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O ranking de folhas na 108ª edição do campeonato estadual, com o leão mais uma vez à frente.

O Campeonato Pernambucano de 2022 teve uma redução de 14,8% em relação às folhas dos dez participantes num comparativo com a última edição. A diferença nominal foi de R$ 635 mil, caindo de R$ 4,2 milhões para R$ 3,6 milhões. O impacto foi causado sobretudo pelo Sport, que reduziu o seu gasto mensal com o futebol em R$ 500 mil. Ainda assim, o leão segue com um valor muito acima dos rivais, concentrando 55% de todos os salários no Estadual de 2022.

Mesmo estando na mesma divisão do Náutico no campeonato nacional, o que não acontecia desde a Série A de 2012 (agora será na B), e sem a “cláusula paraquedas” no contrato de transmissão do BR, a folha do rubro-negro larga com R$ 1,28 milhão a mais que o timbu. Numa comparação com o Santa, que caiu para a Série D, o valor é quase seis vezes maior.

Mas nada que supere a diferença entre Sport e Vera Cruz, 100 vezes – 2 milhões vs 20 mil. Desde que passei a fazer o levantamento, há cinco temporadas, esta é a maior disparidade, embora exista uma justificativa por parte do clube de Vitória de Santo Antão, com parte dos salários divididos. Se o cálculo for feito em relação ao Sete de Setembro, sem acordos do tipo e com previsão de R$ 30 mil, a diferença é de 66 vezes. Continuaria sendo a maior no recorte.

Soma das folhas mensais do Pernambucano
2018 – R$ 3,66 milhões (11 times)
2019 – R$ 2,07 milhões (10 times)
2020 – R$ 3,08 milhões (10 times)
2021 – R$ 4,27 milhões (10 times)
2022 – R$ 3,63 milhões (10 times)

Abaixo, observações sobre as folhas de pagamento dos dez participantes do Estadual de 2022, em dados apurados pelo blog e através do colega Lafaete Vaz, do Globoesporte. Na prática, serão apenas três meses de salários, com R$ 10,9 milhões ao todo, uma vez que o torneio local vai de 22 de janeiro a 2 de abril. O regulamento prevê a realização de apenas 57 partidas.

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Sport (R$ 2 milhões) – A redução na folha era algo natural após o rebaixamento, com a cota de tevê caindo de R$ 40 milhões para R$ 8 milhões. Contudo, a cifra é maior que a da última passagem na Série B, em 2019. Ali, largou com R$ 800 mil e evoluiu para R$ 1,2 mi em maio. Agora já larga bem acima e estima um aumento para R$ 2,5 mi durante o BR. Eis os valores anteriores da folha inicial do leão: 2,5 milhões (2021), 1,2 milhão (2020), 800 mil (2019) e 2,5 milhões (2018).

Náutico (R$ 720 mil) – Atual campeão, o alvirrubro terá a sua maior folha num campeonato estadual desde 2017, quando montou um elenco de R$ 1 milhão por mês e não conseguiu pagar, mergulhando numa crise político-financeira. Desta vez, mais organizado, o clube prevê R$ 600 mil com os jogadores e R$ 120 mil com a comissão técnica, liderada por Hélio dos Anjos. Eis os valores anteriores da folha inicial do timbu: 700 mil (2021), 500 mil (2020), 290 mil (2019) e 200 mil (2018).

Santa Cruz (R$ 350 mil) – O calendário tricolor está esvaziado em termos de torneios oficiais, tendo só o Estadual até o início do Brasileiro, onde disputará a 4ª divisão. Sem as cotas do Nordestão e da Copa do Brasil, o clube reduziu o investimento. A folha foi estimada pelo CEO do Santa, Abdias Venceslau, embora o orçamento não tenha sido divulgado. Eis os valores anteriores da folha inicial da cobra coral: 400 mil (2021), 450 mil (2020), 330 mil (2019) e 250 mil (2018).

Retrô (R$ 250 mil) – Pela 3ª vez seguida a fênix aparece com a maior folha entre os intermediários. Após a má campanha no ano passado, ficando de fora do mata-mata, o clube-empresa adicionou R$ 50 mil ao investimento mensal. Além disso, segundo a direção, há a chance de alcançar uma folha de até R$ 450 mil a partir de três gatilhos: vaga na Série D, vaga na Copa do Brasil e título.

