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O presidente ganhou camisas oficiais do tricolor e do alvirrubro do Recife. Fotos: divulgação.

A agenda do presidente da república para o dia 9 de setembro de 2020 previa seis reuniões, das 9h30 às 15h30. E a terceira pauta de Jair Bolsonaro seria com clubes do Nordeste. Acompanhado do secretário especial do Esporte, Marcelo Magalhães, o chefe do executivo recebeu dirigentes de sete times nordestinos.

Não, não foi o “G7”. Estiveram em Brasília os representantes de América (RN), Bahia (BA), Botafogo (PB), Ceará (CE), Náutico (PE), Santa Cruz (PE) e Vitória (BA). No lado pernambucano, os presidentes Edno Melo (alvirrubro) e Constantino Júnior (tricolor). O principal tema da reunião foi apoiar a Medida Provisória de nº 984, editada por Bolsonaro e que dá ao clube mandante a exclusividade na negociação dos direitos de transmissão na TV. Publicada em 18 de junho, a MP tem validade de 120 dias (até 17 de outubro), dependendo da votação, e aprovação, no Congresso para não perder validade.

No encontro, na hora das fotos, Bolsonaro segurou as camisas dos clubes, todas estilizadas com a mensagem “Lei do Mandante – Eu apoio” no espaço reservado do patrocínio master. À parte do lóbi, numa mobilização com mais de 40 clubes nas Séries A, B e C para transformar a MP em lei, vale citar alguns bastidores do encontro de meia hora, entre 11h e 11h30.

1) Além da Medida Provisória 984/2020, outros temas foram debatidos, como o futuro “Estatuto do Futebol”, que deverá ser articulado pela atual secretaria especial do Esporte, pasta atrelada ao Ministério da Cidadania. Além disso, uma discussão sobre ideias para proteger atletas de base (incluindo diretos econômicos) e fomento ao futebol. O encontro foi considerado “bom”.

2) Bolsonaro ganhou um uniforme oficial do Santa e um uniforme oficial do Náutico. No caso tricolor, foi o 4º padrão da coleção 2019/2020, que homenageia a Fita Azul. Já no timbu, foi o padrão branco da nova linha, que ainda nem chegou ao mercado. Curiosamente, trata-se de uma camisa em homenagem à linha de frente no combate à Covid-19.

3) Havia a expectativa da presença do Sport também, mas o presidente leonino, Milton Bivar, não pôde viajar à capital federal por recomendação médica. E o substituto, Emannuel Gayoso, não seguiu pelo mesmo motivo. Ambos com idade no grupo de risco.

4) Foi o segundo encontro num intervalo de três meses, em Brasília, entre Bolsonaro e representantes de Bahia e Ceará. Antes, em 30 de junho, os dois clubes estiveram juntos em outro bloco, com mais seis times da Série A – justamente os oito que têm contrato assinado com a Turner, que exibe os jogos do Brasileirão no canal TNT, na tevê por assinatura. Logo, aquela ocasião também contou com o Fortaleza, que não foi desta vez.

5) Além da Medida Provisória, corre em Brasília outro tema de interesse econômico dos clubes pernambucanos, mas que acabou não tendo espaço nesta reunião no Planalto. No caso, a possível entrada (ou volta) de novos clubes ao Profut, o programa de refinanciamento de dívidas fiscais. O projeto de lei foi aprovado na Câmara e será votado no Senado. Passando, precisará ser sancionado pelo presidente do Brasil. Ao todo, o trio de ferro deve R$ 200,6 milhões em pendências tributárias e previdenciárias, considerando os dados atualizados Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – sendo R$ 79,7 mi no Náutico, R$ 63,4 mi no Sport e R$ 57,4 mi no Santa.

6) À parte do encontro num salão oficial, houve um café da manhã com os dirigentes no Planalto. Neste momento, com a presença de políticos ligados ao presidente, incluindo o filho Flávio Bolsonaro (foto abaixo). Senador pelo Rio de Janeiro, Flávio é investigado pelo Ministério Público do Rio por um esquema de “rachadinhas” no gabinete dele na época em que era deputado estadual.

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