Rony, Gustavo Gómez, Weverton e Dudu vs Gabigol, Arrascaeta, Diego Alves e Bruno Henrique. E aí?
Pelo segundo ano seguido, o título da Libertadores será definido numa decisão brasileira. Em 2020, Palmeiras x Santos. Em 2021, Palmeiras x Flamengo. Assim, repete a sequência “nacional” em 2005/2006. Nesta temporada, a final envolverá os dois clubes mais ricos do país, com mais de R$ 1,2 bilhão em receitas somadas, sendo R$ 669 mi dos cariocas e R$ 559 mi dos paulistas.
Não por acaso, são os últimos clubes do país a ganhar a maior competição do continente, em ambos os casos com emoção além da conta. O Fla ganhou o bi em 2019 virando a partida com dois gols de Gabigol no últimos três minutos diante do River Plae. E o Verdão chegou ao bi na edição passada com um gol de Breno Lopes aos 54 do 2º tempo! Portanto, vão pelo tri, ainda a maior marca do país, dividida, hoje, por São Paulo (desde 2005), Santos (2011) e Grêmio (2017).
Para completar, o cenário. Embora seja a 4ª decisão 100% brazuca, esta será a primeira em solo estrangeiro, a partir do rodízio adotado pela Conmnebol com sedes pré-estabelecidas nas “finais únicas”. O jogaço, agendado para 27 de novembro, será no Centenário, em Montevidéu. É um dos sinônimos de Liberta na América do Sul. No caminho até lá, performances distintas.
Apesar do elenco robusto e do status de atual campeão, o Palmeiras avançou numa semifinal na qual não era favorito, despachando o também endinheirado Atlético-MG, que havia tirado Boca e River, somente. Foi sofrido. Na semi, 0 x 0 em SP e 1 x 1 em Minas, com Dudu empatando e empurrando o alviverde pelo gol qualificado. Quanto ao rubro-negro carioca, 2 x 0 lá e lô sobre o Barcelona do Equador, com quatro gols de Bruno Henrique. O rubro-negro do Rio chegou a 17 jogos sem derrota na copa, numa sequência iniciada ainda na edição de 2020.
Assim, o Fla igualou o recorde do Sporting Cristal, do Peru, cuja invencibilidade entre 1962 e 1969 era isoladamente a maior da história. Esse rendimento não é acaso. Bi da Série A, o Flamengo não só manteve a base deste timaço como vem reforçando sempre que pode, como na chegada do zagueiro David Luiz e do meia Andreas Pereira, oriundos da Europa.
Por isso, no meu entendimento, chega como favorito. Com Fla x Galo a tendência seria de mais equilíbrio, pelos nomes que realmente decidem, de ambos os lados, e pelos últimos duelos, mais parelhos. Na final propriamente dita, o maior poder de definição está, de fato, com o time de Renato Gaúcho, valendo a observação de definição em apenas 90 minutos.
Pesa também o histórico recente. O Mengo vem numa sequência invicta de nove jogos diante do Verdão, com 5V e 4E. Em todo confronto, porém, são 46 vitórias dos palmeirenses e 42 dos flamenguistas, tendo ainda 33 empates. Ou seja, a longo prazo o time paulista costuma se impor. E quantidade de taças empilhadas até hoje comprova isso. Em relação à premiação, o campeão receberá 15 milhões de dólares, ou R$ 81,3 mi pela cotação atual (de R$ 5,42). Já o vice leva 6 milhões de dólares, ou R$ 32,5 mi. Ou seja, R$ 48,8 mi de diferença. Final enorme…
Palmeiras – 12 jogos; 8V, 3E e 1D; 27 GP e 9 GC
No mata-mata, o Verdão tirou Universidad Católica (CHI), São Paulo (BRA) e Atlético-MG (BRA).
6 finais; campeão em 1999 e 2020 e vice em 1961, 1968 e 2000
Flamengo – 12 jogos; 9V, 3E e 0D ; 32 GP e 12 GC
No mata-mata, o Mengo tirou Defensa Y Justicia (ARG), Olimpia (PAR) e Barcelona (EQU).
3 finais; campeão em 1981 e 2019
As finais caseiras na Taça Libertadores
Esta será a 5ª final caseira na história, sendo a 4ª com brasileiros. Até a década de 1990 a regra impedia que clubes de um mesmo país disputassem o título da Libertadores. Com a revogação da “barreira”, os principais filiados da Conmebol, BRA e ARG, passaram a promover finais. A primeira veio em 2005, com o São Paulo vencendo o Athletico-PR – na época, “Atlético-PR”. Em 2006 o Inter obteve o seu 1º título sobre o então campeão São Paulo. Já os argentinos viram o seu primeiro exemplo logo com o superclássico entre Boca e River. Contudo, devido à baderna, a volta de 2018 foi retirada da Argentina. Aconteceu no Santiago Bernabéu, em Madrid! E o time de Gallardo venceu por 3 x 1. Em 2020, a decisão paulista em jogo único no Maracanã. Agora, a primeira final caseira do Brasil fora do Brasil, mas não pelo motivo da edição entre os hermanos.
Nº de finais na Libertadores entre os brasileiros até 2021 (entre parênteses, os títulos)
1º) 6x – São Paulo (3) e Palmeiras (2*)
3º) 5x – Grêmio (3) e Santos (3)
5º) 4x – Cruzeiro (2)
6º) 3x – Flamengo (2*) e Internacional (2)
8º) 1x – Vasco (1), Corinthians (1), Atlético-MG (1), São Caetano (0), Athletico-PR (0) e Fluminense (0)
* E um título a disputar
Ranking de títulos entre países até 2021 (entre parênteses, o número de vices)
1º) 25x – Argentina (12)
2º) 21x – Brasil (17)
3º) 8x – Uruguai (8)
4º) 3x – Colômbia (7) e Paraguai (5)
6º) 1x – Chile (5) e Equador (3)
8º) 0x – México (3) e Peru (2)
Pitaco para o campeão de 2021: Flamengo.
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