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Anderson Freire/Sport Club do Recife

Começou, oficialmente, o biênio 2019/2020 no Sport Club do Recife.

Eleito presidente com 88% dos votos, Milton Bivar foi empossado no comando executivo na assembleia geral ordinária, junto aos seus pares da chapa “Sport do Povo”. Assume o clube numa situação crítica (campo, finanças e bastidores), bem diferente do seu primeiro mandato, vitorioso, no já distante biênio 2007/2008.

A seguir, algumas declarações de Milton e, na sequência, observações do blog sobre quatro pilares do novo mandato, focando o futebol, o carro-chefe rubro-negro.

“Trabalho não vai faltar para resgatar o Sport para o lugar que merece e sempre mereceu estar, que é de destaque no futebol brasileiro”

“Não vou fazer promessas mirabolantes… Sou conhecedor da dificuldade que vou ter pela frente, mas estamos dispostos a trabalhar”

1) Redução na folha do futebol (e a necessidade de regularização)
Em 2018, o Sport iniciou o ano com a folha na casa de R$ 3,4 milhões. Na ocasião, iniciou um processo de enxugamento para R$ 2,5 mi – e ainda assim terminaria atrasando quatro meses. Passado um ano, a nova direção projeta R$ 800 mil, com uma redução de 76% sobre 3,4 mi ou 68% sobre 2,5 mi. De toda forma, já expõe a nova realidade, que já estava clara a partir do rebaixamento. A receita operacional não chegará sequer a 60% dos R$ 108 milhões realizados em 2018. Por sinal, esta mudança de patamar ainda está sendo estudada, tamanha gravidade.

2) Objetivo principal no campo (claríssimo, porém difícil)
O retorno à Série A, sob o comando técnico de Milton Cruz, é a maior meta, bem à frente do título estadual – embora o clube só tenha conquistado dois na década. O comparativo se deve à necessidade de focar o investimento a partir de maio, no Brasileiro. Sem a cláusula para-quedas, que garantia a cota integral mesmo na segundona, o leão viverá um novo cenário, com a receita da tevê caindo, no mínimo, pela metade. E exatamente por isso o “bate-volta” será bem complicado. Não por acaso, a Copa do Brasil será encarada só pelas premiações.

3) Estancar a sangria financeira (para não comprometer ainda mais o futuro)
Conforme os dados apresentados por Arnaldo em sua última coletiva, o clube tem um passivo de R$ 258 milhões, com aumento de 34% em um ano. Daí, parte das dívidas vence justamente em 2019. Fora as obrigações com impostos, de R$ 11 mi, após acordos anuais. À parte da situação do Sport, não cabe mais empurrar isso com a barriga. É preciso atacar esse problema, ainda que o novo biênio seja parcialmente comprometido – pois isso servirá para garantir os anos seguintes. Entre as dívidas com impostos, existiam boletos abertos entre 1992 e 2005. Ou seja, em sua primeira passagem, Milton cumpriu esta etapa. Que mantenha essa linha.

4) Torcida organizada de volta (vetada ou não…)
Vejo este como o primeiro ponto negativo do novo presidente. Milton lembrou da questão judicial, que impede a Torcida Jovem, Inferno Coral e Fanáutico nos estádios, mas, de dato, abriu as portas do clube para a maior organizada leonina – a única vetada por episódios de violência. A proibição, como se sabe, pode ser driblada com camisas amarelas e a palavra “paz”. O histórico da uniformizada é claro e o seu afastamento havia sido um dos poucos pontos positivos na gestão de Arnaldo Barros, na minha visão. A conferir esta nova chance

A nova composição política do Sport
Presidente executivo: Milton Bivar
Vice executivo: Carlos Frederico
Presidente do Conselho Deliberativo: Fernando Pessoa
Vice do Conselho Deliberativo: Ricardo Sá Leitão
Conselho Deliberativo com 133 novos titulares, 50 suplentes e 17 membros natos

Williams Aguiar/Sport Club do Recife


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