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A princípio, uma escolinha nos States. A médio prazo, um time em ligas menores da Flórida?

A partir de 2021, o tricolor pernambucano passa a contar com uma franquia nos Estados Unidos, o “Santa Cruz Football Club USA”. O projeto, já divulgado pelo clube, terá o ex-zagueiro e técnico Moisés Júnior à frente. Com passagens no futebol paulista entre 1985 e 1994, Moisés pendurou as chuteiras e investiu na carreira de treinador, buscando mercados no exterior. Em 2013, na primeira experiência, foi para a Nigéria. De lá seguiu para os EUA, onde mora desde 2014.

O “centro de formação e desenvolvimento de atletas” do clube pernambucano terá como sede a cidade de Orlando, na Flórida, conhecida pelos parques da Disney. Lá, Moisés trabalhou entre 2015 e 2019 como técnico e diretor-executivo do “America Soccer Club”, que disputa uma liga inferior no país, cujo sistema de acesso/descenso é diferente do nosso – no caso, a liga principal, a MLS, não conta acessos de times oriundos de ligas menores. Aos 49 anos, ele conseguiu recentemente a licença de técnico na Uefa. Em relação ao Santa, o primeiro contato foi em dezembro, através do ex-presidente coral Jonas Alvarenga, num encontro na Flórida.

Sobre a parceria, a direção coral diz que “Essa ação faz parte do plano de expansão da marca Santa Cruz e tem muito a contribuir com a formação de novos jogadores, integração com a base, intercâmbio de atletas, técnicas e tecnologias. Projetos assim vão modernizar o clube, fortalecer as categorias de base e dar valor a nossa marca”. Na prática, considerando toda a dificuldade financeira atual, trata-se de uma parceria cuja parcela do Santa está atrelada basicamente à cessão do uso da marca/imagem pela nova entidade norte-americana. Esta fica responsável pela operação, com a busca de espaços/campos para treinos, calendário etc.

Afinal, o Santa segue o trabalho árduo de estruturação no Recife, ainda visando o time principal – o segundo campo do CT em Aldeia ainda nem foi concluído. E essa notícia saiu no dia seguinte à dura declaração do ex-técnico Gallo, criticando justamente a falta de condições de trabalho (“Eu acho que o Santa Cruz parou um pouquinho nessa situação de estrutura”).

Acho interessante a ideia de contar com franquias. Esta lembra de certa forma o projeto “Guerreiros Corais”, com escolinhas oficiais no interior do Nordeste. Antes da pandemia, eram seis centros abertos na região, mas as atividades estão paralisadas desde março de 2020 devido à onda de contaminação da Covid-19. Em todos esses casos, os projetos são paralelos ao clube, usando o nome do Santa Cruz como vetor de engajamento, até porque, mesmo com todas as mazelas dos últimos anos, o time do Arruda ainda é uma marca relevante no futebol.

Especificamente sobre o Santa Cruz Football Club, o momento do clube original contrapõe em absoluto essa expansão. Logo, o fortalecimento da marca não deveria ocorrer pelo trabalho exterior, mas no sentido inverso mesmo. Precisa partir do Santa Cruz Futebol Clube.

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Abaixo, o comunicado oficial do Santa Cruz sobre a criação da primeira franquia internacional.


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