A nova cara do estádio do Sport, hoje com 86 anos de história. Foto: Rafael Bandeira/Sport.
Com a reinauguração das cadeiras centrais, a Ilha do Retiro volta a ter uma capacidade superior a 30 mil pessoas após um bom tempo. Desde o cálculo de 32,9 mil, produzido pelo Instituto de Pesos e Medidas há uma década, o Sport já foi obrigado a fazer várias reduções devido aos problemas com acesso e saída de torcedores em vários setores. O estádio chegou a ser limitado em 26,4 mil lugares mesmo com o uso das antigas cadeiras centrais. A partir do jogo contra o Bahia pela Copa do Nordeste, em 22 de fevereiro, a casa rubro-negra passa a ter mais capacidade após a conclusão da reforma orçada de R$ 5 milhões.
Com a retirada dos 5.311 assentos metálicos em 2022, após quase 40 anos de utilização e pouca manutenção, a capacidade caiu para 19,5 mil, a carga máxima durante o ano, com o “recorde” no jogo contra o Vasco, com 19.598 pessoas. Com a arquibancada repaginada em 2023, corrigindo inclusive os espaços entre os degraus, foram instaladas 5.460 cadeiras dobráveis, num modelo recorrente nas novas arenas brasileiras. Considerando a capacidade autorizada pelos Bombeiros e pela Polícia Militar, através dos últimos laudos técnicos, agora então são 30.149 lugares à disposição do público, de um total de 34.032 lugares possíveis, cuja diferença ocorre pelas restrições de segurança ainda vigentes na estrutura. No Arruda, dando outro exemplo, o estádio coral tem 55 mil lugares liberados entre 60 mil possíveis.
A capacidade máxima na prática
Apesar do salto na capacidade, dificilmente o rubro-negro conseguirá utilizar o dado atual numa carga de ingressos, uma vez que a divisa das torcidas, mandante e visitante, acaba gerando corredores de segurança entre os setores. Além da necessidade de levar em conta a presença dos não pagantes, como autoridades e crianças. A última vez com 30 mil pessoas foi em 2017, contra o Corinthians. Na prática, um borderô assim só tende a ser alcançado com torcida única, cuja norma questionável vigora em PE em “caráter experimental”.
Num cenário sobre a capacidade da Ilha sem qualquer restrição, e com a medição de espaço de 50 cm por pessoa, a estrutura seria mais que suficiente para uma carga com mais de 30 mil ingressos. Basta atender a todas as exigências na vistoria, como fez o clube nos últimos meses no setor das cadeiras centrais. Até que a ideia do “retrofit” saia do papel, se sair, cabe ao Sport seguir melhorando o seu patrimônio, com demanda grande em outros setores.
A “ampliação” de setor em setor
Segundo o último laudo no site da FPF, de fevereiro de 2020, a capacidade oficial da Ilha sob autorização dos órgãos até chegou a subir para 30 mil, mas sequer foi implantada, com a paralisação em março devido à pandemia. Na ocasião, o documento ampliou o dado de 26.418 para 30.000, redondinho, após a liberação do setor de visitantes, de zero para 2.900, e da abertura parcial dos camarotes, de zero para 682 pessoas – em tese, este local pode receber até 1.438. Agora, tendo ainda mais 149 nas novas cadeiras centrais, o estádio atinge a sua maior capacidade em dez anos. Ainda vale dizer que a soma de todas as cadeiras liberadas no estádio do leão, com 13.768, corresponde a 45,6% da carga liberada.
Números do Estádio Adelmar da Costa Carvalho
Capacidade atual: 30.149 lugares (88,5% do total)
Capacidade máxima sem restrições: 34.032 lugares
Recorde: 56.875 pessoas em Sport 2 x 0 Porto (07/06/1998)
Histórico do Sport até 16/02/2023: 2.275 jogos, com 1.388V, 503E e 384D
Evolução da capacidade da Ilha do Reiro
1950 – 20.000 lugares (ampliação para a Copa do Mundo)
1960 – 36.000 lugares (+16.000), ampliação das cadeiras e da arquibancada
1984 – 45.000 lugares (+9.000), construção dos tobogãs e ampliação das cadeiras
1998 – 50.000 lugares (+5.000), construção da “Curva de Wanderson”
2001 – 45.000 lugares (-5.000*)
2005 – 32.500 lugares (-12.500*)
2006 – 30.520 lugares (-1.980*)
2007 – 34.500 lugares (+3.980), construção da “Curva de Dubeux”
2013 – 32.983 lugares (-1.517*)
2017 – 30.000 lugares (-2.983*)
2019 – 26.418 lugares (-3.582**)
2023 – 30.149 lugares (+3.731), reforma das cadeiras
* Redução por medida de segurança, por orientação dos Bombeiros e/ou PM
** Interdição da geral do placar e redução dos camarotes (reabertos em 2020)
Setorização da Ilha do Retiro em 2023
682 lugares (de 1.438) – Camarotes*
5.460 lugares – Cadeira central
2.050 lugares – Cadeira de ampliação (Curva de Dubeux)
2.076 lugares – Assento especial (Curva de Wanderson)
3.500 lugares – Sociais
5.373 lugares – Arquibancada frontal
2.656 lugares (de 4.582) – Arquibancada lateral do placar*
5.452 lugares (de 6.653) – Tobogã da sede e arquibancada lateral da sede (geral)*
2.900 lugares – Tobogã do placar (torcida visitante)
* Setores com liberação parcial da capacidade
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Abaixo, confira o laudo da PM sobre a capacidade máxima liberada na Ilha do Retiro, antes desta reforma. O setor com 8.029 lugares corresponde à soma da frontal com a arquibancada lateral, ao lado da geral do placar. Sem restrição, essa soma daria 9.955.
