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A taça da Copa do Nordeste

Até hoje foram 19 edições. Em 2023, após incertezas, enfim a 20ª edição. Foto: CBF/divulgação.

Agora, a Copa do Nordeste realmente faz parte do calendário oficial da CBF, num acordo que demorou a sair e deve ser firmado por cinco temporadas, renovável por mais cinco – e assim sucessivamente. Nos últimos anos, o torneio foi organizado (e promovido) pela Confederação Brasileira de Futebol, mas baseado num acordo judicial entre a entidade e a Liga do Nordeste, que venceu seguidas vezes na Justiça a ação de indenização. Antes de falar de 2023, então, é preciso explicar, rapidamente, sobre o que aconteceu em 2002. Isso mesmo, há duas décadas.

Na ocasião, o Nordestão vivia o auge técnico e econômico, num torneio com turno completo, com 15 rodadas, e mata-mata. Contudo, alegando falta de espaço no calendário devido à implantação dos pontos corridos na Série A em 2003, a direção da CBF riscou o regional do mapa. Ignorou contratos assinados e a vontade dos clubes, a partir da primeira liga regional criada no país. Daí, a ação de reparação, com direito a duas edições durante o impasse, em 2003 e 2010, ambas esvaziadas, de interesse e competidores, já como consequência.

A década que evitou a indenização

As duas copas vencidas pelo Vitória durante o imbróglio foram importantíssimas no processo, que acabou valendo uma indenização milionária – fala-se entre R$ 30 mi e R$ 50 mi. Para não precisar pagar essa bolada, a CBF propôs um acordo e a liga topou. No caso, seriam dez edições seguidas, com dozes datas na fase principal. Ou seja, de 2013 a 2022. Nesse tempo todo o futuro ficou em xeque. No entanto, a imagem da Copa do Nordeste pesou de novo a favor, ainda mais agora com o presidente da CBF sendo o baiano Ednaldo Rodrigues.

O fato é que a copa se impôs para 2023, tanto economicamente, com as emissoras de TV aberta (SBT) e TV fechada (ESPN) já fechando pacotes até 2025, quanto no âmbito esportivo. Como exemplo, os quatro anos seguidos com quatro times na 1ª divisão nacional entre 2018 e 2021, o máximo até hoje. Não parece coincidência que isso tenha ocorrido paralelamente à evolução da Lampions na década, com a cota absoluta passando de R$ 5,6 milhões em 2013 a R$ 34,3 milhões em 2020, o auge antes da crise pela pandemia da Covid-19. A meta da direção da liga é, há algum tempo, chegar a uma receita-base de R$ 50 milhões anuais.

Entendimento da liga com as federações

Para a sequência do torneio, agora regular como outras disputas nacionais, acabou valendo a articulação política. Pela Liga do NE, através da atração de receitas, até porque parte do dinheiro é repassado às nove federações. E esse era o “X” da questão, pois as entidades começaram como oposição. Aos poucos, algumas mudaram de lado. A última a ceder, parcialmente e mais por isolamento do que por entendimento, foi a federação pernambucana.

Uma outra contrapartida da liga foi o aumento no número de times na copa, cenário aplicado em 2022. Após uma reunião via videoconferência, em julho de 2021, o nº passou de 20 para 36 clubes, somando a preliminar e a fase de grupos. Todos os nove estados foram contemplados com novas vagas. Para 2023, porém, a preliminar terá apenas 16 clubes, em vez de 24, numa revisão da contrapartida à continuidade – a eliminatória vale 4 vagas na fase principal.

A confirmação em partes

Mesmo assim, seguiu a discussão sobre o total de datas da Copa do Nordeste, com algumas federações querendo a redução, de 12 pra 8, e a liga querendo ao menos a manutenção, mas visando chegar a 13. Ficou como estava. E a primeira sinalização oficial disso tudo aconteceu somente em 21 de setembro, quando o vice-presidente da liga, Constantino Júnior, confirmou as duas datas da fase preliminar, entre os dias 5 e 8 de janeiro de 2023, através de um ofício da CBF encaminhado às federações estaduais, como não poderia deixar de ser – veja abaixo. Curiosamente, este calendário oficial, divulgado depois no site da confederação, ainda não tem as datas do Nordestão – estará só na 2ª versão. Por sinal, a formalização até 2027, apesar da longa costura, ainda não foi escrita nem mesmo internamente. Haja política.

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