Salgueiro (R$ 100 mil) – Campeão pernambucano em 2020, o carcará vem numa enorme crise financeira desde então, chegando a abdicar das vagas na Copa do Nordeste e na Série D de 2021 – como já havia recebido a cota, acabou tendo que disputar a Lampions. Porém, ainda que o caixa siga apertado, o clube manteve o valor da competição passada, na qual chegou à semifinal.

Afogados (R$ 60 mil) – No último ano o clube sertanejo investiu em estrutura, inaugurando um CT provisório – a partir da premiação da classificação sobre o Atlético-MG, em 2020. No futebol, entretanto, o investimento começa de forma modesta no PE, com uma redução de 1/3 na folha.

Íbis (R$ 60 mil) – Em 2021, o pior time do mundo conquistou o acesso à elite local após 21 anos. Foi vice da A2 com uma folha de R$ 25 mil. Para 2022, aumentou a folha em 140% e ainda prevê, segundo o presidente Ozir Ramos, R$ 50 mil em premiação em caso de avanço ao mata-mata.

Caruaru City (R$ 45 mil) – Estreante no Pernambucano, o Caruaru City é o único representante da maior cidade do interior do estado. Apesar disso, o valor é um dos mais baixos da competição. O curioso é que na A2 a folha do clube foi maior que a do Íbis, mas na A1 acabou ficando atrás.

Sete de Setembro (R$ 30 mil) – O time de Garanhuns surpreendeu ao ficar na A1 em 2021, onde competiu com a menor folha. Agora tem a segunda menor, mas tem apenas metade da receita do ano passado. Sequer poderá jogar à noite no Gigante do Agreste, por falta de refletores no estádio.

Vera Cruz (R$ 20 mil) – O valor informado pelo clube me chamou a atenção, pois indicaria uma média inferior ao salário mínimo (de R$ 1.212) para um elenco de 25 profissionais – e geralmente é mais gente. Porém, o clube explicou que alguns jogadores emprestados vieram com salários pagos.

As folhas no Pernambucano 2022 (o % sobre o total e a divisão nacional)
1º) R$ 2.000.000 – Sport (55,0%), Série B
2º) R$ 720.000 – Náutico (19,8%), Série B
3º) R$ 350.000 – Santa Cruz (9,6%), Série D
4º) R$ 250.000 – Retrô (6,8%), s/s
5º) R$ 100.000 – Salgueiro (2,7%), Série D
6º) R$ 60.000 – Afogados (1,6%), Série D
6º) R$ 60.000 – Íbis (1,6%), s/s
8º) R$ 45.000 – Caruaru City (1,2%), s/s
9º) R$ 30.000 – Sete de Setembro (0,8%), s/s
10º) R$ 20.000 – Vera Cruz (0,5%), s/s

Valor total da folha mensal em 2022: R$ 3.635.000
Média: R$ 363.500
Diferença da maior para a menor: R$ 1.980.000 (ou 100 vezes)

Diferença da folha de 2022 sobre a folha de 2021*
+50 mil (+25%), Retrô
+35 mil (+140%), Íbis (da A2 pra A1)
+20 mil (+2%), Náutico
+15 mil (+50%), Caruaru City (da A2 pra A1)
Igual, Salgueiro
-30 mil (-33%), Afogados
-30 mil (-50%), Sete de Setembro
-50 mil (-12%), Santa Cruz
-50 mil (-71%), Vera Cruz
-500 mil (-20%), Sport

As folhas no Pernambucano 2021 (o % sobre o total e a divisão nacional)
1º) R$ 2.500.000 – Sport (58,5%), Série A
2º) R$ 700.000 – Náutico (16,3%), Série B
3º) R$ 400.000 – Santa Cruz (9,3%), Série C
4º) R$ 200.000 – Retrô (4,6%), Série D
5º) R$ 100.000 – Salgueiro (2,3%), Série D
6º) R$ 90.000 – Afogados (2,1%), s/s
6º) R$ 90.000 – Vitória (2,1%), s/s
8º) R$ 70.000 – Vera Cruz (1,6%), s/s
9º) R$ 60.000 – Central (1,4%), s/s
9º) R$ 60.000 – Sete de Setembro (1,4%), s/s

Valor total da folha mensal em 2021: R$ 4.270.000
Média: R$ 427.000
Diferença da maior para a menor: R$ 2.440.000 (ou 41 vezes)

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