Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Em três meses, duas eleições executivas na Ilha. Nesta, deu Léo. Foto Anderson Stevens/Sport.

No processo eleitoral mais conturbado já visto no Sport, sufocado pela vaidade de alguns, o clube elegeu mais um presidente para o biênio 2021/2022, neste caso já com sete meses corridos. Espera-se, agora, que seja um mandato definitivo. Sem surpresa nesta eleição suplementar, a chapa oposicionista “Sport na Raça” venceu com 83% dos votos.

Na eleição ordinária realizada em 9 de abril, já num atraso absurdo em relação à data original, em 18 de dezembro, a chapa contava com Nelo Campos na presidência executiva e Leonardo Lopes como vice. Como a comissão eleitoral negou a candidatura de Nelo na eleição suplementar, a partir de novas exigências inexistentes no estatuto rubro-negro, Leonardo Lopes, de 44 anos, com rápida passagem como diretor, passou a encabeçar a chapa eleita em 15 de julho.

A questão principal é que não houve uma simples inversão dos nomes, pois Nelo não pôde ser inscrito no comando executivo. Logo, a vice-presidência ficará com Yuri Romão. Quanto a Nelo, o nome que cacifou politicamente este grupo à frente do Sport, o comando do futebol, que no fim das contas era o que a torcida queria. Tem autonomia para uma mudança completa no setor, tocado de modo extremamente arcaico e, atualmente, pouco agregador.

O pleito na Ilha do Retiro, apesar da enorme diferença nos percentuais dos dois concorrentes, ocorreu sob uma votação baixíssima. Considerando os 14 bate-chapas realizados no leão nos últimos 50 anos, este registrou a menor quantidade de votos válidos – abaixo, confira o ranking histórico. Até então, a marca negativa pertencia ao pleito de 2002, com a vitória de Severino Otávio. Foram cerca de 1,6 mil na ocasião. Desta vez, os candidatos somaram apenas 1,2 mil, sendo 1.083 para a Chapa 2, do advogado Leonardo Lopes, com a renovação efetivada. Vitória fácil, esperada e que mostra que este pleito extraordinário, após a vacância de Milton Bivar, foi mais um entrave para a arrumação da casa.

Por sinal, a falta de mobilização nesta votação na Ilha é uma consequência direta do momento do clube, sangrando politicamente a partir de posicionamentos e ações questionáveis, tanto de remanescentes da antiga gestão, como Fred Domingos e Wanderson Lacerda, mesmo após a renúncia do comando, quanto do Conselho Deliberativo, com Pedro Lacerda, o interino no executivo, chegando a chamar os jogadores de canalhas – após discussão sobre pagamento de salários atrasados. E tudo isso, claro, refletiu no desempenho do futebol.

Confira o programa completo de gestão da chapa eleita clicando aqui.

Ações imediatas no futebol
Embora a posse esteja marcada para o dia 23 de julho, o novo grupo já deve atuar no futebol imediatamente. Num acerto com o comando interino, a chapa terá duas passagens na delegação do Sport visando o importantíssimo jogo contra o América Mineiro, em BH, num confronto direto contra o Z4. E a troca de treinador? Há algumas rodadas a permanência de Umberto Louzer me parece sustentada justamente pela falta de um presidente de fato. A troca do técnico parece inevitável. Em onze rodadas na Série A, o Sport tem apenas uma vitória, ocupando a 17ª posição.

Receitas no curto prazo
A crise do Sport é política e econômica, num ciclo multiplicador, no mau sentido. Com quase três folhas em aberto, o clube vai tensionando a cada dia a insatisfação do elenco – chegando a perder peças. A médio prazo, a reconstrução do Sport passa pelo pente-fino nas suas contas, com mais clareza, mas também passa na urgente captação de receita para dar fôlego ao futebol profissional, o carro-chefe – além dos demais funcionários, claro. O time precisa de tranquilidade para ao menos se mexer na disputa contra o descenso – hoje, está travado. Sob expectativa da torcida, uma grande tarefa do novo mandatário será a capacidade de viabilizar o clube – estratégia, articulação etc. Embora não tenha cargo diretivo, o empresário Gustavo Dubeux deve ajudar nisso. A conferir.

Votação na eleição suplementar do Sport para o biênio 2021/2022
1º) 1.083 votos (83,7%) – Leonardo Lopes (Sport na Raça)
2º) 210 votos (16,2%) – José Valadares (Coragem e Honestidade, o Melhor Para Sport)

Ranking de bate-chapas na Ilha do Retiro (e os eleitos)
1º) 4.063 votos – 2016 (Arnaldo Barros; 61%, situação)
2º) 3.456 votos – 2008 (Silvio Guimarães; 75%, situação)
3º) 3.441 votos – 2012 (Luciano Bivar; 57%, situação)
4º) 2.997 votos – 1974 (Jarbas Guimarães; 76%, situação)
5º) 2.816 votos – 2000 (Luciano Bivar; 64%, situação)
6º) 2.776 votos – 2018 (Milton Bivar; 88%, oposição)
7º) 2.403 votos – 1978 (José Moura; 87%, situação)
8º) 2.359 votos – 2021 (Milton Bivar; 43%, situação)
9º) 2.224 votos – 1986 (Homero Lacerda; 62%, oposição)
10º) 1.957 votos – 2010 (Gustavo Dubeux; 98%, situação)
11º) 1.818 votos – 2014 (João Martorelli; 84%, situação)
12º) 1.817 votos – 2006 (Milton Bivar; 85%, situação)
13º) 1.696 votos – 2002 (Severino Otávio; 87%, situação)
14º) 1.293 votos – 2021 (Leonardo Lopes; 83%, oposição)

Leia mais sobre o assunto
Balanço do Sport em 2020 teve a 2ª menor receita da Série A e passivo de R$ 200 mi

O histórico sobre as eleições do trio de ferro do Recife; sem consenso nas urnas


Compartilhe!