Ao lado de Juninho, Tite vistoriou a Ilha (acima) e a Arena (abaixo). Fotos: Leandro Lopes/CBF.
O treinador da Seleção Brasileira, Tite, concedeu uma entrevista coletiva na sede da Federação Pernambucana de Futebol após uma rápida passagem na cidade, onde visitou os dois campos de treinamento – a viagem aconteceu após a convocação do time para o início das Eliminatórias da Copa do Mundo, com Brasil x Bolívia, na Arena Pernambuco, em 27 de março.
Aproveitei a oportunidade para perguntar a avaliação do técnico sobre o potencial do futebol nordestino em relação às convocações, com apenas 5 nomes lembrados de 2001 a 2020 – nos vinte anos anteriores foram 17 nomes. Na história, 63 atletas já foram chamados atuando no Nordeste. Na FPF, respondendo à imprensa pernambucana, o treinador esteve acompanhado do coordenador da Seleção, Juninho Paulista, e do diretor de competições da CBF, Manoel Flores.
Abaixo, as duas perguntas do blog.
Tite, nos últimos 17 anos apenas 2 jogadores foram convocados para a seleção principal atuando no Nordeste. Antes disso, considerando o mesmo tempo, foram 18 convocados. Como você avalia essa diferença? Estrutura, modelo de jogo ou outra coisa?
“Eu não gosto de regionalizar. Quando a gente começa a pegar só detalhes, a gente começa a polarizar situações, que não contribuem para o nosso momento. O Brasil é um todo, um país continente. E eu fico muito à vontade porque eu não tive problema nenhum em convocar o Diego Souza, que estava jogando muito (no Sport, em 2017). O desempenho é muito mais técnico, é muito da evolução, é muito da qualidade, é muito do momento. Às vezes, 3 ou 4 meses fazem com que o atleta esteja na sua plenitude. Ou o contrario, com alguns problemas de lesões, a equipe que não produz, o jogador que não tem um bom desempenho. Então, a gente procura, na medida possível, trazer por merecimento. Explicando melhor, para não ser pretensioso, o meu merecer pode não ser o mesmo que o teu. Mas é em cima de uma ideia, em cima de uma escolha, em cima do momento, sem regionalizar.”
Neste momento, em 2020, há algum jogador atuando no Nordeste no radar da Seleção?
“Sim, nós temos um acompanhamento (sem citar nomes). Eu falo direto, não só nos grandes clubes (do Brasil e da Europa). E aí quero fazer uma referência, que nós (cúpula da CBF) estávamos conversando antes. O Afogados eliminou o Atlético Mineiro (na 2ª fase da Copa do Brasil). E eliminou com uma infraestrutura em um campo que é um tapete. Isso é um exemplo que para ganhar de uma equipe que seja talvez mais forte, ela precisa ser mais competente nos 90 minutos. Não precisa fazer antijogo, não precisa botar campo ruim. Precisa ter orgulho próprio para poder em algum momento passar. Talvez esses exemplos sejam importantes.”
Convocados à Seleção atuando no NE no século XXI
2001 – Leomar, volante (Sport), 6 jogos
2003 – Dudu Cearense, volante (Vitória), não jogou
2003 – Nádson, atacante (Vitória), 2 jogos
2013 – Douglas Santos, LE (Náutico), não jogou
2017 – Diego Souza, meia (Sport), 5 jogos e 2 gols
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