08 bilhão – Arena MRV (44.892)*
11º) R$ 1,06 bilhão – Arena Pantanal (41.112)
12º) R$ 1,00 bilhão – Castelão (63.903)
13º) R$ 947 milhões – Arena Pernambuco (45.500)
14º) R$ 712 milhões – Arena das Dunas (31.375)
15º) R$ 700 milhões – Arena das Baixada (42.372)*
16º) R$ 651 milhões – Beira-Rio (50.128)*
17º) R$ 321 milhões – Independência (23.018)*
18º) R$ 146 milhões – Mangueirão (51.000)**
* Estádio particulare; ** Reforma parcial

Os possíveis mandantes no Padrão Fifa

78.838 – Maracanã (RJ): Flamengo, Fluminense e Vasco*
72.788 – Mané Garrincha (DF): não tem
63.903 – Castelão (CE): Ceará e Fortaleza
61.846 – Mineirão (MG): Cruzeiro
55.662 – Arena do Grêmio (RS): Grêmio
51.000 – Mangueirão (PA): Paysandu* e Remo*
50.128 – Beira-Rio (RS): Internacional
50.025 – Fonte Nova (BA): Bahia e Vitória*
47.605 – Neo Química Arena (SP): Corinthians
46.831 – Nilton Santos (RJ): Botafogo
45.500 – Arena Pernambuco (PE): Náutico*, Santa Cruz* e Sport*
44.892 – Arena MRV (MG): Atlético-MG
44.310 – Arena da Amazônia (AM): Amazonas* e Manaus
43.713 – Allianz Parque (SP): Palmeiras
42.372 – Arena da Baixada (PR): Athletico-PR
41.112 – Arena Pantanal (MT): Cuiabá
31.375 – Arena das Dunas (RN): ABC* e América de Natal
23.018 – Independência (MG): América-MG
* Clube que não joga regularmente no estádio

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Abaixo, assista ao primeiro gol oficial do estádio do Galo, anotado por Paulinho em 27/08.


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