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A divisão de receitas por estado considerando os clubes analisados em 2020. O NE somou 8%.

Em sua 12ª temporada, o estudo “Análise Econômico-Financeira dos Clubes do Futebol Brasileiro” traz uma análise detalhada de três clubes do Nordeste (Bahia, Ceará e Fortaleza) entre os 25 times presentes. Produzido pelo economista César Grafietti, para o banco Itaú BBA, o relatório foi apresentado em 15 de junho de 2021, numa coletiva online com a participação do blog.

Aqui, trago os principais tópicos abordados na entrevista com Grafietti sobre os clubes da região, com pontos altos e preocupações após os demonstrativos contábeis de 2020, e a visão sobre outros clubes tradicionais do NE, ausentes desta vez. Sport e Vitória, costumeiramente presentes no estudo, divulgaram os respectivos balanços fora do prazo elaborado pela equipe do banco, de 15 dias já após o fim do prazo da Lei Pelé, que foi em 30 de abril. No caso, os dois rubro-negros só apresentaram os demonstrativos em 22/05 e 28/05, respectivamente.

Para conferir a íntegra do relatório de 312 páginas, clique aqui.

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Acesso às informações financeiras do NE
“Acho que melhorou muito na média da informação. Pensando desde 2010, a evolução é bastante grande. Hoje é fácil encontrar os balanços e boa parte tem auditoria conhecida. Porém, não são padronizados e aí está a dificuldade.”

Sport destoa na apresentação dos dados
“Sobre os clubes do Nordeste, me preocupa a dificuldade na análise do Sport. Dos clubes da Série A nos últimos anos, o Sport é quem tem a informação mais truncada, mais fechada, dificultando o entendimento sobre a realidade do clube. O Sport está aquém do que poderia fazer. No Nordeste, merecem elogios o Bahia e mesmo o Vitória, que atrasou o balanço, mas trouxe boas aberturas (de dados no relatório), contando com uma boa auditoria (da RSM Brasil), além de Ceará e Fortaleza, com relatórios de administração bastante claros”.

Ampliação dos clubes analisados (Náutico, Santa etc)
“Na primeira edição do estudo (em 2010), só tínhamos os 20 clubes da Série A. Hoje, acompanhamos a Série A e aqueles na B que estavam na A. Já na C há uma perda de relevância (econômica). Para 2021 tentaremos fazer estudos regionais, sobre centros como Pernambuco, Bahia e Ceará, ou em cidades (fora do radar), como Campinas-SP. O objetivo é ter, na próxima temporada, toda a Série A e a Série B (ou seja, 40 clubes), para conseguir ter mais visibilidade. O problema é que alguns clubes da Série B nem conseguem divulgar, e isso vai ser um desafio.”

A força dos cearenses
“O futebol do Nordeste de uma maneiro geral evoluiu, mas o (estado) do Ceará foi muito feliz no processo de reconstrução. Foi feito de maneira lenta, mas sólida. Ceará e Fortaleza têm receitas baixas na média, mas têm dividas bastante controladas, mesmo num cenário de pandemia. Isso porque fizeram investimentos de maneira organizada e ordenada. Essa construção está num relacionamento forte com os seus torcedores, conscientes de que as receitas de televisão são inferiores, assim como os patrocínios são menos robustos. Então, esses clubes vão buscar a receita no relacionamento direto com o seu torcedor. Isso ajudou tanto na construção esportiva quanto na financeira.”

O próximo passo (para o CE)
“Falta um investimento mais robusto em categorias de base. A boa administração e presença constante na Série A formam a vitrine para as categorias de base. Como são clubes como poucas dívidas (Ceará e Fortaleza), não precisam pagar dividas passadas, podendo reinvestir na estrutura de base. No caso do Fortaleza, ainda é preciso melhorar o contrato com a TV.”

Prazo para a retomada econômica
“O futebol deve voltar a ter fôlego a partir de 2022. Os clubes precisaram fazer cortes e reajustes (na pandemia) e espero que sejam sustentáveis a partir de agora. No curto e médio prazo ainda vamos ver os mais organizados se destacando nos campeonatos. Porém, acendeu a luz e todos precisam entrar no eixo.”


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