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Nos últimos jogos no BR 2021, ambos os clubes levaram mais de 50 mil pagantes ao Castelão.

Em 2022, o futebol cearense será mais protagonista do que nunca no futebol nordestino. Afinal, Ceará e Fortaleza serão os únicos representantes da região na primeira divisão nacional. A este cenário, ainda se soma a volta plena do público ao Castelão, com os rivais podendo usufruir da capacidade da arena, a maior do NE, e a participação em competições continentais.

No caso do tricolor, a histórica estreia na Libertadores. No alvinegro, mais uma presença na Sul-Americana. Em ambos os casos, as campanhas largam na fase de grupos, com a garantia de ao menos três jogos em casa. Não por acaso, após um período de baixa, com a pandemia afetando diversos setores da sociedade, os dois clubes voltaram alavancar os quadros de sócios. No vozão, 32 mil. No leão, 28 mil. Hoje, é a única capital nordestina com 60 mil sócios adimplentes. A consequência disso tudo, e já parece bastante claro, é o potencial econômico que os integrantes centenários do Clássico-Rei terão na próxima temporada.

A previsão orçamentária do Ceará subiu de R$ 151 mi para R$ 163 milhões (+11 mi), já confirmada pelo presidente Robinson de Castro, enquanto a projeção do Fortaleza saltou de R$ 113 mi para R$ 141 milhões (+27 mi). Na soma, R$ 304.958.553, um valor incomparável ao que se espera de Bahia/Vitória (que vão jogar as Séries B e C) e Sport/Náutico/Santa (B, B e D). No leão do pici, de acordo com a planilha observada pelo blog, as cotas de participação nas competições são bem conservadoras, com R$ 2,4 mi no Nordestão (quartas) e R$ 15 mi na Liberta (fase de grupos). De fato, o clube presidido por Marcelo Paz costuma apresentar esse perfil nas projeções – na última, por exemplo, refez os dados de bilheteria após a continuidade dos portões fechados (cuja liberação, parcial, só ocorreu no segundo semestre).

Já no Ceará o mandatário não se furtou em traçar as metas: título estadual (Fortaleza é o atual tri), final da Lampions, quartas da Copa do Brasil, oitavas da Sula e nova permanência no Brasileirão – acontecendo isso, o clube chegaria a seis anos seguidos na elite, quebrando o recorde da região nos pontos corridos. Enquanto isso, Bahia e Sport, rebaixados na última Série A, caminham em sentido oposto, a partir de passivos pesados. Embora seja mais organizado, com parcelamentos e transparência, o time baiano tem um passivo de R$ 313 milhões. Bem acima do rubro-negro pernambucano, com R$ 200 mi, mas neste caso vale a ressalva de que o clube pernambucano praticamente não opera nesta área, empurrando as pendências para o ano seguinte – e uma a hora a conta deve chegar.

Neste cenário de endividamento, os passivos de Ceará e Fortaleza, de acordo com os últimos balanços dos clubes, estavam em R$ 35 mi e R$ 57 mi. Bem abaixo das respectivas receitas, dando fôlego para a utilização quase total do dinheiro no carro-chefe, o futebol. E futebol, de fato, não faltará em 2022 na capital cearense, o centro econômico do presente.

Atualização em 28/12: ambos os clubes lançaram as suas planilhas já detalhadas, com a receita alvinegra subindo de R$ 160 mi para R$ 163 mi, numa cifra mais precisa. Assim, foi possível fazer um comparativo entre as frentes de cada um, com a diferença absoluta de R$ 22,7 milhões, a favor do vozão, tendo enorme colaboração da projeção sobre a vendas de atletas na receita (o alvinegro espera faturar R$ 16 mi a mais que o leão neste quesito). Relatórios oficiais: Ceará e Fortaleza.

As diferenças nas principais previsões de 2022 entre Ceará e Fortaleza (em R$)
Direitos de TV* – 69,9 mi vs 67,3 mi
Venda de atletas – 26,0 mi vs 10,0 mi
Mensalidade de sócios – 16,0 mi vs 18,7 mi
Patrocínio/marketing – 15,3 mi vs 10,4 mi
Bilheteria – 16,4 mi vs 15,3 mi
Despesas totais – 153,0 mi vs 136,4 mi
* Soma de participação/premiação/PPV de todas as competições no ano

Os maiores orçamentos do Nordeste
Abaixo, confira os orçamentos dos clubes do Nordeste que já conseguiram ultrapassar a marca de R$ 100 milhões – na soma de todas as frentes, como direitos de tevê, sócios, bilheteria, produtos oficiais, negociações de atletas etc. Até hoje foram doze vezes, em todos os casos com os times na Série A. Eis a quantidade de vezes: Bahia (4x, incluindo os dois maiores), Ceará (3x), Fortaleza (3x), Sport (1x) e Vitória (1x). Lembrando que esses números são estimativas dos próprios clubes acerca da receita no ano seguinte, cujo o valor efetivo, a “receita realizada”, só pode ser calculada após o período proposto. Neste próximo caso, será de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022 – e tais balanços precisam ser divulgados, por lei, entre janeiro e abril de 2023.

As maiores previsões orçamentárias do NE (valores nominais; + 100 mi)
1º) R$ 179,03 milhões – Bahia (2020)
2º) R$ 171,92 milhões – Bahia (2021), caiu
3º) R$ 163,86 milhões – Ceará (2022)
4º) R$ 151,97 milhões – Ceará (2021)
5º) R$ 143,72 milhões – Bahia (2019)
6º) R$ 141,09 milhões – Fortaleza (2022)
7º) R$ 119,75 milhões – Bahia (2018)
8º) R$ 113,70 milhões – Fortaleza (2021)*
9º) R$ 109,07 milhões – Fortaleza (2020)
10º) R$ 108,38 milhões – Sport (2018), caiu
11º) R$ 102,00 milhões – Vitória (2018), caiu
12º) R$ 100,42 milhões – Ceará (2020)
* Posteriormente reajustado para R$ 94,6 mi, sem bilheteria

Evolução da previsão orçamentária do Ceará (e o aumento sobre o ano anterior)
2018 (Série A) – R$ 55.000.000
2019 (Série A) – R$ 70.000.000 (+27,2%; +15,0 mi)
2020 (Série A) – R$ 100.424.786 (+43,4%; +30,4 mi)
2021 (Série A) – R$ 151.977.367 (+51,3%; +51,5 mi)
2022 (Série A) – R$ 163.868.553 (+7,8%; +11,8 mi)

Evolução da previsão orçamentária do Fortaleza (e o aumento sobre o ano anterior)
2018 (Série B) – R$ 24.000.000
2019 (Série A) – R$ 56.700.000 (+136,2%; +32,7 mi)
2020 (Série A) – R$ 109.072.000 (+92,3%; +52,3 mi)
2021 (Série A) – R$ 113.704.000 (+4,2%; +4,6 mi)*
2022 (Série A) – R$ 141.090.000 (+24,0%; +27,3 mi)
* Posteriormente reajustado para R$ 94,6 mi, sem bilheteria

Leia mais sobre o assunto
Análise sobre o balanço do Ceará em 2020; 6º superávit seguido e receita mantida na pandemia

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