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O treinador deixa o Arruda sem uma vitória sequer. Foto: Rafael Melo/Santa Cruz.

Embora tenha apenas dois meses, a nova gestão do Santa Cruz já terá que partir para o terceiro técnico, numa rotatividade impressionante. Após demitir João Brigatti, que fez 13 jogos, o clube foi comunicado por Alexandre Gallo sobre a saída. Do anúncio oficial à saída oficial, com ambos os comunicados abaixo, foram apenas 13 dias. Talvez, a passagem mais curta na história profissional do tricolor. Um vexame.

Gallo decidiu sair no dia seguinte à derrota coral diante do Sete de Setembro, que não vencia o duelo há 36 anos. Ou seja, trabalhou em apenas três jogos, com 1E e 2D, encerrando a sua 5ª passagem no futebol pernambucano, a 1ª no Santa. Pela forma como saiu, diria que é primeira e última também. Me chamou bastante a atenção o vídeo de despedida do treinador, expondo as mazelas do clube. Não por isso, mas porque o vídeo foi publicado nas próprias redes do Santa, e não do técnico. Destaco esta aspa:

“Não vejo, hoje, condições para que eu possa, num curto espaço de tempo, seguir evoluindo com a equipe tecnicamente dentro de campo. Eu acho que o Santa Cruz parou um pouquinho nessa situação de estrutura. Eu acredito que com todo investimento do mundo ele vai demorar uns seis meses para trazer uma condição mínima de trabalho aos profissionais que aqui existem”.

No vídeo de dois minutos (assista abaixo), Gallo tenta preservar a atuação direção, embora ache não tenha conseguido, com as deficiências estruturais e na formação no elenco sendo evidentes. O fato de Gallo “eximir” a direção foi suficiente? Ele deixou claro que, para ele, o Santa não tem jeito até outubro! Detalhe: a 1ª fase da Série C vai até 26/09. Não faz sentido.

Por sinal, o trabalho, à parte da necessária (e já aprovada) reforma do estatuto, começou muito mal na condução do futebol. Não chega nem perto do rendimento de 2020, apesar da falta de resultados na temporada passada. Reforços chegam e não ajudam, por uma série de fatores, não só na questão técnica, e saídas são oficializadas após um mês de clube.

Mesmo com todo o cuidado sobre a folha do futebol, é difícil não enxergar um inchaço com rescisões do tipo num prazo tão curto. Fora o time que segue sem rumo, técnico e tático. A passagem de Gallo no tricolor poder ter sido curta, mas tende a deixar um impacto profundo em toda a organização do clube, com a bandeira do profissionalismo já em xeque. Acho que nem no pior cenário possível foi imaginado algo do tipo. Tem que “resetar” o trabalho hoje.

Os treinadores na nova gestão coral (de 02/2021 a 04/2021)
João Brigatti: 13 jogos, com 4 vitórias, 2 empates e 7 derrotas
Alexandre Gallo: 3 jogos, com 0 vitória, 1 empate e 2 derrotas
Roberto de Jesus (interino): 1 jogo, com 1 derrota

Histórico de Alexandre Gallo como treinador em Pernambuco*
Náutico – 110 jogos; 47V, 21E e 42D (3 passagens)
Sport – 28 jogos; 22V, 5E e 1D (1 passagem)
Santa Cruz – 3 jogos: 0V, 1E e 2D (1 passagem)
Geral – 141 jogos; 69V, 27E e 45D (5 passagens)
* Somando Pernambucano, Série A, Série B e Copa do Brasil

Leia mais sobre o assunto
Oposição vence eleição no Santa pela 2ª vez na história; Joaquim Bezerra até 2023

O anúncio da chegada de Gallo ao Santa Cruz, em 14 de abril de 2021.

O anúncio da saída de Gallo do Santa Cruz, em 26 de abril de 2021.


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