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Antônio Luiz Neto

Sempre presente na vida política do Santa Cruz, ALN volta para o executivo. Foto: divulgação.

Faltando poucas horas para a eleição indireta em 14/03, apenas com conselheiros, Antônio Luiz Neto acabou vencendo a disputa por aclamação, após a retirada das chapas de Alexandre Mirinda e Albertino dos Anjos. Assim, retorna à presidência executiva do Santa Cruz após oito anos, visando um mandato tampão até 2023, devido à renúncia de Joaquim Bezerra. Por sinal, foram apenas nove dias da despedida até a surpreendente decisão num clube de bastidores em ebulição. Afinal, foram três chapas inscritas para os “cargos vacantes”, com o presidente e o vice do Executivo.

Nos últimos dias, pedidos de impugnação e mudanças nos componentes. Ou seja, com intensa articulação em busca da maioria dos votos entre os 400 nomes aptos, entre conselheiros beneméritos e efetivos. Eis que a reportagem de Vítor Aguiar, do NE45, trouxe a informação sobre a desistência em prol de um nome, tentando acalmar o ambiente. Pouco depois, o ex-presidente coral Constantino Júnior, atual vice da Liga do NE, comentou o assunto, sem citar nomes: “O momento pede união e desprovimento de vaidades em nome de um bem maior”.

Nos últimos 20 anos, esta é apenas a 3ª aclamação no Santa. As anteriores, em eleições regulares com os sócios, foram em 2008 (Fernando Bezerra Coelho) e 2014 (Alírio Moraes). Nos casos anteriores, mesmo com as dificuldades do clube, a base de apoio era maior. Agora, fica a impressão de uma vitória dentro de um cenário específico, restrito ao Conselho Deliberativo, onde Antônio Luiz Neto sempre transitou em sua vida dentro do clube. Afinal, é conselheiro há 48 anos! Entrou aos 18 anos e segue aos 66. Talvez por isso, ALN entenda o clube de forma um pouco diferente, com a participação do sócio mais distante – ao menos foi assim em sua primeira (e vitoriosa) passagem, com dois mandatos seguidos, de 2011 a 2014.

Presidente em 4 áreas do Santa Cruz

Além do comando executivo, o experiente dirigente, que também já foi vereador do Recife por sete vezes, presidiu outros três órgãos do Santa Cruz. O próprio Conselho Deliberativo, em 1999/2000, a Comissão Patrimonial, em 2015/2017, e o Conselho de Administração, criado durante o triênio de 2018/2020 – nessas duas últimas, com enorme poder paralelo frente às gestões de fato. Por isso, ALN segue sendo, hoje, o maior “cacique” do clube, voltando a ter, de forma efetiva, a caneta para decidir os rumos do tricolor, que já debate a criação da SAF.

Na vez anterior, como mandatário executivo, foi tricampeão pernambucano, batendo o Sport nas três decisões, levou o clube da Série D para a Série B e ainda adquiriu o terreno onde atualmente funciona o CT Ninho das Cobras. Paralelamente a isso, não conseguiu evoluir o quadro social na mesma escala, escorado em parte pelos recursos do Todos com a Nota, que financiava boa parte da presença do público nos três grandes da capital. E nesta reviravolta?

Dívida milionária e receita reduzida

Segundo o site oficial de Antônio Luiz Neto, com a sua biografia na vida política e no futebol, a sua gestão saneou R$ 110 milhões da dívidas no Arruda. De acordo com o balanço oficial do Santa, porém, o passivo no período de 2011 a 2014 oscilou de R$ 69,7 mi para R$ 72,7 milhões. E na prática, durante toda a década, o valor foi muito maior, com várias dívidas do passado não reconhecidas. Após o processo de reconhecimento, o montante chegou a R$ 280 milhões, valor informado por Joaquim Bezerra em sua última fala à frente do tricolor.

Agora, então, pondere o número acima num clube cujo orçamento sequer foi divulgado em 2022, ao contrário dos rivais, e com a folha do futebol estimada em R$ 350 mil, próxima à do Retrô, concorrente na Série D. Ainda que seja possível pinçar semelhanças com 2011, é preciso destacar a enorme diferença na arquibancada, com a torcida do Santa Cruz, naquele ano, tendo papel fundamental para compor a receita. Agora, sob reflexo da pandemia e dos seguidos anos de insucessos, a tarefa parece ser ainda mais difícil. Só a aclamação basta para resolver isso? Talvez, a capacidade de captar parceiros num curto prazo. Isso, ALN fez.

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