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Evandro Carvalho (FPF) e Ednaldo Rodrigues (CBF)

O encontro também confirmou a Arena PE na “lista” das Eliminatórias. Foto: Lesley Ribeiro/CBF.

Em 31 de agosto, na sede da CBF, no Rio, foi apresentado um “projeto de reestruturação de estádios de futebol em todo o país”, que envolveria a própria confederação e o governo federal, através do BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A ideia foi de Evandro Carvalho, o presidente da FPF, que já indicou, curiosamente, o Arruda e a Ilha do Retiro como “dois projetos concluídos” para dar início ao plano.

O encontro com Ednaldo Rodrigues, o mandatário da Confederação Brasileira de Futebol, foi, nas palavras do próprio dirigente pernambucano, para “adentrar nessa questão política junto ao presidente Lula”. Isso incluiria uma possível visita ao presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A ideia, publicada tanto no site da CBF quanto no site da FPF, não trouxe valores referentes a cada estádio específico. Eis um trecho da declaração de Evandro no RJ:

“Iniciamos pelo nosso estado”

“(…) O projeto do BNDES foi uma ideia que nós tivemos há alguns meses, há alguns anos até, de trazer o governo federal para junto à CBF para fazer uma reestruturação de estádios de futebol. E evidentemente, como presido a federação pernambucano, iniciamos pelo nosso estado. Temos dois projetos concluídos, do estádio do Arruda e do estádio da Ilha do Retiro. Projetos esses que a contrapartida dos clubes está documentalmente comprovada e que existe linha de crédito”.

Embora os dois exemplos dados tenham sido privados, com os estádios de Santa Cruz e Sport, o financiamento contemplaria palcos públicos também, com estádios municipais e estaduais na cidades mais populosas do Brasil. Lembra a movimentação para a Copa do Mundo de 2014, não? De forma prática, em PE, caberia pensar em projetos para Petrolina, cujo Paulo Coelho tem apenas 5 mil lugares, e Vitória de Santo Antão, hoje sem estádio.

Via Ednaldo, Lula e Mercadante…

“Então, o presidente (da CBF) Ednaldo agora naturalmente adentrará nessa questão política junto ao presidente (da República) Lula. Vamos agendar uma visita à sede do BNDES aqui no Rio de Janeiro com o presidente Mercadante e vamos apresentar conceitualmente o projeto de uma participação da União, através de recursos do BNDES, para reestruturar estádios, melhorar as condições de acessibilidade a esses estádios, melhorar a estrutura física desses estádios e com isso gerar mais empregos e gerar mais oportunidades de captação de recursos desses clubes, com novos estádioS e com melhor capacidade de operação (…)”

Hoje, tanto o Arruda quanto a Ilha operam com capacidade reduzida devido às limitações de segurança por problemas estruturais e de acessibilidade. No tricolor, 44 mil lugares em vez de 60 mil. No rubro-negro, 26 mil lugares em vez de 34 mil. Em relação à Ilha do Retiro, vale pontuar que a direção do Sport já vinha trabalhando numa reforma “retrofit”, estimada entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. Esse projeto de modernização deverá fechar o local entre 2024 e 2025. Até então, era algo paralelo a esta ideia de Evandro Carvalho.

Bandepe fez o mesmo há 40 anos

Uma linha de crédito para ampliação e/ou modernização de estádios de forma conjunta não seria exatamente uma novidade em PE. No início dos anos 80, o antigo Banco do Estado de Pernambuco, o Bandepe, viabilizou um empréstimo para a ampliação do Arruda. O dinheiro bancou a construção do anel superior do Mundão, em 1982, com a capacidade passando de 64 mil para 85 mil torcedores – isso também aconteceu na obra do anel inferior, em 1972.

Na época, o banco também disponibilizou recursos para Sport e Náutico, com a maior parte do dinheiro indo para o calçamento das respectivas sedes sociais. O leão ainda usou parte para a ampliação do estádio, finalizada só em 1984. Além do trio, o dinheiro do Bandepe, liberado durante a gestão do governador Marco Maciel, ainda chegou ao Lacerdão (Central) e ao Gigante do Agreste (Sete de Setembro). Em tempo: o Bandepe foi fundado em 1966 e privatizado em 1998. Único no leilão, o ABN-Amro Bank, da Holanda, pagou R$ 182 milhões.

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