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Eleição no Sport

Em 50 anos, este será o 15º bate-chapa no clube rubro-negro. Foto: Sport/Twitter.

Numa disputa polarizada, os sócios do Sport vão escolher o presidente do clube para o biênio 2023/2024 no dia 16 de dezembro. Nesta data, na sede leonina, as cédulas terão dois nomes à mostra. O de Yuri Romão, o atual presidente, e o de Luciano Bivar, já eleito em seis mandatos. As inscrições foram feitas no limite do prazo estipulado pela comissão eleitoral, com ânimos exaltados nas chapas, como relatou o repórter da Rádio Jornal, João Victor Amorim. O curioso é que, na política rubro-negra, essas composições têm algumas peças que em algum momento já estiveram do outro lado. Ou seja, novo, novo, não há ninguém desta vez.

Já a maior curiosidade deste bate-chapa, além da inexistência da 3ª via (ou até da 4ª via, caso do último pleito regular), é, na minha visão, o perfil dos principais dirigentes. No caso de Yuri, será a sua primeira eleição como cabeça de chapa. Embora seja o atual presidente, foi eleito como vice, ascendendo após a licença de Leonardo Lopes. O seu trabalho passou pele arrumação da casa na questão administrativa, mas paralela ao mau rendimento no futebol, com o rebaixamento na Série A de 2021 e a permanência na Série B de 2022. E o futebol, obviamente, é o carro-chefe. Inclusive, com a data inacreditável desta campanha, 40 dias após a última rodada da Segundona, o mandatário já acertou com o técnico de 2023: Enderson Moreira. O processo até precisava ocorrer, mas e se a oposição vencer?

Falando em Luciano, com enorme vivência nos bastidores do clube, o fato a ser destacado – negativamente – é que ele já renunciou em dois dos seus seis mandatos, em 2001 e 2013, deixando uma crise política. Essas saídas ocorreram logo nas vezes em que encarou as urnas. Bivar concorreu em 1988 (consenso), 1996 (consenso), 1998 (consenso), 2000 (bate-chapa), 2004 (consenso) e 2012 (bate-chapa). Na primeira eleição de fato, teve 64% dos votos, enquanto na segunda teve 57%, num pleito mais disputado contra Homero Lacerda. Além disso, acabou de ser eleito deputado federal por Pernambuco.

Em tese, pelo estatuto do Sport, precisaria escolher: ser presidente do Sport ou deputado federal. A questão é que esta escolha pode ser feita após a eleição. Pelo histórico particular do dirigente, a dúvida sobre o trabalho efetivo nos próximos dois anos me parece considerável. Sem contar a costura de apoios, tendo a proximidade com a principal uniformizada do clube, que em 2021 acabou proporcionando mais cenas lamentáveis na Ilha. Enfim, teremos mais uma eleição quente na Ilha do Retiro. E o resultado não me parece longe do óbvio, ao contrário do que costuma ocorrer nas disputas nos clubes do Recife.

Chapas da situação

Nome: Sport do Futuro (nº 20)
Presidente executivo: Yuri Romão
Vice executivo: José Roberto Moura
Presidente do Conselho Deliberativo: Silvio Neves Batista
Vice do Conselho Deliberativo: Rodrigo Guedes

Chapa da oposição

Nome: Lealdade ao Sport (nº 10)
Presidente executivo: Luciano Bivar
Vice executivo: Augusto Caldas
Presidente do Conselho Deliberativo: Ricardo Pereira
Vice do Conselho Deliberativo: Rafael Arruda

Os 10 maiores bate-chapas no Sport (e os eleitos)

1º) 4.063 votos – 2016 (Arnaldo Barros; 61%, situação)
2º) 3.456 votos – 2008 (Silvio Guimarães; 75%, situação)
3º) 3.441 votos – 2012 (Luciano Bivar; 57%, situação)
4º) 2.997 votos – 1974 (Jarbas Guimarães; 76%, situação)
5º) 2.816 votos – 2000 (Luciano Bivar; 64%, situação)
6º) 2.776 votos – 2018 (Milton Bivar; 88%, oposição)
7º) 2.403 votos – 1978 (José Moura; 87%, situação)
8º) 2.359 votos – 2021 (Milton Bivar; 43%, situação)
9º) 2.224 votos – 1986 (Homero Lacerda; 62%, oposição)
10º) 1.957 votos – 2010 (Gustavo Dubeux; 98%, situação)

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