Evoluindo, Parraguez teve a sua melhor atuação no ano, com 2 gols. Foto: Anderson Stevens/Sport.
Numa atmosfera que não era sentida nessas bandas há mais de dois anos, com 22.483 torcedores na Arena Pernambuco, o Sport venceu o CRB por 3 x 1 e se classificou para a decisão da Copa do Nordeste de 2022. Um jogo quente, já com com cara de decisão, com a pressão da arquibancada a cada jogada, a cada apito do árbitro, a cada erro do adversário. Cá pra nós, é muito melhor ver um jogo de futebol assim.
Talvez por isso, mas não só por isso, os rubro-negros fizeram um 1T excelente, com volume ofensivo, triangulações e presença constante no campo dos alagoanos. Com 23 minutos o placar já estava 2 x 0, com gols de Parraguez. O mesmo centroavante chileno que ficou a triz de ser encostado no elenco, devido ao péssimo início de temporada, com sete jogos sem marcar. Ao balançar as redes no Clássico dos Clássicos, pelo PE, o jogador desgarrou, se movimentando muito bem e mostrando poder de definição.
Agora, o Búfalo já soma 7 gols em 12 jogos. Na arena, escorou de cabeça uma ótima troca de passes com o surpreendente cruzamento de Thyere e depois marcou de primeira após lançamento de Juba, o outro nome da noite. Este, aliás, é o símbolo de um time remontado. Ganhou a posição na ponta esquerda e também se apresenta bem no meio, com assistências.
A vantagem parecia encaminhar a vaga à final da Lampions, caso a postura não fosse tão retraída no 2T – mesmo sem ceder contragolpes durante a noite. E aí reaparece a pressão da torcida, agora sobre o próprio time, pois ela estava vendo de forma nítida o que estava acontecendo, com o batalhador CRB buscando demais, chegando a 66% de posse de bola. E foi assim até gol de Anselmo Ramon, com o VAR validando o gol do CRB aos 28 minutos.
Controle retomado e leão vs leão
Ali, o jogo quase saiu de controle, mas Luciano Juba definiu o 3 x 1 com um golaço de fora da área. Merecedor do lance e sobretudo nesta partida, um jogo pesado, que coloca o Sport na briga pelo tetracampeonato da Copa do Nordeste. Diante do favorito Fortaleza, em dois jogos, o leão disputará a sua 6ª decisão em 19 edições do torneio, quebrando um hiato de cinco anos. Em sua galeria, tem as taças de 1994, 2000 e 2014, com o vice em 2001 e 2017.
O Sport é, de longe, o representante pernambucano de maior êxito no torneio nordestino. Caso conquiste a orelhuda dourada no Castelão, palco do jogo de volta da final, será também o recordista de títulos, marca hoje dividida por Bahia e Vitória. Há uma evidente diferença técnica na final. Entretanto, o cenário na Arena Pernambuco mostra que é possível diminuir essa distância, na pressão, como em outras campanhas vitoriosas…
Escalação do Sport (melhores: Parraguez, Juba, Thyere e Bruno Matias; pior: Blas)
Mailson; Ewerthon (Ray Vanegas), Rafael Thyere, Sabino (Chico) e Sander; William Oliveira (Ronaldo), Bruno Matias e Denner (Blas Cáceres); Jaderson (Ezequiel), Luciano Juba e Búfalo Parraguez. Técnico: Gilmar Dal Pozzo
Escalação do CRB (melhor: Anselmo Ramon; piores: Yago e Marthã)
Diogo Silva; Reginaldo, Gum (David), Gilvan e Guilherme Romão; Marthã (Maicon), Yago e Rafael Longuine (Diego Torres); Richard (Emerson Negueba), Marcinho (Vico) e Anselmo Ramon. Técnico: Marcelo Cabo
Histórico geral de Sport x CRB (todos os mandos)
45 jogos
20 vitórias rubro-negras (44,4%)
16 empates (35,5%)
9 vitórias alagoanas (20,0%)
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