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Os 15 maiores devedores do país, com R$ 1,05 bi (!) entre o 1º o 15º. Um nordestino presente.

Um levantamento com 31 clubes, incluindo os 20 da Série A, mostra um crescimento de 20,2% na dívida líquida num intervalo de apenas doze meses. Em cifras, as pendências desses clubes passaram de R$ 8,194 bilhões para R$ 9,850 bilhões, num aumento nominal de R$ 1,656 bilhão de 2019 para 2020, o ano marcado pela pandemia da Covid-19, cujo cenário de dificuldade já era esperado. Este número sobre as dívidas dos clubes – neste caso, dívida de fato, e não apenas o “passivo”, que engloba outras obrigações – foi calculado por uma equipe do banco Itaú BBA, que há doze temporadas avalia os balanços financeiros dos principais times brasileiros.

A equipe, chefiada pelo economista César Grafietti, analisou de forma mais detalhada 25 clubes – do NE, Bahia, Ceará e Fortaleza. Sport e Vitória, costumeiramente presentes no estudo, divulgaram os respectivos balanços fora do prazo elaborado pelo banco, de 15 dias já após o fim do prazo da Lei Pelé, que foi em 30 de abril. No caso, os dois rubro-negros só apresentaram os demonstrativos em 22/05 e 28/05, respectivamente. Campeã da Série B, a Chapecoense só divulgou o balanço em 02/06, sendo o último time da Série A neste quesito.

A pedido do blog, Grafietti incluiu todos os clubes analisados pela equipe no período, considerando aqueles sem detalhamento no estudo de 312 páginas. Assim, o ranking de devedores subiu de 26 para 31 clubes, já com todos os representantes da elite, tanto em 2020 quanto em 2019 – abaixo, confira as listas completas. Deste recorte, 21 agremiações devem mais de R$ 100 milhões, com quatro nomes a mais neste ano. Indo além, 15 clubes já passaram de R$ 200 milhões. Eram 14, com a novidade neste ano sendo justamente o Bahia.

Os cinco nordestinos presentes aumentaram a suas dívidas nesta edição (em milhões de reais): +44 Bahia, +28 Vitória, +18 Sport, +18 Ceará e +11 Fortaleza. A dupla cearense segue com valores controlados, considerando a capacidade de receita. Em ambos os casos as receitas foram superiores ao dobro da dívida. Nos outros três a dívida superou a receita anual.

Sobre a liderança nacional, o Atlético Mineiro segue no alto, sendo o primeiro clube a ultrapassar a barreira de R$ 1 bilhão de dívida líquida. E a ultrapassagem foi estarrecedora, com quase meio bilhão a mais no último ano. A diferença para o 2º lugar, o Corinthians, é de R$ 355 milhões, um dado já superior à dupla Ba-Vi, só pra ter uma ideia da bronca do galo.

Segundo a “Análise Econômico-Financeira dos Clubes do Futebol Brasileiro”, a dívida líquida corresponde à soma das dívidas onerosas, dívidas operacionais e impostos, considerando o acumulado aberto até 31 de dezembro de 2020, o limite dos balanços. Do total (neste caso, considerando os 26 clubes originais do estudo), 55% são pendências de curto prazo, de até doze meses, e 45% a longo prazo. Vale a ressalva que o calendário do futebol brasileiro de 2020 se estendeu até fevereiro de 2021, com receitas recebidas apenas neste período (como o repasse da TV pela performance no Brasileirão). Isso tende a aliviar algumas dívidas, mas o impacto disso só será percebido com precisão nos próximos balanços…

Soma das dívidas do 20 primeiros do Ranking da CBF nos últimos 6 anos
2015 – R$ 6,02 bilhões
2016 – R$ 6,30 bilhões (+4,6%)
2017 – R$ 6,39 bilhões (+1,4%)
2018 – R$ 7,25 bilhões (+13,4%)
2019 – R$ 8,35 bilhões (+15,1%)
2020 – R$ 8,81 bilhões (+5,5%)

Trecho do relatório
“Nem todas as dívidas são ruins. Há aquelas que servem ao investimento em formação de patrimônio, ou as que financiam aquisições de atletas. O problema é quando a dívida serve a cobre buracos eternos de má gestão ou tem perfil de vencimento que sufoca o fluxo de caixa do clube. Logo, a boa dívida é aquela que tem propósito justo e prazo adequado.”

