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Em janeiro, 9,8 mil lugares liberados, ou 50% da capacidade. Foto: Tiago Caldas/Náutico.

Em 2022, disputando a Série B pela 3ª vez seguida, o Náutico prevê uma receita de R$ 21,0 milhões. Embora seja o maior orçamento do clube desde a última participação na Série A, em 2013, considerando dados nominais, o valor é bem abaixo dos principais concorrentes na próxima edição da segunda divisão nacional. Sem ir muito longe, o arquirrival recifense estima R$ 59,0 milhões no ano, com a 5ª maior projeção.

O dado do Sport é quase três vezes maior. Pior, acima ainda estão Bahia, Cruzeiro, Vasco e Grêmio, que já confirmou um orçamento de R$ 294,5 milhões, o maior. Portanto, o índice de acerto dos alvirrubros, em relação ao futebol, precisará ser ainda maior que os dos últimos dois anos. Por sinal, o nível técnico do Campeonato Brasileiro, a partir das “camisas” presentes, foi subindo consideravelmente neste triênio.

Sobre o cálculo feito pela direção do clube de Rosa e Silva, apresentado ao conselho deliberativo em 27 de dezembro e apurado pelo repórter Clauber Santana, do NE45, é importante fazer algumas ressalvas, que amenizam de certa forma a distância inicial em relação aos principais candidatos – numa análise visando o acesso, o objetivo do timbu.

A receita total, a primeira na gestão do novo presidente, Diógenes Braga, foi elaborada de forma “conservadora”. Não tanto quanto o irreal número de 2021, de apenas R$ 12 milhões – e cuja receita contabilizada até outubro já era de quase R$ 16 milhões. O número absoluto, que deve ser aprovado apenas em janeiro de 2022, considerou apenas a fase inicial de cada competição, como R$ 1,4 milhão no Nordestão e R$ 1 milhão no Estadual, além do valor-base da Série B, de R$ 8 milhões – nesta cota ainda espera-se um aumento, mas não substancial, pois o acordo com a Rede Globo, válido para todo o campeonato, vigora justamente até 2022.

Além disso, o timbu também não projetou a venda de jogadores, algo comum em levantamentos do tipo – o Bahia, que prevê R$ 95,6 milhões ao todo, espera captar R$ 27,0 milhões somente com a venda de direitos econômicos. Embora esses números não estejam no papel, é algo que o Náutico conta na prática, até porque a despesa, também já calculada, será de R$ 23,6 milhões. Ou seja, a subtração da receita pela despesa daria um saldo negativo de R$ 2,6 milhões. O objetivo é cobrir esse déficit, evitando chegar a 11 anos seguidos com saldo negativo, forçando ainda mais o passivo do clube, hoje em cerca de R$ 160 milhões.

Ainda sobre as futuras receitas, paralelamente às cotas de transmissão na televisão, cuja soma larga em R$ 10,7 milhões, o Náutico estima R$ 4,2 mi com o quadro de sócios, R$ 1,3 mi em bilheteria nos Aflitos, com o possível aumento da liberação por parte da Secretara de Saúde de Pernambuco podendo ser determinante, além de R$ 2,6 milhões em patrocínios – ou seja, R$ 217 mil/mês pelas marcas expostas no uniforme vermelho e branco.

Gasto com o futebol do presente, do futuro e também do passado
Durante a eleição no início do mês, a direção executiva do Náutico já havia anunciado a intenção de contar com uma folha de futebol na casa de R$ 600 mil. Porém, o valor não englobava a comissão técnica, algo que costuma ser considerado em comparativos do tipo. Pois o orçamento apresentado aos conselheiros não destrinchou este ponto, informando apenas o gasto com a “folha de pessoal”, que integra o futebol, profissional e amador, incluindo jogadores e membros da comissão, e também os trabalhadores do setor administrativo. Ao todo, R$ 1 milhão por mês em salários. Os mais altos devem ser os do meia Jean Carlos, que renovou até 2024, do atacante Kieza, que renovou até o fim de 2022, e do técnico Hélio dos Anjos. Ainda sobre as despesas, o Náutico precisará destinar 20% da receita bruta à Justiça do Trabalho, num acordo de quase 20 anos para amortizar causas trabalhistas antigas – o número será de R$ 350 mil/mês. O número é mais de quatro vezes o investimento mensal previsto para o CT Wilson Campos, de R$ 80 mil.

Previsão de orçamento do Náutico (e o aumento sobre o ano anterior)
2018 (Série C) – R$ 14.671.828
2019 (Série C) – R$ 14.977.880 (+2,0%)
2020 (Série B) – R$ 20.012.000 (+33,6%)
2021 (Série B) – R$ 12.200.000 (-39,0%)
2022 (Série B) – R$ 21.043.363 (+72,4%)

A receita total realizada pelo clube (e o aumento sobre o ano anterior)
2018 (Série C) – R$ 14.325.243 (-27,7%)
2019 (Série C) – R$ 17.525.211 (+22,3%)
2020 (Série B) – R$ 17.047.629 (-2,7%)
2021 (Série B) – Em andamento (divulgação até 30/04/2022)

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