Os 15 maiores devedores, com R$ 641 milhões entre o 1º e o 15º. O Botafogo concentra quase 10%.
Em 2019, os vinte maiores clubes do Brasil terminaram a temporada somando R$ 8,35 bilhões em dívidas, com um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Este é o número absoluto analisado pela equipe da consultoria Ernst & Young, que avaliou os últimos balanços financeiros publicados. Neste estudo, a EY considerou os 20 primeiros colocados do Ranking da CBF.
Entretanto, dois deles, Chapecoense (12º) e Vitória (17º) não entregaram os demonstrativos até a finalização do estudo. Assim, foram substituídos por Fortaleza (23º) e Atlético-GO (25º), uma vez que outros clubes, hoje na Série B, também não divulgaram os respectivos balanços. Portanto, são quatro nordestinos no relatório, com a dupla cearense aparecendo com amplo destaque.
Afinal, os rivais do Clássico-Rei possuem as menores dívidas neste ranking. Na soma, R$ 39 milhões, ou apenas 4,7% do montante do Botafogo, há alguns anos ocupando esta incômoda liderança – e sem dar muitos sinais de reação. O time carioca chegou a R$ 819 milhões, mas já vê “concorrentes” ao posto, como Cruzeiro (a 20 mi) e Inter (a 25 mi). Voltando à região, Bahia e Sport estão num patamar já elevado, com o tricolor de Salvador devendo R$ 46 mi a mais. Porém, está numa melhor situação pois a sua receita é maior e boa parte do passivo está parcelado no Profut, ao contrário do rubro-negro do Recife, que perdeu 14 parcelamentos e transformou quase metade da sua dívida (de R$ 178 mi) em pendências de curto prazo.
Somando os 20 clubes analisados, o déficit acumulado de 01/01 a 31/12 foi de R$ 621 milhões – e olhe que Fla e CAP tiveram superávits acima de R$ 60 mi. No caso, pesou além da conta o saldo negativo do Cruzeiro, de R$ 394 milhões, multiplicando os problemas pós-rebaixamento.
Soma das dívidas do 20 primeiros do Ranking da CBF nos últimos 5 anos
2015 – R$ 6,02 bilhões
2016 – R$ 6,30 bilhões (+4,6%)
2017 – R$ 6,39 bilhões (+1,4%)
2018 – R$ 7,25 bilhões (+13,4%)
2019 – R$ 8,35 bilhões (+15,1%)
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A seguir, os rankings divulgados pela EY. O último se refere à relação dívida/receita, com o Sport na ponta. O dado expõe, mais uma vez, a dura situação do clube, mesmo com o acesso.
O ranking de endividamento líquido total até 2019 (e a posição no Ranking da CBF)
1º) R$ 819 mi – Botafogo (14º)
2º) R$ 799 mi – Cruzeiro (4º)
3º) R$ 794 mi – Internacional (9º)
4º) R$ 765 mi – Corinthians (8º)
5º) R$ 656 mi – Atlético-MG (7º)
6º) R$ 642 mi – Fluminense (13º)
7º) R$ 639 mi – Vasco (15º)
8º) R$ 505 mi – Flamengo (2º)
9º) R$ 503 mi – São Paulo (11º)
10º) R$ 501 mi – Palmeiras (1º)
11º) R$ 440 mi – Santos (5º)
12º) R$ 410 mi – Grêmio (3º)
13º) R$ 279 mi – Athletico-PR (6º)
14º) R$ 224 mi – Bahia (10º)
15º) R$ 178 mi – Sport (16º)
16º) R$ 82 mi – América-MG (18º)
17º) R$ 50 mi – Goiás (20º)
18º) R$ 28 mi – Atlético-GO (25º)
19º) R$ 25 mi – Fortaleza (23º)
20º) R$ 14 mi – Ceará (19º)
O ranking de dívidas tributárias até 2019
1º) R$ 390 mi – Botafogo
2º) R$ 380 mi – Corinthians
3º) R$ 338 mi – Cruzeiro
4º) R$ 287 mi – Flamengo
5º) R$ 284 mi – Vasco
6º) R$ 259 mi – Atlético-MG
7º) R$ 248 mi – Fluminense
8º) R$ 185 mi – Santos
9º) R$ 185 mi – Internacional
10º) R$ 110 mi – Bahia
11º) R$ 98 mi – Grêmio
12º) R$ 78 mi – Sport
13º) R$ 70 mi – Palmeiras
14º) R$ 68 mi – São Paulo
15º) R$ 50 mi – América-MG
16º) R$ 24 mi – Goiás
17º) R$ 23 mi – Athletico-PR
18º) R$ 12 mi – Atlético-GO
19º) R$ 10 mi – Fortaleza
20º) R$ 8 mi – Ceará
O ranking de dívidas via empréstimos até 2019
1º) R$ 458 mi – Athletico-PR*
2º) R$ 312 mi – Atlético-MG
3º) R$ 190 mi – São Paulo
4º) R$ 172 mi – Palmeiras
5º) R$ 142 mi – Cruzeiro
6º) R$ 125 mi – Botafogo
7º) R$ 123 mi – Vasco
8º) R$ 97 mi – Corinthians
9º) R$ 92 mi – Internacional
10º) R$ 53 mi – Flamengo
11º) R$ 49 mi – Santos
12º) R$ 48 mi – Fluminense
13º) R$ 27 mi – Grêmio
14º) R$ 26 mi – América-MG
15º) R$ 7 mi – Fortaleza
16º) R$ 6 mi – Sport
17º) R$ 5 mi – Bahia
18º) R$ 5 mi – Atlético-GO
19º) R$ 5 mi – Ceará
20º) R$ 1 mi – Goiás
* O valor é bem superior à dívida líquida do CAP (279 mi). Porém, 90% do valor em empréstimos está relacionado à dívida do Athletico com o fundo de desenvolvimento do Estado do Paraná, que financiou a reforma da Arena da Baixada. O EY contabilizou como algo à parte sobre o endividamento total do clube.
O índice de endividamento líquido dividido pela receita total em 2019*
1º) 4.53 – Sport
2º) 4.29 – Botafogo
3º) 2.97 – Vasco
4º) 2.76 – Cruzeiro
5º) 2.57 – América-MG
6º) 2.42 – Fluminense
7º) 1.85 – Atlético-MG
8º) 1.80 – Internacional
9º) 1.79 – Corinthians
10º) 1.47 – Atlético-GO
11º) 1.31 – São Paulo
12º) 1.18 – Bahia
13º) 1.10 – Santos
14º) 0.89 – Grêmio
15º) 0.78 – Palmeiras
16º) 0.71 – Athetico-PR
17º) 0.53 – Flamengo
18º) 0.50 – Goiás
19º) 0.22 – Fortaleza
20º) 0.15 – Ceará
* Quanto maior o índice, pior. No caso do Sport, o endividamento foi mais de 4 vezes superior ao faturamento registrado no ano. Porém, o leão estava na Série B. Já o Botafogo jogou a Série A e registrou um índice semelhante – ainda mais preocupante.
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