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A seguir, o total de dívidas dos 31 clubes nos últimos dois balanços financeiros, segundo o Itaú. Entre parênteses, na primeira lista, a evolução do montante de 2019 para 2020, além da diferença sobre a posição no ranking, para cima ou para baixo. À direita, a divisão nacional de cada um.

Ranking de dívidas em 2020
1º) R$ 1,271 bi – Atlético-MG (+469 mi; igual), A
2º) R$ 916 mi – Corinthians (+267 mi; +2), A
3º) R$ 725 mi – Vasco (+158 mi; +3), A
4º) R$ 717 mi – Botafogo(+ 9 mi; -2, A)
5º) R$ 662 mi – Cruzeiro (-17 mi; -2), B
6º) R$ 642 mi – Palmeiras (+57 mi; -1), A
7º) R$ 582 mi – Flamengo (+107 mi; +2), A
8º) R$ 561 mi – São Paulo (+78 mi; -1), A
9º) R$ 547 mi – Internacional (+64 mi; -2), A
10º) R$ 441 mi – Fluminense (+38 mi; +1), A
11º) R$ 439 mi – Santos (+82 mi; +1), A
12º) R$ 410 mi – Athletico-PR (-40 mi; -2), A
13º) R$ 241 mi – Coritiba (+31 mi; +1), A
14º) R$ 217 mi – Grêmio (-11 mi; -1), A
15º) R$ 215 mi – Bahia (+44 mi; igual), A
16º) R$ 174 mi – Bragantino (+131 mi; +7), A
17º) R$ 170 mi – Ponte Preta (+8 mi; -1), B
18º) R$ 169 mi – Sport (+18 mi; -1), A
19º) R$ 105 mi – Vitória (+28 mi; +2), B
20º) R$ 104 mi – Figueirense (+12 mi; +2), B
21º) R$ 103 mi – Chapecoense (+24 mi; -1), B
22º) R$ 94 mi – América-MG (+9 mi; -3), B
23º) R$ 85 mi – Avaí (+12 mi; -1), B
24º) R$ 51 mi – Goiás (+27 mi; +3), A
25º) R$ 46 mi – Juventude (+12 mi; igual), B
26º) R$ 45 mi – Paraná Clube (+4 mi; -2), B
27º) R$ 43 mi – Fortaleza (+11 mi; -1), A
28º) R$ 35 mi – Ceará (+18 mi; +1), A
29º) R$ 30 mi – Atlético-GO (+5 mi; -1), A
30º) R$ 12 mi – Criciúma (-3 mi; igual), C
31º) R$ 1 mi – Cuiabá (-1 mi; igual), B
Composição: 20 clubes da Série A, 10 da Série B e 1 da Série C

Ranking de dívidas em 2019
1º) R$ 802 mi – Atlético-MG, A
2º) R$ 708 mi – Botafogo, A
3º) R$ 679 mi – Cruzeiro, A
4º) R$ 649 mi – Corinthians, A
5º) R$ 585 mi – Palmeiras, A
6º) R$ 567 mi – Vasco, A
7º) R$ 483 mi – São Paulo, A
7º) R$ 483 mi – Internacional, A
9º) R$ 475 mi – Flamengo, A
10º) R$ 450 mi – Athletico-PR, A
11º) R$ 403 mi – Fluminense, A
12º) R$ 357 mi – Santos, A
13º) R$ 228 mi – Grêmio, A
14º) R$ 210 mi – Coritiba, A
15º) R$ 171 mi – Bahia, A
16º) R$ 162 mi – Ponte Preta, B
17º) R$ 151 mi – Sport, B
18º) R$ 92 mi – Figueirense, B
19º) R$ 85 mi – América-MG, B
20º) R$ 79 mi – Chapecoense, A
21º) R$ 77 mi – Vitória, B
22º) R$ 73 mi – Avaí, A
23º) R$ 43 mi – Bragantino, B
24º) R$ 41 mi – Paraná Clube, B
25º) R$ 34 mi – Juventude, C
26º) R$ 32 mi – Fortaleza, A
27º) R$ 24 mi – Goiás, A
28º) R$ 23 mi – Atlético-GO, B
29º) R$ 16 mi – Ceará, A
30º) R$ 12 mi – Criciúma, B
31º) Zero – Cuiabá, B
Composição: 20 clubes da Série A, 10 da Série B e 1 da Série C


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