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O ofício de desistência em 02/02/2021 e o inédito troféu erguido em 05/08/2020. Hiato de 181 dias.

Eis uma bomba no futebol pernambucano. O site NE45 Minutos informou o pedido oficial de desistência por parte do Salgueiro em relação à Copa do Nordeste e à Copa do Brasil de 2021. O carcará, o atual campeão pernambucano, já protocolou o pedido junto à FPF, num ato assinado pelo presidente do clube, José Guilherme.

O título estadual em 2020, numa final contra o Santa Cruz, dentro do Arruda havia garantido o clube sertanejo na fase de grupos do Nordestão e na primeira fase do mata-mata nacional. Considerando a presença nas duas fases iniciais, sem cota extra alguma por classificação, o Salgueiro teria direito a R$ 1,18 milhão, por baixo. A conta soma os R$ 640 mil pelo regional e os R$ 540 mil pela copa nacional, mas neste segundo caso considerando a menor cota de 2020 – pois os valores ainda serão divulgados.

Sobre a polêmica saída, o clube alegou uma grave crise financeira: “Em face da grave crise em nossa região sertaneja em PE; em face da perda, não só de patrocinadores privados, mas, em especial, da prefeitura municipal de Salgueiro”. Nos últimos dois balanços financeiros, porém, o clube havia registrado superávit, com a prefeitura representando R$ 200 mil, um valor até modesto – já em 2020, cujo balanço ainda será divulgado, a prefeitura empenhou R$ 450 mil ao clube, dado presente no portal da transparência. Ocorre que, agora, o Salgueiro segue na disputa do Campeonato Pernambucano, que vai ser realizado paralelamente aos dois torneios relegados. Ou seja, apesar da crise, a direção do carcará terá que montar um time profissional.

Então, como pode ser mais fácil abrir mão de duas cotas e seguir com um elenco profissional? Ainda mais considerando que gastos com viagem, hospedagem e alimentação são bancados pelas duas competições. Atitude bem estranha do Salgueiro, que aguarda a confirmação da CBF. Na ponta do lápis, não vi sentido, surpreendendo bastante que tenha sido unanimidade.

Caso tenha sido um blefe do Salgueiro, parece ser o maior já visto em PE. E haja política…

A seguir, as consequências imediatas da desistência do carcará.

1) Segundo o Regulamento Geral de Competições da CBF, em seu artigo 62, “Se uma equipe abandonar, for excluída ou eliminada pela Justiça Desportiva de uma competição ficará automaticamente suspensa durante 2 (dois) anos de qualquer outra competição coordenada pela CBF, em qualquer categoria ou divisão”. Porém o “Parágrafo único” na sequência detalha: “Entende-se também como abandono a desistência da disputa de uma competição após a publicação definitiva da tabela e regulamento correspondente.” Tanto a copa regional quanto a copa nacional seguem sem tabela, pois sequer foram sorteados os grupos. No caso da Lampions, o pedido foi feito dois dias antes do sorteio da fase principal. Em tese, o Salgueiro não sofrerá punição.

2) Confirmada a desistência, as vagas devem ser herdadas pelo Náutico, que, por desempenho, ficou de fora das duas copas em 2021. No Nordestão, o Santa provavelmente passaria a “ter” a vaga como vice-campeão do Estadual, com o timbu recebendo a vaga via Ranking da CBF. Isso desconsiderando uma reviravolta na seletiva, na qual a Itabaiana perdeu do Santa. Já na Copa do Brasil, onde o timbu ficou de fora após 16 anos, teríamos Santa (2º), Náutico (3º) e Retrô (melhor na 1ª fase excetuando os “finalistas”; neste caso numa releitura) como representantes locais, em vez da composição com Salgueiro (1º), Santa (2º) e Retrô (melhor na 1ª fase excetuando os finalistas).

Obs. A informação sobre a desistência foi apurada por João de Andrade Neto e Clauber Santana.

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