Em 2007/2008, em seu primeiro mandato no Sport, Milton Bivar teve uma receita total de R$ 67 milhões. No período, conquistou dois títulos pernambucanos, manteve o time na Série A e, sobretudo, conquistou a Copa do Brasil. Onze anos depois, volta à presidência, agora para o biênio 2019/2020. Em valores nominais, tende a ter o dobro de faturamento. Na prática, entretanto, pegará o clube em situação crítica. Rebaixado à segunda divisão, com adiantamentos de cotas e dívidas de folha, o trabalho será muito maior no rubro-negro, agora numa realidade financeira bem diferente, apesar das cifras cada vez maiores – para todos.
Aos 66 anos, com longa vivência no leão, Milton não pode voltar com a mesma prática, ainda que a fórmula tenha sido vitoriosa. Afinal, o nível de profissionalismo avançou, a figura do mecenas, para clubes do mesmo porte, tornou-se inexistente e as metas, neste caso leonino, precisam ser alcançadas a curto prazo.
Em campo, deverá buscar os resultados com o técnico Milton Cruz, no primeiro sinal de arrumação – inclusive de elenco. À vera, a reconstrução não parece simples, e não seria para qualquer um. Por isso, a confiança foi depositada em Milton Bivar, com amplo respaldo nas urnas, vencendo o também oposicionista Eduardo Carvalho por 88% x 12%.
Chapa “Sport do Povo”
Presidente executivo: Milton Bivar
Vice executivo: Carlos Frederico
Presidente do Conselho Deliberativo: Fernando Pessoa
Vice do Conselho Deliberativo: Ricardo Sá Leitão
Conselho Deliberativo com 133 novos titulares, 50 suplentes e 17 membros natos
Ao todo, 2,7 mil sócios participaram da eleição, num dado bem abaixo do pleito realizado há dois anos. É um impacto imediato pelo mau momento do clube, conduzido por uma gestão fracassada, cujo presidente iniciou o mandato (enfim encerrado) com um discurso arrogante, a partir da perspectiva de R$ 200 milhões em dois anos. Porém, acabou em silêncio, com o Sport afundado em dívidas, com a “nova realidade econômica do Brasil” sendo uma justificativa – lembrou o que disse o governo do estado acerca da inexistente Cidade da Copa. Em 2019, o leão só terá três competições para disputar, Estadual, Copa do Brasil e Série B. De longe, o acesso é o principal objetivo. Tradição à parte, a missão no Brasileiro será dificílima.
Após três anos num patamar acima de R$ 100 milhões, o leão deve regredir bastante em 2019, pois não terá a cota integral da tevê – após o fim da cláusula “para-quedas”, que passa vigorar agora. Quanto ao passivo, o último balanço informou R$ 183 milhões. Imagine o próximo…
Faturamento do Sport
2016 – R$ 129.596.886 (balanço oficial)
2017 – R$ 108.746.936 (balanço oficial)
2018 – R$ 108.382.297 (previsão inicial)
2019 – previsão não divulgada
Os 10 bate-chapas com mais votos em Pernambuco
1º) 4.063 – Sport (2016, Arnaldo Barros eleito com 2.509, ou 61,7%)
2º) 3.456 – Sport (2008, Silvio Guimarães eleito com 2.614, ou 75,6%)
3º) 3.441 – Sport (2012, Luciano Bivar eleito com 1.971, ou 57,2%)
4º) 2.997 – Sport (1974, Jarbas Guimarães eleito com 2.308, ou 76,6%)
5º) 2.816 – Sport (2000, Luciano Bivar eleito com 1.805, ou 64,0%)
6º) 2.776 – Sport (2018, Milton Bivar eleito com 2.447, ou 88,1%)
7º) 2.403 – Sport (1978, José Moura eleito com 2.091, ou 87,01%)
8º) 2.224 – Sport (1986, Homero Lacerda eleito com 1.381, ou 62,0%)
9º) 2.146 – Náutico (2013, Glauber Vasconcelos eleito com 1.575, ou 73,3%)
10º) 1.957 – Sport (2010, Gustavo Dubeux eleito com 1.922, ou 98,2%)
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